quinta-feira, 3 de julho de 2025

Trapalhada ou...

 







 

 

 

                           A funda e a vidraça.

 

 

A imbecilidade secular, recorrente,

fazendo movimento;

os usos e a realidade semovente

em péssimo movimento.

 

Milênios de experiência,

mas cheio de pretextos e estultice,

acima de qualquer ciência,

fazendo impérios de burrice.

 

A pretensa inteligência

de países seculares,

cheios de tanta arrogância,

mulas de carga em tetos espetaculares?

 

Rusgas anteriores

nada ensinam,

sina de povos sofredores,

todos perdedores que nada levam. 

 

Foguetes da morte civil,

a maldade voadora sem nada de positivo,

quem é o forte imbecil?

O ego ativo!

 

Há o fácil disparar,

ódio secular,

o povo que se vá se danar!

Quem vai desatar o nó górdio nesse matar?

 

Houve e há vencedores e/ou só perdedores?

Quem vai reagir?

Não há nem o houve ganhadores;

Só o lamento de quem agir.

 

Drones de lá e de cá

cigarras noturnas e vampiros mortais,

os danos diurnos,

as tropas esvoaçantes e seus golpes fatais. 

 

Guerras de palavras e vaidades,

líderes de todos os tempos aloucados,

péssimas mentes fazendo realidades;

de onde vem esses pretensos amalucados?

 

E o povo local se apressa e se amassa,

na contagem de mortos que a TV descora,

o líder posa

para o reino onde mora.

 

Palavras de efeito,

guerra de termos e bazófias,

nada é perfeito

valem as discutíveis filosofias.

 

Sempre uma grande e cara palhaçada;

a Humanidade em momentos confusos;

até quando a vidraça quebrada

aguentará os custos de internos erros e usos?

 

O anacrônico niilismo em alta,

começar tudo da areia;

uma escolha em pauta,

que crença tece essa teia?

 

Ditadores e títeres,

autocratas da ruína final

com seus profissionais e senhores

em rota fatal?

 


                  Trapalhadas ou..., mas ainda estamos aqui. 

 

 

Nem todas as trapalhadas resultam em conflito armado, mas criam tumultos equivalentes diante da instabilidade gerada.

Olhando para dentro das células de decisão, as de burrice escancarada, encontramos ali profissionais de várias faculdades, todos imersos na burocracia e tecnocracia, muitos já tendo perdido a noção de realidade, insistem em propor medidas alucinadas que só atrapalham a vida e suas regras naturais.

Preocupante alerta, quando não só os líderes que decidem, mas tecnocratas, encastelados, tentam medidas de interferência na sociedade, sem compromisso com resultados coerentes. Seria tudo algo da teoria da conspiração, pelo que as medidas já seriam projetadas para não dar em nada? Seria muita genialidade, mas politicamente suicida, pelo que é difícil acreditar em tal hipótese, sendo mais coerente crer na alucinatória incompetência de pessoas que com seus salários estratosféricos nos Castelos de Gargantua e Pantacruel, usam suas cabeças enobrecidas pelos ares de Poder e Dinheiro, para impressionar os seus pares mandantes e só.    

 

Assim, vão pelo mundo pequeno e grande, as decisões ensandecidas, feitas em bureaux de nuvens e fantasias, preconceitos, suposições técnicas e sonhos lunáticos, que só o ego pode apresentar.

 

É escancarada a sandice, bem abaixo da mediocridade, um dos pilares da burrice recorrente. Tema efusivamente intocado pelos adeptos da vida política, que entorpecidos pela sensação de Poder, ajoelham-se ao ego para endossar decisões igualmente egóicas que dizem pretender o elevado objetivo de proteger sua Nação, do qual se dizem endeusados tutores.

 

Nada mais hipócrita. Depois de nada ter dado certo, nem olham os danos às cidades quebradas, negócios fechados, vidas acabadas, caminhos esburacados, indústrias destruídas, simplesmente chacoalham seus ternos e saem como se nada tivesse acontecido. No íntimo, nem perguntam “e daí? “ .

 

A população fica com os danos, vidas dilaceradas, famílias perdidas, sonhos quebrados, cidades exterminadas, histórias privadas de ruínas, cidadãos eliminados.  Tudo que era desejado não passava de planos comuns de uma vida em paz, numa rotina bem definida.

 

Se há algo de positivo, pode-se dizer que o inconsciente coletivo vai se formando contra tais falastrões de modo que uma reação silenciosa já se mostra ir nascendo contra decisões tecnocratas em qualquer lugar. Uma evolução espiritual coletiva lenta. 

 

Enquanto isso ocorre sem muita visibilidade, fica mais evidente que a crise de formação de profissionais está atingindo todos os serviços e cargos e funções públicas e privadas.   Equipes técnicas sem preparo e sem visão de futuro em seus projetos, que tecnocraticamente se afastam da realidade. Vale o “se colar, colou” , sem nenhuma preocupação com as consequências, afinal o salário grande no final do mês está garantido. Em vários setores a realidade é de medidas de sandice e estupidez.

 

As consequências geralmente são engolidas com farofa e água na vida normal do cidadão sobrevivente. Pantacruel engole tudo e tudo volta ao normal apetite de mais dinheiro e poder. E repetidamente vermos que uma ordem oficial em qualquer setor detona a vida privada, compromete a vida pública e os danos não servem para experiência e aprimoramento.

 

Instabilidade, imprecisão, inexatidão, negligência, imperícia de uma mão de obra graduada ou não, começam a ser mais comuns e danosos, por vezes piores do que a guerra.  É a vida em conflitos e guerras menores, mas fazendo o dia a dia do cidadão.

 

Não há efeitos de mísseis nem drones, só decisões e palavras, violência moral e física a serem interrompidas talvez posteriormente pelo legado de Montesquieu.

 

Para o cidadão comum, um voto, e nada a fazer, só esperar algo melhor. E o melhor é algo sempre pior do que o anterior, enquanto grupos de mulas pensantes, exercem suas profissões a favor de atividades escusas. Será que possuem alguma autocrítica, consciência de seus atos e trapalhadas, ou é tudo na base do servil e do imbecil?

 

Mesmo assim, como os defeitos da educação formal, adentrando todos os setores, os países vão em frente, em velocidade menor, e gastando muita energia boa, queimando etapas, silenciando talentos; poderiam estar já em outro nível, mas contentam-se em não ser ultrapassados pela tartaruga.

 

Quanto à má formação e suas consequências, já não é somente com a cozinha do restaurante, do pessoal da clínica e do hospital e dos trabalhadores de serviços do cotidiano que devemos nos preocupar. As consequências estão agora ficando mais visíveis em vários setores que nos afetam. Setores de grande altura estão falhando.  A uma ilusão de progresso, uma capa frágil cobre a realidade. 

 

Certamente, tudo isso do presente é só uma etapa e contribuirá para passos mais seguros. O difícil é aguentar o presente, pois envolve algumas gerações que serão engolidas totalmente pelos desacertos e instabilidades. Do nascer ao morrer, essas gerações terão que assistir os titubeios e incertezas de seu tempo, mas não é tudo para se ver, há também a vida em si e a Natureza como bem maior que podem preencher a mente, se a pessoa tiver uma visão de mundo mais aprimorada e perceber avanços substanciais para a Humanidade. Aguenta coração, vale a dura pena.  

 

Odilon Reinhardt 3.7.2025