terça-feira, 3 de junho de 2025

Os fios e redes da malandragem.

 





 

 

Campo das banalidades.
  

  

Sistemas altamente internéticos

frutos de cabeças pensantes

profissionais bem cibernéticos.

 

Bilhões como pipoca

rapidamente acumulados

antes do golpe virar paçoca.

 

Grandes esquemas ,

sistemas complexos de caixa 2 ,

lavagens modernas sem problemas.

 

De vez em quando, o corre-corre , todos fogem,

ficam os bagrinhos mudos

para fazer o teatro na paisagem.

 

Um ou dois dias de televisão,

a Pátria  se espanta ,

depois tudo vira pizza e pirão.

 

Golpes retiram a energia produtiva

de um país sem igual

onde o cidadão quer ter vida ativa.

 

Seriam os golpes exceção

e querem nos turvar os olhos

criando generalização?

 

Nos relacionamentos pessoais;

nos  pequenos e médios negócios

não há golpes já tidos como normais?

 

Difícil discernimento

para separar o que é e não é golpe;

o cidadão segue no seu confinamento.

 

O estelionato assume diversa forma

e surge a banalização

com a qual todo mundo se conforma .

 

 Descrédito e suspeita

afetam as todos;

quem isso peita ? 


Odilon Reinhardt.  

 

Embora os efeitos mais dignos da tecnologia na área de comunicação sejam a de rapidamente ligar os seres humanos em qualquer lugar da Terra, a situação econômica de um povo condiciona seu comportamento e uso dos meios virtuais. O pragmatismo e o utilitarismo atendem às necessidades corriqueiras.

 

As diversas modalidades de ação derivadas da Má-fé que vive há tempos na vida do dia a dia no país, é a mesma que aconteceu intensamente em outros países, que hoje são as primeiras economias do mundo. Basta ler, atividade rara, mas único modo de saber como eram as malandragens principalmente no fim e começo do século XX em países que hoje são os líderes da Economia, mas que na atualidade ainda mostram novas versões de malandragem, agora global.

 

Com a economia sem evolução e governos se sucedendo sem sucesso algum, tudo aqui é mais demorado e a malandragem ganha requintes tecnológicos que se afastam do meramente pessoal de negócios de bairro para se aproximar dos mais regionais e nacionais com fortes ligações ou pelo menos inspiração nos globais, quando não são deles os ramos aqui. Coisas que eram do submundo, mostram-se mais frequentes ao mundo e o dominam. Por que aparecem? Só por que alguém não recebeu a sua parte.

 

Tudo com fruto da plantação feita por mestres invisíveis, que há décadas vem cevando o mercado e fazendo fãs através de mensagens subliminares e agora já escancaradas. Escoltados por profissionais de vários tipos, fazem planos mirabolantes para ganhar dinheiro ilimitadamente. Planos doentios e megalomaníacos que o ego exige de cabeças pobres, mas não vazias, pois há no estelionatário uma inteligência incomum, uma esperteza diabólica, a qual poderia ser convertida para benéfica, se trabalhasse a favor do país e seu progresso. Mas isso não parece cativar a mente de tais facínoras, que se divertem com seus planos e com a prisão de seus bagrinhos egoísticos.

 

Vai assim o mundo nos atuais quadrantes. Ganância e gula, ânsia pelo Poder, mentes de megalomania, tudo com fim marcado, mas deixando danos e um descrédito danoso quanto ao futuro. Quais os bons modelos para as gerações que vão assumir?    

 

Odilon Reinhardt 3-6-2025

sábado, 3 de maio de 2025

A terra dos sonhos , perdidos?

 






                                        A terra dos sonhos, perdidos?

 

Depósito de ideologias falidas,

de customizações falhas,

de metodologias ultrapassadas.

 

Lixeira dos modelos extravagantes, 

repositório de experiências

o terceiro mundo e seus sonhos alucinantes. 

 

Terra da feirinha de eletrônicos

tentativas e aventuras de marketing,

muito dinheiro nos jogos lacônicos.

 

Golpes, fraudes e bilhões no Pix,

do mercado informal de manipulações e tramas; 

no celular, o centro de tudo que se diz.

 

Sonhos do ganhar fácil,

e como tudo é mesmo atraente,

tudo é livre e factível e até infantil.

 

Favorecido pela grande falha de educação,

discernimento falho , condicionado ou inexistente,

o golpe está solto em ação.

 

Até ser tudo descoberto,

bilhões fluem como água ,

e fogem para algum paraíso aberto.

 

Os bagrinhos são pegos,

os soldados do estratagema,

punidos com cabeças de prego.

 

E para não dizer que se falou de flores,

ninguém grande morre de overdose, mas

muitas piscinas estão cheias de ratos e dores.

 

Para muitos é the land of milk and honey,

a terra onde má-fé e golpe levam à prosperidade.

Quem se importa com a lei?

 

Terra onde se golpeia aposentados, falsifica-se remédio,

onde se altera leite das crianças com formol

e as novas gerações sofrem de tédio.   

 

E a intelectualidade se curva ao entendimento literal,

a linguagem figurada e a poesia caem em desuso,

e os livros, só os clássicos no cebo, lixeira do novo normal.

 

Mas não sejamos tão pessimistas,

há gente boa se preparando. A quem vão liderar? 

Onde estão , em que listas ?

 

Acordemos, não queremos isso.

 

 

Preocupam muito as vitórias da informatização quanto às possibilidades de tais brilhantes conquista favorecerem as atividades menos apropriadas para favorecer a Humanidade. As forças escuras em busca de dinheiro avançam sobre os instrumentos midiáticos e criam medo, dúvidas, prejuízos e desacreditam o poder de controle e prevenção das instituições. Quantos bilhões em qualquer moeda são gastos por empresas, governos e pessoas para se defenderem contra golpes?

Na fase atual, com telefonemas, mensagens e cavalos de troia embutidos em aplicativos, tudo gera desconfiança ou atinge sem limites as pessoas físicas e jurídicas diminuindo a energia produtiva e os rendimentos. São recursos que poderiam estar sendo usados em educação, infraestrutura etc.

Há um longo campo para o crime virtual prosperar. Qual a diferença de um setor de informática de uma pequena para uma grande prefeitura, por exemplo, em termos de equipamentos de informática e pessoal? Com é feita a atualização e qual o recurso disponível?

 

A segurança pública está chupando todos os recursos e o país tornando-se  uma operação policial e um cadeião. A Igreja queria que fosse um templo, os militares um quartel, e o que  conseguimos é uma zona de terrores físicos, mentais e virtuais já assumindo tendências de avacalhação.      

Ao longo do tempo, tal desconfiança e descrédito vai redundar em um preparo maior por parte do cidadão e autoridades. Em contra partida, os promotores de tais atitudes negativas irão aprimorar seus instrumentos para não perder tão  farto mercado negativo. No entanto, a maior arma estatal está no controle do caminho do dinheiro, pois qualquer golpe visa recursos monetários. Quem ganha dinheiro tem que gastar e será pego, assim, no final do processo. Portanto, o único meio eficaz de combater as ilegalidades virtuais mas bem reais é a investigação e operação do Estado. Outro ponto de investigação seria a de cercar os profissionais de várias profissões que estão dando suporte estrategicamente técnico para os esquemas de golpe.

Por ora, quem usar da inteligência deve tratar de reduzir:  sua curiosidade, sua participação em redes sociais inócuas e inúteis; o uso do celular; e não aceitar proposta, convite ou programa vinda de qualquer fonte. Estamos numa longa época de golpe e má-fé.   E tudo ainda está na época das cavernas em teremos de invasão de privacidade e redução das garantias individuais.  Ainda veremos muitos eventos de horrores ligados a esse tema recorrente.  O momento é de aguentar a tormenta até que possamos ver o arco-íris.

Mas tudo isso, é por enquanto vitória das forças escuras do individualismo e do utilitarismo, do hedonismo, todos sob o domínio do ego reinante. É a vitória de tendências de há muito introduzidas na sociedade; resultam das mensagens subliminares que vinham campeando a comunicação através de mestres invisíveis. O imaginário “Big Brother” está sendo realizado, vai chegando forte e a favor das multinacionais do Mal.

Uma realidade difícil de banalizar, pois pega no bolso, na credibilidade. É o materialismo sendo atacado.

Sempre haverá a opção de desligar, cancelar, deletar? Tudo depende de dois fios de energia mesmo que estejam em algum lugar?  Onde estão e a quem pertencem? 

Odilon Reinhardt -3.5.25

  

quinta-feira, 3 de abril de 2025

A arte de dizer nada .

 







                                     A arte de não dizer nada num país literal. 

 

 

 

Textos acacianos,

conversas vazias,

papos furados e enganos,

debates sem muitas assertivas,

encontros de desencontros.

 

Palavras no ar,

rimas pobres,

frases sem nexo no elaborar,

parágrafos sem fim, até esnobes,

linhas desconexas do pensar.

 

Poesias sem sentidos ou raízes,

mensagens de conteúdo superficial,

sínteses de antíteses,

um copo encima da mesa, tudo normal,

o bar, quatro bêbados, quatro teses.

 

Quatro garrafas de nulidades,

banais, vulgares,

vivendo em realidades,

verdade e platitudes,

no fundo de cada copo de adversidades.

 

Em cada gole, quase fatal,

o ego falante,

inflexível, intolerante, radical,

a verdade de cada um ali operante,

cegueira e solidão no discurso pessoal.

 

Lampejos de euforia,

impulsividade e disfarçada agonia,

revoltas contidas, agitações mentais,

revoluções em sinais.

 

Opiniões perdidas,

políticas contraditórias,

cacos de ideologias mal costumizadas,

demagogia em ações corriqueiras,

cidadãos em fugas contidas. 

 

Espiritualidade de baixo nível,

críticas superficiais das realidades

bobagem e risada possível,

gargalhadas ao ar, banalidades,

a vida vazia do nada invisível. 

 

Intelectuais defeituosos,

obras insignificantes,

expressões pessoais, muitos revoltosos,

frustrações materiais, intoxicantes,

a literalidade e seus feitos.

 

Com o dia a dia sendo em parte modelado pela mídia e o inconsciente coletivo sendo estropiado, surge uma realidade escamoteada, enganosa que pode desnortear o discernimento mais apurado. No topo, o desencontro de informações, as contradições, as manipulações, na base as brutalidades visíveis e invisíveis, promovidas por broncos, brutos, rudes e bêbados de todas as camadas  sociais.

São visíveis as consequências da negligência, da imperícia, da imprudência decorrentes de um alto grau de relaxo, desrespeito, revolta e frustrações pessoais, raiva social e desamor ao Próximo.

No setor de serviços, invadido pela falta de escolaridade, ocorrem as maiores disparidades. Acidentes e crimes que ocorrem em poucos lugares do mundo, aqui revelam um grau de relaxo e abandono, descaso e descura, numa frequência indignante, tomando espaço cada vez maior do noticiário. Ainda não chegamos ao nível de considerar tal aspecto como mero papel de embrulho de uma realidade desnorteada.

 

Em todos os cenários, há o cidadão seco, bruto, literal, semi-qualificado, ocupando funções de responsabilidade do vilarejo à capital.

Na história de vários países, hoje em outro nível de desenvolvimento, houve períodos iguais ou até piores. Na nossa evolução de ex-colônia para a atualidade, temos que aturar as consequências do analfabetismo e desqualificação técnica e mental. Isso durará por décadas, apesar de a tecnologia poder acelerar ou talvez agravar nossas disparidades em relação ao que está acontecendo no chamado primeiro mundo, onde em menor intensidade, os problemas sociais são outros e a revolta humana em estilo mais grave e irritado. Não é à toa que aqui, alguém estaciona o carro de serviço no meio de pista de aeroporto internacional para trocar lâmpadas e quase causa uma tragédia. Muitos são os exemplos na vida diária. Se há punição, isto nunca vem à tona, quer por corporativismo, quer por já ser uma banalidade.

Nada mais poderá ser feito a curto e médio prazo, todavia, essa realidade deve ser considerada em tudo que o cidadão vive e faz, seja no restaurante, no trânsito, no hospital, no prédio onde mora, no local de trabalho, ao ser cliente de clínica, pois o exército de desqualificados aumenta diariamente.

Negligência, imperícia e imprudência são inaceitáveis, não podem ser banalizadas. Há uma insegurança jamais vista e as consequências aparecem em várias formas, mas geralmente protegidas pelas máscaras do egoísmo.

O país das inconsequências, da impunidade. Só há incriminação quando conveniente.

Dará certo ou estamos nos perdendo na idiossincracia de modelos falidos?  Se o tema está se tornando invisível, já é um indício de grande perigo; se enfadonho e repetitivo, já é um sinal do avanço da banalização. Seja lá como for é o pano de fundo da realidade feita de mediocridade com viés decadente. Está em todo lugar e agora invade até o Pão e Circo, hábil distração para todas as classes sociais, pois vejamos a crise de competência no futebol, hoje, infelizmente, a última âncora da nacionalidade.

Estaríamos chegando ao lamentável estado de sermos os rebotalhos, os fiapos, as aparas do que sobrou de boas ideais e modelos. Não importa mais a pergunta que país é esse, mas que país será este que estamos todos fazendo.

As consequências estão à vista, as mentes já estão sendo condicionadas pelos níveis mais baixos. A mediocridade antes era o perigo, hoje já pode ser até o novo modelo de salvação para o momento. O nivelamento por baixo está produzindo isso e mais.

  

Odilon Reinhardt 3.4.2025

segunda-feira, 3 de março de 2025

Como vai o grande negócio?

 









                                                      Como vai o grande negócio?