sábado, 3 de junho de 2017

Decisão de Justiça para mais justiça.


Blog 3.6.2017

 
 

                       Decisão de Justiça para maior justiça.

 



É por mais evidente que no emaranhado de notícias que informam, assustam, chocam e atormentam a vida nacional de hoje, há também notícias auspiciosas que ocupam segundos, mas que são de uma grande repercussão para o futuro. Assim, no burburinho das notícias políticas, algumas atropeladas e intoxicadas pela impetuosidade de imprensa em causar sensacionalismo, de vez em quando há espaço para notícias divulgadas rapidamente, como que quase não merecendo muita atenção. Foi assim que foi divulgada uma  verdadeira decisão histórica, marcando mais um ponto para a real e efetiva desvinculação do Judiciário dos interesses dos demais Poderes, que participam da escolha de ministros, cuja independência de alguns deles foi sempre objeto de polêmica, conforme sempre aparece na imprensa.  Montesquieu agradece agora pelos atos de independência como nesta decisão.  Diante de tantos horripilantes e tétricos fatos e fotos do dia a dia, que ameaçam severamente a equidade, a Justiça deve sempre, sem perder sua isenção e dignidade, retirar suas vendas técnicas processuais e sua prolixidade, para assim ver como os demais Poderes estão explodindo a materialidade.   
Destarte, ocorreu a divulgação da decisão do STF de que não é necessária a autorização da Assembleia Estadual para a abertura de processo contra o Governador do Estado. Ora, tal decisão foi divulgada e sumiu do comentário com a mesma velocidade com que veio à luz. Nos dias agitados pelo negativismo adotado e fomentado por fatos e fotos que ocupam as manchetes, esta decisão não pode ser devidamente valorizada como devia. Trata-se na verdade de uma das decisões mais importantes e de validade histórica contra a corrupção.
Na necessária lavagem contra a corrupção, até agora tudo tem se passado no nível da União. Corruptor e corruptores são os de nível da administração federal, tendo-se resvalado aqui e ali em casos estaduais e municipais, tidos talvez como peixe miúdo ou talvez por escassez de pessoal na Polícia Federal e Ministério Público, tal a dimensão da corrupção no país.  No nível da União, o que temos já basta para ocupar e alarmar os olhos e ouvidos da população, a qual recebe choques todos os dias, tal o assombro com os casos divulgados sobre uma rede de corrupção jamais vista no mundo, a ponto de assustar até Bancos suíços.  Uma vergonha continental.
A decisão acima referida equivale ao arrombamento da cova dos lobos, a chave da caixa de Pandora, a entrada para a Montanha do Sésamo dos 40 ladrões, a porta da fazenda do coronelismo e dos cartéis do poder estadual. O que se passa na União é a mera ponta do iceberg, considerando a nossa estrutura política e partidária e o sistema de financiamento das campanhas políticas e do patrimônio dos políticos, candidatos ou não, eleitos ou não. Todos enriquecem na vitória ou na derrota. Há uma mágica patrimonial inusitada e até hoje intocada. Um grande e promissor balcão de negócios fabulosos: o Governo em todos seus níveis.  Um Governo atrasado, centralizador, burocrata, contra a iniciativa privada, criador de leis enroladas que de propósito lhe colocam como dono do Poder de criar dificuldades para vender facilidades e que hoje está se enrolando em sua própria máquina e folha de pagamento.
É nos Estados e Municípios que se formam as quadrilhas da pirâmide do Poder, com suas empreiteiras, prestadores de serviço e fornecedores. Os vícios derivados do sistema de financiamento de campanha não afetam candidatos municipais e estaduais? Os males do nível federal não se alastram pelos níveis inferiores? Pergunta e respostas óbvias.
Esquemas de formiguinhas e jacarés, todos acobertados por conveniências e oportunidades políticas do momento e também protegidos pelo corporativismo, bairrismo e pelo sistema de cooptação e atrelamento das pessoas ao “establishment” local, o que garante que não haverá denúncias nem traição, já que todos estão vinculados entre si a algum benefício ou favorecimento.
As mazelas e defeitos do sistema, no nível Municipal e Estadual, vem sendo mantidos como inatingíveis até hoje, face os esquemas de blindagem das autoridades locais e os interesses políticos envolvidos. A maioria nas Assembleias Estaduais tem garantido os esquemas mais deploráveis, como se o Governador não soubesse e não comandasse nada no Estado, quando o contrário é a verdade. Nada é feito sem que o Governador ou seu partido saiba. Se alguém do partido comete ilícito, tudo é abafado para não afetar a gestão, a imagem do partido e etc. O indivíduo sofre alguma sanção moral, mas sempre cai para cima, assume algum cargo e nunca é deixado de lado. É este o sistema tradicional. Ali corvo não come corvo. Tudo é mantido em sigilo, à boca pequena, devido às alianças partidárias com vistas às próximas eleições. Poder-posto é sempre forte e prepotente. Qualquer crítica é encarada como coisa da oposição. Onde está a democracia? Há, sim, hipocrisia, defesa de propina em projetos e um fascismo que deixaria Mussolini de boca aberta ao ver como sua doutrina aqui floresceu tão bem.
Ademais, salvo raras exceções em homenagem aos bons políticos que estão do mesmo modo enojados, os projetos do Governo ou são para dar propina ou ajustar a bagunça da gestão anterior, mas sempre com arrocho e avanço no bolso da população. O Governo sempre tem justificativas técnicas e informações tais que não permitem discussão eficaz. O governo sempre vence em suas propostas, pois tem maior Poder, meios de negociar e prometer benefícios, nomear pessoas, manobrar, acobertar, enfim defender-se por qualquer meio, até com mensalões e mensalinhos. Uma verdadeira truculência que anula qualquer ação contrária. Só o Poder Judiciário pode mudar isto, já que a ética e a moral são raras na política. 
Há falta de transparência e isto atiça, em cada cidadão, com ser humano, o instinto da curiosidade, o amor pela verdade e o ódio ao falso e obscuro, itens que contrariam na essência o anseio por justiça e equidade. Diante de representantes vendidos e falta de meios mais eficazes de debate direto com o povo, ao cidadão comum cabe baixar a cabeça, calar e tratar de sua vida, pois o Estado é o reino onde o autoritarismo, o mando e o desmando existem velada ou indiretamente e há democracia só se existir interesse do Poder e nos limites que este estabelecer através da ação policial e do exercício de manobras de bastidor, para fazer calar e intimidar qualquer um que ataque sua hegemonia. É o Brasil no miúdo.
Ninguém quer se indispor com ninguém no Estado, onde a economia é menor e os interesses são bem definidos e expostos. Grandes esquemas de corrupção ou simples benefícios da nobreza fabricada sempre existiram, enriqueceram famílias por décadas e nada acontece. Só há revezamento no Poder, como uma espécie de acordo de cavalheiros no submundo do crime, especialmente em Estados com capitais menores e onde os políticos são ligados por inevitáveis laços familiares. Talvez por isso uma decisão tão importante quanto esta do STF deixa de ser realçada e comentada, pois se Governadores caírem, há sempre milhares de interesses pessoais e familiares entrelaçados com a política em jogo. Situação que pode se estender para ramos da limitada mídia local, facilmente controlável mediante maior ou menor quantidade de anúncios e propaganda oficial a ser publicada; inegavelmente representa uma grande renda para a mídia. Um jornal que recebe mensalmente uma  quantia de publicações oficiais tem isenção para denunciar? É imprensa livre? Onde fica o limite para se definir isto? Qual tem sido a participação desses jornais na manipulação da opinião popular?
Com fatos e fotos inquietantes a classe política tem sido fustigada em sua imagem geral, mas há ainda o político idealista e honesto como também o tradicional desonesto. A decisão do STF veio para dar uma esperança de que a blindagem não mais ocorra. É a mais importante decisão para acabar com a corrupção nos Estados, onde grupos se revezam no Poder, havendo pouca opção para a população eleitora, geralmente traída em negociações e atos do mundo político após as eleições. O coronelismo ainda está vivo, embora travestido para os tempos modernos.
Após a secular roubalheira, o Estado foi tornando-se um local de armações. Na Capital o Estado mistura-se com a Prefeitura, mas no interior só aparece na precária estrutura do eventual hospital local, na escola estadual e na polícia civil, tudo deficitário. Aparece também em obras paralisadas e inacabadas abandonadas sem qualquer justificativa ou objeto de denúncias. Assim o Município é que aparece pobre, carente, cheio de necessidades que acabam sendo promessas a serem cumpridas por lideranças políticas nas eleições.
O desempenho estadual sofre com a corrupção impunida, com os esquemas que ficam abafados e nunca descobertos. No dia a dia há as “decisões” que são igualmente polêmicas, mas morrem nas atas das empresas estatais e de economia mista, nichos de Poder, usados como operacionais das “coisas” que o Governo não consegue fazer na Administração Direta, onde enfrenta fiscalização mais reforçada e um rígido controle orçamentário. São decisões para uso interno e tantas para uso externo que assustariam qualquer usuário pagador de suas tarifas mensais. Erros administrativos gritantes que redundam em aumento de despesas e perda de tempo.
Com a decisão do STF, pelo menos enquanto ela valer e não for derrogada por outra ou até mesmo esquecida no emaranhado de decisões, há esperança de acabar com a hipocrisia, o fascismo, a proteção política e a farsa. O fim dos “reizinhos” estaduais, cheios de meia-luz, de holofotes imaginários, mas sempre salvos pela blindagem dos interessados em pactuar com o estado das coisas e muito dinheiro.
A decisão do STF colocou para fora do ordenamento jurídico artigos das Constituições estaduais; não seria imprudente que a mesma fosse revista para dar maior autonomia ao Tribunal de Contas e este fosse deslocado para o Ministério Público e seus conselheiros tivessem mandato de 10 anos e fossem eleitos pela população estadual quando das eleições municipais, exigindo-se “curriculum” especial apropriado para o cargo? Se isto fosse colocado em discussão, certamente outras propostas surgiriam. O importante é que haja mudança e o Tribunal deixe de ser político.
É no âmbito estadual que as mazelas podem acontecer sob a proteção da maioria política, de danosos acordos políticos, de gestões caóticas e tendentes a deixar o estado no fundo do poço.
Efetivamente o STF arrebentou com o cadeado para o esconderijo dos lobos, onde a transparência é zero, prevalecendo sempre a linguagem técnica, empolada e a divulgação de estatísticas tendenciosas, a proteção aos tráficos de todo tipo e a preservação do “status quo”, inteiramente modelado pelo jeitinho da província e seus provincianos. 
Falta agora e seria um ato de bravura e honestidade arrombar as covas Municipais, o verdadeiro local onde mora o cidadão, sofrendo o verdadeiro efeito da crise causada pela corrupção endêmica e sob a coordenação política de grupos políticos estaduais em seus tentáculos locais. Tarefa para todos os cidadãos e para o Ministério Público.
É no Município que vive o cidadão e é onde tudo ocorre de verdade. Ali as consequências de políticas federais e estaduais atuam na vida, no dia a dia do cidadão em sua cozinha e em sua sala bem como nas ruas e praças. A saúde, a educação e a segurança aos cacos, descuradas, porque muitos são os políticos que só estão preocupados com suas alianças e esquemas de preservação eleitoral, pouco se importando com o cidadão e a vida; preocupam-se, sim, como interesse de seus financiadores e pouco importando-se  com a imagem política no decorrer do mandato  em função  de suas  decisões, pois tudo será esquecido na campanha,  se houver dinheiro para pagar uma boa e fantasiosa ação de marqueteiros políticos, que saibam bem manipular imagens e a opinião popular.
O município, salvo raras exceções, está igualmente blindado pela força política eleita e tudo ali é tutelado pelo interesse estadual do momento. Escândalos locais são abafados e há a lei do silêncio para proteger o interesse particular dos envolvidos e para não prejudicar alianças eleitoreiras e a imagem partidária. O Ministério Público tem atuado, mas tem limites, tem que haver denúncia política e isto depende da oposição, da conveniência e oportunidade, da oportunidade e não do anseio pela moralidade e justiça, pois todos estão de olho no prato principal: o tesouro municipal, o qual será saqueado com os mesmos garfos e colheres seja oposição ou situação, já que a cultura é de “agora eu vou me fazer”.
A cidade é que deveria tornar o cidadão satisfeito, para que ele tenha incentivos para progredir como pessoa e grupo. Mas ali só há motivos para desmotivação, instabilidade e perda do orgulho de ser cidadão. Cada cidadão é pressa fácil, possível e provável próxima vítima de arrastões, violência, golpes, assaltos. É a fácil caça na intranquilidade diária, sem o discernimento suficiente para identificar as iscas lançadas à frente de seus familiares. Realidade que se compara à paranoia animal. Até quando? Até a sorte e destino de cada um? O modelo está chegando à exaustão e esgotamento do humano.
Nada muda, nada acontece a não ser por interesse de cabide de emprego, sinecuras e planos de obras que gerem propinas.
Da União às cidades, distritos e vilas de cada um dos mais de três mil Municípios, a estrutura de distribuição tributária tem assegurado a satisfação do cidadão?  Há décadas a estrutura é a mesma e não tem dado resultado. A verba fica retida até que o Município ou o Estado peçam água, ajoelhem-se ao poder dominante e a ele se aliem ou deixem de se opor diretamente. O prefeito e vereadores são laçados e encilhados para obedecer ao poder maior se quiserem continuar na política. O cidadão e a empresa honesta que pagam tributos são as vítimas do sistema que só aproveita a quem está no Poder. É um modo perverso de mostrar quem manda e quem pode fazer. Por causa disso, o cidadão e sua cidade vivem na penúria. E quando há liberação da verba, a mesma é para obras já contaminadas por esquemas de corrupção. Vergonha nacional.
No município é o espaço onde flui a vida, onde ocorre na prática a violência já banalizada. Cidades com casas cercadas, alarmadas, saqueadas onde o cidadão tem que procurar proteção  em cercas, grades, câmaras, seguranças esperando, no entanto, a hora de ser vítima dentro ou fora de seu refúgio. Cidades onde o trânsito mata, afetando diretamente a vida da família e das empresas. Que qualidade de vida é esta? E o noticiário de todo dia, mostrando as agruras não faz o quadro de guerra civil, guerra moral, constrangimento?  Não somos reféns de aves de rapina que vem caçar na cidade? Alguém pode usufruir livremente das praças, dos parques sem ter medo? Alguém pode sair de casa e ir à calçada  e para a rua sem se arriscar? Para sobrevier a isto: sorte, destino, inteligência de prevenção, consciência. O humano com medo, receio e desconfiança do humano. É fácil desconfiar de alguém, mas não é terrível ser olhado como objeto de desconfiança, sabendo ser honesto?  
 
                             Cidades, distritos, vilas e vilarejos.
 
Cidades derretidas
pelas balas da noite escura
em vidas escorridas
nas vielas de vida dura.
 
Cidades de antes sonhadas,
agora em ruas de medo
em esquinas alarmadas
onde a calma vive só em arremedo.
 
Vidas espremidas
em noites e dias de refém
aves de rapina em suas rondas
procurando coisas e pessoas também.
 
Cidades desfiguradas e inibidas,
em ruas, praças e avenidas;
o humano em vidas ameaçadas
cheio de traumas e feridas.
 
Para poucos as horas comprometidas
em livrar-se desta agonia,
tentando achar horas mais descontraídas
e talvez algum instante de alegria.
 
O país arrecada mais ou menos 3 bilhões de reais por dia.  Qual o retorno? Para onde vai tudo isto. Mais de 50% para salários de cargos públicos, muitos deles supervalorizados. O Poder aqui é local das práticas mais odiosas do pragmatismo caboclo, do utilitarismo tupiniquim, tudo em desrespeito ao ser humano, o eleitor e sua família e empresa. O planejamento, uma grande piada, serve em muito para poucos localizarem e anteciparem informações privilegiadas.  E o que falar do desempenho dos vereadores? Não deveriam se preocupar com a educação, saúde e segurança na cidade? Se abrirem a boca ou ferem a imagem da gestão e são punidos pelo partido ou são oposição, e se assim são enquadrados, são logo abafados, neutralizados. Talvez isto responda a algumas perguntas. Por que só se limitam a projetos esquisitos, miúdos, a projetos de nomes de rua e títulos honorários?  Uma energia muito mal usada e valorizada. Por que alguns só atuam junto a repartições públicas para acelerar pedidos e processos que deveriam transitar normalmente? 
O estágio atual a que chegamos como Nação é resultado de nossa construção humana aqui na chance que tivemos neste pedaço do mundo ao longo de séculos. A corrupção nasceu nas caravelas há  517 anos,gerada pela estrutura e sistemas de Poder Monárquico em relação à Colônia. Estamos agora numa das esquinas do tempo, talvez numa das aprendizagens de nossa evolução. É inacreditável que após tantos séculos, tudo que conseguimos apresentar como sinais de evolução humana, tenha sido a mentalidade de representantes da sociedade como refinados vigarista, capazes de trair a Pátria, assaltando seu caixa e esvaziando seu bom futuro. É a realidade, somos vítimas de nós mesmos, de nossa cultura subdesenvolvida e quando há denúncia pela imprensa, alguns dos nobres voltam-se para o povo e dizem “isto faz parte do jogo retórico midiático” ou “ é o imaginário acusatório”.  
Todo este modo de estruturação política que vai do Município à União é nossa construção e resulta do nosso estágio de desenvolvimento intelectual. Somos os responsáveis porque votamos nisso. O que existe hoje como estrutura tem sua lógica e não pode ser atacada a grosso modo, no entanto serviu para privilegiar e acobertar esquemas de corrupção. A mudança dos sistemas exigirá intelecto mais nobre e mais patriótico. A persistir o corromper e o enricar ilicitamente, através da estrutura existente, a miséria será pior com consequências funestas no setor produtivo.
Todo o sistema está calcado em fundamentos pouco nobres como a vontade de não trabalhar, de tirar vantagem, de se fazer, de ficar independente economicamente o mais rápido possível para ficar de folga, de ser leite, a lei do menor esforço, em suma, a vagabundagem com Poder e o desamor ao Próximo (a população).
Se nos livrarmos da cultura da “folga, da megalomania, do egoísmo, da vantagem, da má-fé, do arrepio ao trabalho”, cultuada por muitos que podem ser incluídos na elite, vamos entrar numa outra fase da história.
Todo este modo de ser está sendo questionado e sepultado. Grupos políticos, eleitos ou não, escondem-se através da falta de transparência, do corporativismo, da impunidade, da falta de cobrança quanto à responsabilidade e podem montar esquemas milionários, regalias e legislar a sua perpetuidade. Isto durou décadas, um século ou mais. Agora precisa terminar. A falta de transparência antes usada como escudo infalível agora é contestada. Talvez agora com a decisão do STF, tudo fique no  passado sombrio e haja vergonha na cara e no bolso.  Caso contrário, a corrupção assegurará a miséria nacional, com pessoas sem saúde, sem segurança e sem educação. Como prosperar? Como ser competitivo no cenário internacional e exportar para conseguir dinheiro novo?
Tudo que se tem hoje como estrutura tributária e política não deu certo, pois atrasou o país, gerou miséria, violência e precisa desaparecer. Que seja lavada a nojeira histórica, endêmica, histórica, cruel e impiedosa. Deve ser revista igualmente a supervalorização de certos cargos públicos da “nobreza da República” que se move num mundo paralelo em palácios etc., tentando preservar e se beneficiar de estruturas da Monarquia. A tradição de “bem remunerar para evitar a corrupção“ não funcionou nunca, pois era uma mentira centenária. Mais uma das enganações institucionais criadas por quem interessa a preservação da mama estatal. 
Há muitas mudanças a serem pensadas. Seria o começo de um verdadeiro começa de uma “revolução cultural”. Seria o início de uma reforma na cabeça de políticos e seus partidos. Seria o começo para melhorar o DNA da política e seu substrato social.  A revolução silenciosa e pacífica almejada por qualquer um do povo, tendo este em mente que deve existir “honestidade, boa-fé, correta aplicação de recursos, transparência”. A equidade e justiça social seriam consequências esperadas. 
O STF lançou a semente para explodir o “bunker” estadual de malandragem, incompetência etc. Já é um grande passo. Isto não interessa aos políticos locais e seus servos utilitários, mas interessa ao povo, ao país e à Nação das novas gerações, cuja infância pode estar sendo gravemente comprometida, desde já, pela atuação nem sempre digna das autoridades políticas, com seus egos e mentiras em discursos para boi dormir.  Podem enganar a todos por um tempo, mas não todo o tempo. A juventude de 10 a 30 anos que abra os olhos, estão mexendo nos seus dias do futuro.
Necessário dizer que a vida brasileira é superior aos seus defeituosos sistemas de Governo e político, que ocupam grande parte do noticiário do dia a dia e emprestam à vida a imagem negativa e de desesperança. Mesmo a imprensa é bem menor que a vida que ela em pequenos quadros quer acompanhar.  O Governo é só uma pequenina parte da vida nacional. Suas trapalhadas afetam a vida, mas não a ponto de ameaçar com o caos que políticos e a imprensa apregoam. Todavia, há pontos tão maltratados que efetivamente são recorrentes e derivam de várias décadas de erros estratégicos no campo da educação, saúde e segurança e economia. 
Em nossa História há e houve grandes e dignos brasileiros e o tempo está passando de modo diferente face o avanço dos países tecnologicamente mais desenvolvidos. O processo evolutivo da humanidade aqui vai sendo retardado, mas vai indo aos trancos e barrancos. Pergunte-se como vai a nossa mão de obra? As start-ups estão avançando? Por que não? Um supermercado está encontrando moças e mocinhos para a função de caixa, a qual necessita de pessoas que saibam calcular? E na indústria, como estão sendo preenchidas as funções de ensino técnico? Quais os números da evasão em cursos universitários.
Darcy Ribeiro dizia que uma criança só tem 7 anos uma vez. Se não cuidamos dela com a correta educação e saúde, a oportunidade foi perdida e a criança será jogada na marginalidade, para mais tarde custar muito caro para o Estado com um revólver na mão.
É preciso preocupar-se com a vida brasileira e o cidadão com mais interesse e amor ao Próximo. Há sinais e perspectivas que denunciam diariamente uma desestruturação do humano.
Darcy Ribeiro, já sabendo que ia morrer por doença incurável, sempre dizia que detestaria estar no lugar de quem o derrotou em suas tentativas de cuidar da Educação.
Hoje estamos aqui vendo como é detestável ver a corrupção. Fizemos até agora sistemas-tentativa que geraram e reforçaram o ego de homens e mulheres corruptas na política e na administração do país e da vida. Somos todos eleitores cegos de representantes que implantaram sistemas que precisam ser revistos com urgência, antes que sejamos vítimas de um histórico passo para a selvageria como regra e não mais como exceção. Num país de muitos seguidores, cabe aos poucos pensadores honestos mudar os sistemas para o Bem: o sistema tributário, o sistema de preenchimento de cargos, o sistema de financiamento de campanha, o de fiscalização etc. Pouco adianta punir pessoas e seus esquemas,  preservando os sistemas que geram erros e vítimas. Alterado os sistemas, os seguidores a eles se adaptam. Falar de operações, falar de pessoas é quase inócuo, basta ler  jornal e assistir TV.   É necessário questionar e criticar sistemas. As mudanças tem que ser isentas, feitos com amor à Pátria e não devem respeitar os interesses de políticos e seus financiadores com até hoje tem acontecido.  
Todavia, só podemos ter alento e esperança se compararmos o Brasil de 30, 40 anos atrás onde a propina era normal, nem se falava em transparência e a imprensa não ousava denunciar. Mas onde estaríamos se tivesse havido leis, sistemas, cultura de melhor qualidade, boa-fé, menos ego, mais amor ao Próximo, à Pátria?
Que cada um pense, questione, critique para poder propor algo ou ao menos saiba votar com mais cuidado.         
 
Odilon Reinhardt