O Brasil que resultou de
pelo menos 1 século de gestão burocrática e corrupção mais agravada,
negligência e tamponamento das verdades, não deu em nada seguro e estável para
o cidadão de qualquer classe social. Não habilitou, e continua não habilitando,
suas gerações para o futuro. Fica cada vez mais atolado no pântano do socialismo
sem reservas monetárias, do capitalismo selvagem e do anarquismo ignorante,
produzindo um híbrido ideológico, sem pé nem cabeça, inaproveitável e gerador
de doenças físicas, mentais e econômicas, típico de qualquer colônia sem
identidade e sempre de portas abertas para qualquer “ismo” que aqui deseje
sugar algo, bastando “propinar” as pessoas certas.
É necessário repensar,
projetando-se para 20, 30 anos ou mais, um país que seja mais do que uma mera
fazenda ou feirinha fácil de manipular e explorar. Urge investir em reformas de
base: a humana, inteiramente coordenada por um sistema novo de Educação
Pública. Sim, Educação, algo que nunca deu voto, algo cujos resultados nunca
aparecem no curto prazo, algo que não é
palpável, mas cuja falta contribuiu para o estado atual da Nação, hoje um nada,
se preparando para um futuro de nada válido e da qual se possa orgulhar.
Discursos meramente vazios,
falsos, acompanhados de inauguração de escolas, onde não se ensina nada direito
e que resulta numa tragédia anualmente revelada no Enem; nos índices de miséria
e violência, já sem controle, com exemplos diários de selvageria e banditismo,
lembrando filmes do oeste americano, onde cidades eram invadidas por quadrilhas
para o roubo a banco e barbáries.
As gerações, com pessoas na
idade de 20 a 50 anos, hoje atuando no sistema produtivo, inevitavelmente,
repetem a mesmice da pobreza intelectual, o vazio da rotina produtiva
ineficiente e extravagante. Não evoluem em nada, só em meios de informática,
que os ensina e favorece a continuar cometendo os mesmos erros, só que através
do uso de meios mais ligeiros.
Terão que ser estimulados a
repensar, se quiserem preparar o Brasil para as gerações que estão nascendo e
que em 20 ou 30 anos substituirão as atuais gerações. Um país de iletrados, de
semianalfabetos não conseguirá sobreviver, sendo assolado pela crescente
violência, selvageria e barbárie, elementos que dão sinais que serão cada vez
mais fortes à medida que jovens se tornam adultos sem emprego e sem meios para
satisfazer as necessidades materiais que lhe são incutidas pela propaganda a
fim de garantir o consumo e a tributação.
A se continuar com a cópia
de receitas passadas e repassadas como presentes pelas esteiras portuárias do
colonialismo inglês, francês, alemão, chinês, japonês, americano, suíço,
holandês etc. que aqui fazem o que querem, seremos ao longo do tempo uma
Namíbia, um deserto esgotado e espoliado. Acabou o garbo do estrangeirismo das
décadas de 40 e 50. Poderia ter dado certo se os bons exemplos vindos de fora
tivessem sido seguidos ao Inês de copiar o negativo e o que não deu certo.
Nenhuma chance de mudança, se não tivermos inteligência própria para mudar este
cenário, selecionar as melhores ideais vindas do exterior, aprender, ao invés
de sermos meramente explorados. As classes acadêmicas continuarão a imitar a
intelectualidade de outros países e contribuirão a formatar profissionais que
serão portadores para o ceio da população da mesmice dos erros do atraso, da
falta de identidade, da falta de esclarecimento e pensamento que criam a pior
escravidão, a intelectual. São
profissionais e técnicos, investidores e empresários, no setor público e
privado, que usam modelos, conceitos e princípios importados ou não, copiados
um dos outros e que acabam deteriorando o gerenciamento, a administração,
gerando despesas excessivas, por vezes desnecessárias, gerando preços
erroneamente fixados, sistemas de sistemas onerosos num campo fértil para
trapaças e fraudes, falta em ética e erros de produção, sempre numa condição
pré–falimentar, onde a salvação é não pagar impostos e contribuições.
A população continuará a ser
condicionada a consumir todo o lixo industrializado, colocada em caixas
atraentes, satisfazendo os interesses do consumo de 5ª qualidade, mas robusto
ao satisfazer a fome da receita tributária da gestão eleitoreira, mesmo que a
conta da saúde cresça causando sustos em gestões posteriores.
Sem mudança de base,
simples, mais investimento em Educação Pública com mais dedicação ao ser
humano, continuará o país na mesma mentalidade pobre, vazia e atrasada,
egoística, fisiológica, farsante, corrupta e violenta. Não é progresso nenhum
ter carros dirigidos por verdadeiras cavalgaduras nem ter casas melhores
habitadas por gente vazia, autoritária, inflexível. Não vale nada ter avenidas
e estradas por onde passam os coitados, os negligentes, os brutos, os
irresponsáveis e os corruptos de sangue.
São arremedos de cidadãos, que em todas as classes sociais, bastando serem
contrariados, afrontados em seu ego, e assim na posição de insatisfeitos,
reagem inapropriadamente com a incontrolável ira, colocando-os nas barras das
consequências geradas ela falta de amor ao Próximo. Sistemas que jogam o
Próximo contra o Próximo, diariamente, não dão certo.
É tudo violento, “é
horrível, é uma mistura do Mal, com atraso e pitadas de psicopatia”. É bílis, é
maldade, é sentimento mal mesmo. Isto vale para os mais simples e vulneráveis
cidadãos em sua rotina até os mais elevados ocupantes da nobreza nacional em
palácios tais, onde, com sua linguagem barroca, empolada, usam a camuflagem do
carneiro, para esconder o ego alerta e irado, que existe em seu interior. Todos
são vítimas de sistemas defasados, atrasados culturalmente.
Ninguém com consciência
aguenta a violência diária nem o teatro de horrores, o fascismo de certas
autoridades com seus discursos fingidos, cheios de repetidas mentiras sobre
providências positivas de um mundo de sofismas. Horríveis são os protagonistas
da baixa teatralidade que aparece na TV. Horrível ser caçado nas ruas, terrível
a sensação de insegurança, que leva a cada um a impor-se uma prisão doméstica
noturna, horrenda a troca de mentiras, tenebroso o desperdício de tempo, às
custas do erário público, escabrosa a guerra civil , horrível Brasil.
Por hora, algumas reformas
no sistema precisam ser feitas no campo humano, através da Educação do ser
humano, cidadão, enquanto se continua com a montagem para a infraestrutura
material necessária. Com uma receita tributária de 3 bilhões ao dia, quando se está
à beira da depressão, não é crível que a Educação continue nos atuais estágios.
Algo está errado nas prioridades escolhidas pelo Governo. Até mesmo obras
significantes perdem o colorido, face à desconfiança popular. Se o Governo faz,
seus feitos são ofuscados pelas notícias de propina e corrupção. Não há crédito
dado a ninguém.
Por falta de investimento em
pessoas, nesta fase pré-eleitoral, já se antecipa a verdade, os candidatos são
os mesmos. A quem escolher? Todos são frases do mesmo texto, letras das mesmas
palavras. Prometerão o que o eleitor quer, mas não mostrarão como fazê-lo,
porque sabem que mudanças sempre mexem com pessoas e grupos reacionários.
Contudo, um necessário choque radical na gestão pública no campo dos gastos
públicos e na gestão de recursos humanos, dando estímulos ao funcionário
público para que ele se realize no cargo e abandone a condição de ficar
esperando a aposentadoria. Quando e como isto será realidade?
A insatisfação popular irá
às urnas, mais uma vez sem alternativas novas de escolha. 2018 e tudo igual. E
como seria diferente? Que plantação foi feita, que fundamentos foram
instalados, que base foi preparada para mudanças de base destinadas a assegurar
um futuro bom? Nada.
Os eleitos serão os mesmos
em cadeiras diferentes na mesma sala. Hábeis estrategistas em manobras,
intrigas, boatos, “fake news”, guerras internas de corredores do Poder. Assim,
continuarão a jogar o jogo político do atraso, em busca de apoio, prestígio e
aceitação unânime, gastando os dias da Nação. Uma vez eleitos terão que
respeitar os acordos de Poder, venderão cargos para ter apoio, liberarão verbas
para conseguir aprovação, terão que respeitar cargos de preenchimento deste ou
aquele partido, não poderão mexer no Judiciário e seus porões com medo de
retaliações, seguirão na cartilha de manutenção do Poder sem nada mudar. Vão
somente aprimorar o que já existe hoje, mesmo sabendo que vários modelos
estatais estão esgotados. O que existe não funciona, só gera exclusão e
insatisfação. Sabem de antemão que não poderão acabar com marajás
sobreviventes, sinecuras e benefícios que só causam indignação.
O sistema montado é
centralizador, fisiológico, egoístico, “empreguista”, nepotista e colonial;
gosta de burocracia, medalhas, discursos pomposos e vazios e muitas regalias a
custa do erário, vive da criação de dificuldades e da venda de facilidade.
Esquecem que tudo na vida é um processo que nunca escapa das consequências,
tendo começo, meio e fim. Nada sendo para sempre, um dia as consequências de
atos irresponsáveis ao longo de várias gerações surgirão e começarão a
danificar a realidade de modo perigoso e irreversível. Já não é o que está
acontecendo?
Neste cenário de assegurada
continuidade, onde falta a Educação Pública de qualidade é o pano de fundo, nada
é imprevisível. Pelo contrário, tudo é bem previsível: burocracia, corrupção,
abuso de poder, fisiologismo, desrespeito ao Próximo, autoritarismo,
inflexibilidade, aumento da violência e da criminalidade, falta de crédito nas
autoridades, no Governo e nas Instituições. Falta a alma verde e amarela .
Anos e anos de gerenciamento
confuso da coisa pública, a brincadeira de direita e esquerda, resultou num
“umbiguismo” sem pátria. A visão míope, egoística, mexeu no futuro das gerações
numa contínua brincadeira de mau gosto.
Em 15 ou 20 anos, o Brasil
estará totalmente na mão das gerações que hoje ingenuamente estão ainda
brincando no celular, desperdiçando tempo de estudo com diversões inúteis,
alienando-se constantemente da coisa pública e do interesse coletivo,
afundando-se progressivamente nas entranhas do individualismo, do pragmatismo
etc. Inevitavelmente o Brasil será delas. O que pegaram, aprenderam, copiaram
das gerações atualmente no Poder? Bons exemplos? Será o Brasil delas e imporão
seu modo de pensamento, cultura e modo de vida, certamente, um arremedo do que
viram até agora. Isto porque nenhum sistema as estimulou a pensar além do
próprio umbigo. Serão meras seguidoras e continuarão no mesmo formato.
Somente uma reforma da
Educação Pública poderá dar novas coordenadas, princípios para reformas do ser
humano neste canto do Universo. Não é nada que se poderá colher até o final de
cada gestão, mas a longo prazo. Se continuar o sistema pragmático e
utilitarista, preparando pessoas para a linha de produção, mulas de carga e
cortadores de frango e carne, nada irá mudar na base da cidadania. Só com
Português e Matemática não estaremos preparando ninguém para ser cidadão,
pensar, criticar, participar e votar em candidatos de ideias e propostas boas.
Estaremos só criando cegos seguidores do bumbo da mesmice e da manipulação de
massas.
Reformas de fundo,
descompromissadas com interesses que não sejam puramente patrióticos, devem ser
pensadas e implantadas por pensadores. As reformas para aprimorar o Estado, seu
modo de gestão, seu modo de receber projetos do setor privado, seu jeito de
gerenciamento da coisa pública, seus recursos humanos, suas despesas e
endividamento; as reformas do sistema econômico, seu sistema de fiscalização
etc. são importantes, mas não são o centro das reformas necessárias para mudar
cultura, estimular comportamentos produtivos do cidadão e pensar projetos e
sistemas dentro do amor à Pátria com base no amor ao Próximo. Estas reformas é
que são importantes e só poderão ocorrer com a reforma da Educação Pública, que
inclua disciplinas que levem a aluno a aprender a pensar, questionar, criticar
e lutar por um país melhor para ele mesmo.
A corrupção é uma doença que
pode ser curada, mas é necessário deixar claro que a corrupção com propina não
foi nem é a principal causa da crise econômica atual. Ficamos todos indignados,
diariamente, sim, mas devemos lembrar que a União arrecada mais de 3 bilhões de
tributos por dia e tal cifra está longe do montante até hoje apurado como
volume de propina oriunda de corrupção pelas operações policiais e processos
judiciais envolvidos. A corrupção importa quanto a sua causa, sua origem: 1- a
mente de quem corrompe e de quem se deixa corromper. Por que corrompem e por
que se deixam corromper? Que sistema econômico social e político leva à
corrupção? E mais, salários abusivamente altos das autoridades e agentes
públicos, pretensamente destinados a evitar a corrupção, provam que de modo
algum evitam a transformação da função pública em balcão de negócios. Não é,
portanto, com salários altos nem com a polícia e com processos judiciais que se
cura a corrupção, mas com educação voltada a respeitar a Pátria, o cidadão e os
objetivos do país, que estão na Constituição, patriotismo, e isto só pode ser
dado ao aluno através de uma Educação Pública (inclusive a universitária) forte
e séria. Assim, não se pode acreditar e deixar-se levar por conversa
tendenciosa de que a corrupção com propina é por si só a responsável por crises
econômicas, encobrindo erros de gestão, de estratégia econômica eleitoreira de
qualquer governo, de cultura política etc. A doença é maior, é de cabeça, e o
país está em um processo de doença mental há muito tempo, porque as pessoas
estão doentes na mente; o ego as produz e conduz em seu pensamento, levando à
depressão, drogas, suicídio, alienação e abandono, levando a violência em sua
diversidade, levando à criminalidade crescente. Num dos maiores países
cristãos, o Próximo tem medo, desconfia e odeia o Próximo.
O Estado e toda sua estrutura
tem que ser objeto do repensar para melhor, antes que as consequências sociais
dentro das tendências atuais o engulam e o tornem inviável; antes que as novas
gerações se habituem a desconsiderar o Estado e comecem a desrespeitar tudo,
vivendo numa sociedade paralela e em desrespeito ao “establisment” e este tenha
que ser protegido e respeitado somente mediante o uso de força policial e
militar. Uma camuflada desobediência
civil pode estar saindo das sementes para se apresentar como mais um dos fruto
da época. É cego quem não vê esta
necessidade e acredita na preservação do que temos hoje. O mundo mudou e os
meios de comunicação, pelo celular, nos mudaram também. Não podemos preservar
uma estrutura que usa sistemas arcaicos que não atendem à sociedade e só geram
insatisfação.
Mudanças são necessárias e
devem ser objeto de análise da população. É certo que é muito fácil criticar
tendenciosamente e destruir do que construir. Mas a pergunta é a seguinte: qual
a chance que o cidadão tem de propor e ver suas ideias aceitas? Nenhuma. Tantos
têm sido os interesses da gente do Poder com seus financiadores e partidos, que
o Governo não funciona para a população, mas para si mesmo, ou seja, para os
interesses da gestão, guiada para objetivos de financiamento eleitoral e
pagamento de dividas de campanha. Nada de interesse público e Nação, só umbigo,
é a cultura estabelecida.
Qualquer um que proponha
algo de interesse geral sabe que não terá sucesso, pois há tantas barreiras e
tantas análises para verificar a viabilidade da proposta quanto aos interesses
existentes, que mesmo que haja aparente boa vontade da gestão, a mesma nunca
caminhará. Um verdadeiro muro de contrariedades de interesses pessoais e
partidários impede qualquer proposta que não seja de interesse direto e tenha
nascido dentro do próprio Governo. E mesmo que haja aceitação, tantas serão as
emendas, para atender os ajeitamentos
políticos, que não guarda mais a ideia inicial.
Facilmente se cavalo era, virou camelo. E mais, para a aprovação final,
tantos serão os esforços para garantir a votação que o sistema de “propinagem”
será acionado oficialmente. É o sistema político, é a cultura existente, é o
que temos. Portanto, não há motivação alguma de que a população participe a não
ser das coisas para sua rua e bairro e mesmo assim, se for reduto da oposição,
terá que esperar até a queda da situação, geralmente de 8 em 8 anos.
O Governo é para o Governo
eleito. Pode aparentar ser reformista, inovador, mas continuará a ter que pagar
dívidas de campanha e atender a seus financiadores. Pode fazer teatro e fazer
discursos usando palavras democráticas, mas continuará objetivando reunir
dinheiro para a reeleição e massacrar a oposição. Pode dar de bonzinho, mas
será autoritário e antidemocrático como qualquer um que seja contrariado em seu
interesse privado, oficializado como interesse público. E usará a polícia e o
exército para sua defesa como se fosse a própria Nação.
Após tantas décadas de
negligência e falta de investimento sério em Educação, tornamo-nos um país da
violência em cidades, grandes e pequenas, em vilarejos e zonas rurais, porque
temos cidadãos toscos, na maioria fisiológicos, inflexíveis, insensíveis,
pragmáticos, intolerantes, impacientes, antidemocráticos, orgulhosos, com baixo
nível de esclarecimento e que não gostam de ser contrariados, dar a vez, ser
cordial, bastando que algum de seus
interesses estejam em jogo etc. Como as autoridades e seus partidários, saídos
de dentro do povo, poderiam ser diferentes?
Mas tal estado mental que
fez do país um doente passional é resultado de um processo que começou há longo tempo e vem se
desenvolvendo como qualquer doença psicológica ou neurológica. Seus portadores
não estão satisfeitos tampouco. Há um incomodo geral, uma instabilidade e uma
insatisfação que atormenta a todos. Quais sistemas estão dando origem a tal
modo de vida perturbador? Quais sistemas devem ser reformados?
Observe-se a vida no dia à
dia, a dos bairros, das empresas, a da rua, nos esportes, na vizinhança, nos
condomínios, na política miúda e graúda; exemplos de violência são banalizados
a toda hora. Não se tolera pensar diferente, ser ou ter diferença. Mas somos
também hipócritas porque somos “solidários” e cheios de direitos humanos quando
a violência é nos outros, é em outra cidade. Escandalizamo-nos facilmente com
notícias de violência na casa dos outros. Nossas autoridades de qualquer nível
gostam de abuso de poder, “carteiraços”, prepotência econômica, social e
política. São iguais ao povo, o cargo e o diploma não os isenta de o serem e
reagem com explicita ou camuflada violência. É necessário voltar a termos
políticos que sonhem não com a reeleição, mas com um Brasil de gente grande,
qualificada, educada para um país de futuro.
Dizia-se que brasileiro não
é solidário nem na morte, talvez hoje, nada tenha mudado. Gostamos de holofote,
de aparecer, dizendo coisas da platitude e de bancar Napoleão de hospício e
general da banda, fazer cortesia com chapéu alheio, endossar causas gerais que
não nos toquem de perto; aqui vale o ditado “pimenta nos olhos dos outros é
refresco”. Gostamos de bravatear e tomar posição a favor de causas de longe e
que não atingem diretamente nosso ego, interesse pessoal e medo de perder.
As religiões tentam dar uma
espiritualidade para todo este cenário horrível, mas têm que lidar com a falta
do domínio das letras pelo povo e acabam criando derivativos perigosos como
adoração, fanatismo e um perigoso "divisionismo" social, semente para mais
violência e exclusão. Um país onde o
Próximo é visto como potencial inimigo, como vai dar certo? Deixaram o
individualismo ir se instalando e agora os sinais e perspectivas para o futuro
derivam do comportamento de pessoas cada vez mais frias, calculistas,
insensíveis, egoísticas. Já se pode observar que as reações comportamentais são
animalescas e o desentendimento é por coisas mínimas.
Em 2018, talvez uma das mais
importantes eleições dos últimos 50 anos, cada um terá somente um voto. É o
poder do cidadão. Cada um com sua consciência e inconsciência, com seu poder de
avaliação e sua liberdade de escolha.
Que cada um exerça tal poder, mas terá que esperar mudanças de base para
outra época, pois mudanças que realmente interessam à Nação dificilmente
deixarão de ser aquelas que só interessam ao aprimoramento do que já existe e
que sabidamente não têm dado resultado bom.
Direita ou esquerda no Poder, mas nem um passo para a frente no Brasil,
se não houver Educação Pública de qualidade, voltada a formar pessoas
pensantes, livres, patriotas, esclarecidas, menos egoísticas e menos violentas
porque conscientes.
Odilon Reinhardt.3.4.2018.
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