O
ser humano e seu polêmico surgimento neste Planeta. Teses e teorias, milhares
de escritos e livros se revezam. A origem espacial? Possível imigração marciana
ou venusiana? Questões em exploração? Teoria da evolução?
O
fato é que o humano espalhado pelos continentes, nesta quadra da sua
diversificada evolução, gosta de admirar a maravilha das paisagens, campinas e
montanhas, mares e lagoas, uma beleza, uma composição, um concerto sem igual no
planeta azul. Todavia, o ser humano continua a impor sua presença num ambiente
no qual sempre encontrou inúmeros problemas de adaptação e inclusão; parece a
ele não pertencer.
A
luta do humano contra o ambiente é secular, vive com ele brigando; só consegue
progresso destruindo, poluindo e envenenando à exaustão. Só consegue proteína
devastando e matando. Luta o humano
diariamente para aqui permanecer, mas parece não ser aceito, precisa de
milhares de medicamentos, uma parafernália química e de equipamentos para se
defender contra inimigos invisíveis.
Vírus,
bactérias etc. estão a todo segundo querendo comprometer a saúde, matar a vida,
eliminar o humano, que só com sua ciência consegue alguma vitória. Montou uma
verdadeira indústria para tal fim; polêmica por sua ganância e ética, reflexo
dos defeitos humanos, mas indispensável para a manutenção da vida no planeta.
Agora, tudo isto é colocado contra a parede, pois tal indústria terá que usar a
verdadeira ciência para segurar sua clientela viva, a própria Humanidade, a
toda hora provocada e desafiada.
Em
2020, as forças microscópicas avançam; mais uma vez vieram para matar em massa.
Um vírus diferente, mutante, inteligente está no ataque; faz patrulhas de
destruição impiedosa, rápida, muda hábitos e costumes, altera a vida. Parece
ter pressa, quer o maior número de vitórias contra a ciência humana. Espalha
medo, incerteza, insegurança, desconfiança, discórdia e atiça o ego de governantes e autoridades. É
traiçoeiro e silencioso. Faz o humano pensar na dimensão da vida.
De
onde veio ou vieram? A ciência se contorce e demora a responder; foi pega de
surpresa. Seria um exemplo de aplicação da Lei de Malthus, onde a própria
Natureza cria o controle da espécie?. Não importa, pois a existência do vírus é
real, racional, desconhece as estruturas materiais e espirituais criadas pelo
humano; esconde-se, não quer comunicação, só ataque. O ego de defesa animal,
presente no humano, e seus auxiliares mais refinados como a emoção, a ilusão, a
fantasia e a fuga vive na ansiedade, na impetuosidade e emoção, todos detalhes
menosprezados pelo vírus que não quer saber de nada disto e espreita sua caça
para matá-la em qualquer lugar. Alienígena ou não, o vírus já estava entre nós
e de tempos em tempos vem se aprimorando para nos eliminar.
As
estruturas humanas para prover proteína a favor da população, agricultura, indústria e comércio
se assustam, entram em pane. Pouco importa ao vírus a política; as disputas por
dinheiro e poder, perdas e ganhos lhe são irrelevantes. O vírus faz de todo o aparato e classificações
criadas pelo humano um detalhe insignificante perante o valor maior que é a
vida e sua existência. Derrota as coisas e os negócios do mundo do Ter e do
Fazer, ameaça o Ser, amedronta o viver,
o conviver e o próprio sobreviver, este último com ênfase de prioridade
emergencial; coloca em cheque as cerimônias, crenças e crendices imaginadas
pelo humano que fica estarrecido com a inaplicabilidade de tudo diante do
momento gerado. Todo o previsível tornou-se imprevisível; a Humanidade embarca no escuro de um navegar que se espera não seja de Caronte. O medo cria fantasmas e tem alguns aliados
perante suas próprias vítimas como o negacionismo (reação típica do humano
frente a falência de sua realidade sonhada), a ignorância , o analfabetismo, a
alienação, o desconhecimento básico das noções de ciência e por que não a
repetição pela mídia de mensagens à exaustão, que podem ocasionar uma
banalização e recusa a escutar notícias.
A
única saída parece ser a é racional, científica. Não adiantam boas e belas palavras, intenções, objetivos e poesia, que
valem, como sempre valeram entre os humanos por acalento e apoio, mas não para a guerra entre
Ciência e o microscópico monstro. Contra o monstro invisível só a ciência,
fria, calculista, racional e, agora esforçando-se para ser eficaz. Ou mata-se o
vírus ou morre-se. Só a ciência humana, com vacina e remédio, poderá salvar o
humano desta invisibilidade. Governos e governantes se batem quanto às
estratégias de combate mescladas à pressão econômica para evitar danos
históricos e políticos para as economias. Autoridades eleitas negam o caos por
não acreditar que seus planos de governo estão sendo severamente alterados, o
sonho inicial não vale mais. De nada adiantam opiniões, bom senso, devaneios e
delírios, retórica e demagogias pessimistas ou otimistas em palavras; eles
simplesmente não se comunicam como o vírus e deixam ressaltada a total
ineficácia das criações humanas perante um inimigo invisível, que age
isoladamente e usa o humano como vetor, tornando-o inimigo dos demais; desafia
o poder de controle dos Governos, a previsibilidade. Mesmo que o corpo de cada
pessoa reaja com suas próprias forças com a ajuda dos equipamentos humanos, a
ciência médica não sabe, com precisão, o que ajudou a curar. Milhões de
remédios até agora desenvolvidos; nenhum serve contra o vírus. E por resto, a
aparente vitória da assistência médica, representada em cada sobrevivente, não
afasta sequelas que comprometem a vida do indivíduo talvez por tempo ainda
incerto.
O
humano conta com a sorte, espera pelo depois e usa oração para que o vírus fique longe de seu corpo e
amigos, sem ter noção alguma quanto à localização do vírus. Ao humano só cabe torcer, ter fé, esperança,
ilusões sempre presentes na vida, principalmente quando a realidade de seu país
é emocional, passional, face o alto grau de analfabetismo. Só cabe esperar, rezar
e torcer. Um país torcido e distorcido também por meios sensacionalista que fazem
picadinho da audiência nesta hora. Redes sociais espalham “fake news”. No geral,
informações são generalizadas com dados incertos, o que desafia o. poder
de discricionariedade da arrasada audiência, cujo sorriso já foi retirado há
muito tempo.
Tampouco
importa a politização da crise e disputas eleitoreiras. Neste sentido, o humano procura culpados, quer punição, quer
responsáveis, quer explicações, quer saber de onde veio o vírus, se foi criado
ou não. Há suposições interesseiras quanto ao criador e suas intenções, ideologia
e objetivos. No momento não é boa tática, pois o que interessa é o vírus em si
e seu poder de fogo mortal.
O
fato é que o humano sempre gastou trilhões para investigar sua solidão no
Universo. Age sempre de modo exteriorizado, deixando de dedicar ações
efetivamente eficazes para a investigação microscópica e seus ataques cada vez
mais constantes contra a vida humana. Sempre agiu como um lunático que gasta
seu tempo na janela admirando o céu e as estrelas e esquece de olhar sua casa
que está ruindo e pegando fogo. Na ciência, quer descobrir planetas semelhantes
à Terra, vida ou possibilidade desta no Universo, e acaba menosprezando seres existentes, reais, microscópios que sempre
estiveram entre nós e querem matar a toda hora. Agora o desafio não é como
chegar a Marte, mas como ter gente para chegar lá. Bilhões gastos em quimeras e
alucinações da espécie e agora a ciência toda pega em total despreparo, para
combater um ser microscópico, que parece fazer pouco caso da Humanidade,
reduzindo-a e humilhando-a perante forças bem superiores.
Na
fantasia, o ser humano tem imaginado seres
alienígenas horríveis, em máquinas totalmente impossíveis de existir; distrai-se
com produções artísticas, criando tecnologias idealizadas para o futuro em cenários
de sociedades frias e calculistas, padronizadas e robotizadas, defendendo-se de
invasões e destruição por alienígenas visíveis, esbalda-se em filmes de
catástrofes e fim do mundo, mas não
considera que os inimigos já estão aqui e se preparam para a letalidade
descomunal. O humano sempre foi levado a concentrar-se no visível, no palpável
e adquirível ou não; concentra-se sempre na “broader picture” e agora é atingido traiçoeiramente por algo
da “very small picture of a smaller world” feita de seres malignos, vindos para matar.
Repita-se,
pouco importa se são daqui ou de fora, já estavam entre nós, aprimorando-se a
cada ano para atacar, certamente estudando e testando a fragilidade do corpo
humano. Isto leva a indagar como eles serão em 2021 e nos anos do porvir? Darão
uma trégua ou agora é o pretenso Confronto Final? Por
hora, atacaram indiretamente o tecido produtivo, as fábricas de dinheiro, a
produção e distribuição de proteína, as estruturas humanas de circulação. Ensaiam
golpes derradeiros?
Assustador?
Certamente, mas nem tanto. Pegou muitos países de surpresa, mas o mundo, mesmo
com os mínimos investimentos face outros gastos, conforme acima destacado,
evoluiu e fez a ciência progredir. Desde a H1N1 da Gripe Espanhola, que no
começo do século passado ceifou milhares de vidas, o mundo mudou em termos de
higiene e padrões sanitários, a medicina evoluiu conforme a lucratividade do
mercado, de modo que o vírus, desta vez, será pela ciência, novamente afastado
e obrigado a se retirar.
No
entanto, tudo exigirá paciência, persistência e espera, o que afronta uma
população que se acostumou com a “virtualização” de tudo, tornando-se vítima da
ansiedade, da intolerância e da impaciência, sempre desejando a solução rápida
e instantânea, sem precisar esperar nada, vivendo a época do descartável, do
transitório. Agora é a vez do grande
teste humano.
Ainda
serão contabilizadas muitas mortes no diário número de infectados por um vírus
que não sabemos onde está, tudo na indagação de como será depois. Poucos sabem
o que fazer, no durante da crise, com suas vidas pouco intelectualizadas e
muito condicionadas a seguirem padrões e modelos de massa e de consumo.
O
vírus matará muitas vidas. Até 2/5/2020, já eram no mundo 3.421.834 casos e
243.524 mortos, conforme a rede de TV CNN-US. Para muitos bebês, jovens,
adultos e idosos já falecidos, este foi o embate final. Quantos mais?
Mesmo
com todo este escândalo trágico e profundamente triste, este vírus é menos letal que alguns aspectos
que o próprio humano carrega consigo e alimenta todos os dias, o ego e algumas
ideologias e crenças criadas que sempre matam e mataram diariamente em forma de
violência física e moral, e que o humano já banalizou e nem junta dados
estatísticos mundiais para tentar combater esta praga. O banditismo e a
violência entre humanos matam mais no dia a dia.
A
Humanidade ajoelha-se agora perante o vírus, mas segue se mostrando incapaz de
cura para estes males interiores que corroem o comportamento e as relações
humanas, resultando em morte aos milhões por dia. Poucos de dedicam a tomar
atitudes reais e efetivas para adotar o esclarecimento (luz), a compaixão ( amor) e a paz como meio de
vida. Assim, o vírus do momento é grave e fatal, mas sua letalidade é até
diferente perante o sacrifício humano imposto pelo ego, que destrói pessoas,
deixando-as vivas. Necessário ressaltar que com o isolamento e afastamento,
muitas doenças pré-existentes poderão agravar ainda mais o dia a dia de pessoas
ansiosas, paranoicas, obsessivas e/ ou hipocondríacas, que vivem sozinhas ou mesmo
em grupos. A realidade do que está
ocorrendo nos vários tipos de habitação humana deve estar no limite. Qual a
dimensão e como isto explodirá? Mais um dos feitos e efeitos desta crise
histórica.
O
vírus, no entanto, consegue seu intento, fez a revelação, mostrando o mundo dos
mascarados. Afinal, faz mudanças como a de o humano agora não ter só medo da
reação e ação do Próximo, mas da sua presença. Enfim, o Próximo como inimigo. Cobre
de desconfiança as relações sociais mais amistosas, colocando os amigos diante
da desconfiança. Doravante, o medo não é
só da aproximação de mendigos e pedintes, mas de qualquer ser humano de
qualquer situação social. E tal afastamento e radical isolamento faz com que
deixemos de ver seres queridos ou até conhecidos que neste meio tempo poderão
ter o cartão de existência vencido, dependendo da fase da vida em que se
encontrem e como sentirão a solidão.
Triste realidade. Já há até enterros solitários para pessoas de grandes
famílias e outras de grande prestígio social, a vala comum, feita com trator e
em caixões toscamente feitos de madeira barata. Inúmeras situações surgem a
cada dia e quantos nem sabem, mas estão vivendo seus últimos dias ou quando viram
pessoas queridas pela última vez, era efetivamente a última vez.
O
vírus, em verdade, acelerou tendências já em andamento há décadas, sentidas com
mais intensidade em alguns países do que em outros. O ego agressivo, mais
impulsivo quando contrariado, aparecerá agora mais globalizado na nova
realidade? Talvez, mas continuará persistente e isto diz respeito à resposta à
questão que já está sendo feita relativa a de se querer saber se haverá muitas
mudanças depois desta crise. Certamente, a curto prazo, haverá mudanças
operacionais no mundo do Ter e do Fazer , com reflexos no campo comportamental, mas com o possível recuo
do vírus estas desaparecerão; infelizmente pouca alteração aparecerá no Ser normal das pessoas, a não ser aquelas que já
estavam desejando mudar ou já estavam
num processo interno de mudança do mundo interior para maior consciência
e possível caminho mais virtuoso. O fato é que seria surpreendente se houvesse
mudança que aproximasse o humano do humano, afastando o mal ego que só cria
contrariedade, ansiedade e conflito, sempre atrelado ao medo de perder. Isto seria inédito, pois a História nos conta
que depois de grandes ataques do ego no passado da Humanidade, nenhuma foi
acompanhada de mudanças para melhor. Mais recentemente, depois que a gripe
espanhola (H1N1) ter matado 50 milhões de pessoas, o mundo prosseguiu tal e
qual e não evitou Hitler, Stalin, a Segunda Guerra, a Guerra do Vietnam e os
conflitos raciais e religiosos atuais. Mudanças sempre ocorreram no campo da
tecnologia militar ,com subprodutos para a sociedade civil, novos materiais,
novos procedimentos, mais pragmatismo, racionalismo para o bem da produção, mas
erroneamente adotados nas relações humanas com desastroso resultado, sempre
dificultando a convivência e a adoção do esclarecimento (luz), compaixão (amor)
e paz. Assim, é histórico que a manada incauta sempre prosseguiu até o próximo
ataque, instintiva, seguidora, cega. Não aprendeu nada. Possivelmente é o que veremos novamente.
Enfim,
se o humano não mudar seu interior, é o umbigo que vai vencer; o ego estará,
enfim, no seu reinado devastador, com auxiliares retirados do mundo da
produção, qual sejam, repita-se, o racionalismo, o individualismo e o
pragmatismo, que quando transportados da linha de produção para as relações
entre humanos, produz o comportamento frio e calculista, próprio dos
psicopatas, ou grosseiro e impetuoso, próprio do tosco e incauto. Se o humano
aceitar a continuidade de tudo isto, seu comportamento egoísta marcará, doravante,
a consagração do velho problema humano como soberano do “novo normal”.
Quanto
aos seres microscópicos, não há garantias nenhuma de que o novo ataque não
venha como Covid-20, 21, 22... ou sob qualquer outra forma mais inteligente e
aprimorada para matar. Até lá, a ciência talvez já tenha uma vacina e remédio
para o Covid-19, como hoje já existe para as variações da gripe.
O
momento exige reflexão. Cabe a cada um refletir sobre o que está aprendendo com a crise gerada por este vírus
e a tentativa de caos por ele trazido. Se ainda não observou nem tirou nada para
aprendizado, já é um grave sintoma pessoal, matéria suficiente para
consideração no foro íntimo.
Para
quem se interessar, abaixo há alguns arranjos de palavras que fiz para ajudar a reflexão neste momento.
Odilon
Reinhardt. 3.5.2020
Teste humano.
Hora
de apreensão,
a
Humanidade treme,
extremada
tensão e comoção.
O
humano se coloca longe do humano,
corpos
em separação,
medo
e pânico sano, por vezes insano.
Há,
desconfiança, incerteza, isolamento
receio,
insegurança, pânico,
distanciamento
e por vezes esquecimento.
Campo
propício para a escuridão,
dias
de trevas, mau humor, descrédito, pessimismo,
descrença
, egoísmo e desorientação.
Tudo
que só enfraquece e que não leva a nada ,
que
só destrói , desconstrói , restringe,
só
recolhe , prejudica e não ajuda.
Como
inverter tal química?
Só
com o pensamento positivo do mundo interior,
manter
a cabeça acima e alimentar a alma simpática.
Quebra
de hábitos pessoais,
rotinas
alteradas,
não
há perdão para erros fatais.
Com
as notícias pela TV, muitos desesperam, há ansiedade ,
multiplica
o egoísmo, o individualismo
e
tudo parece piorar com a usual negatividade.
Solidariedade
e fraternidade?
Impraticáveis
por ações do fazer direto,
uma
inusitada adversidade de verdade.
A
amizade, afetividade, amor, compaixão,
nada
de beijos e abraços, só por palavras e telepatia;
mandando
para o Próximo muita comunicação e oração.
Como
esquecer o próprio umbigo,
o
prejuízo, do dano físico iminente,
e
voltar-se ao Próximo como amigo?
Como
deixar de lado o egoísmo,
o
medo, a ansiedade pessoal
e
privilegiar o humanismo?
Como
ajudar, como manter o moral
sem
ações, sem o fazer etc.?
É
a hora das palavras, do conforto mais especial.
Não
podendo abraçar fisicamente,
agora,
são as palavras que podem levar e trazer
o
conforto que a alma pode dar à mente.
Na
imensa população de nosso planeta solitário,
o
punhadinho de gente que conhecemos
merece
formar uma rede de fé no esforço diário.
Entre
os conhecidos estão pessoas únicas também
que
marcaram presença significativa em nossa vida
e
merecem atenção neste momento em que cada um é refém.
Pessoas
que desistiram de se ver e se lembram agora,
que
tomaram caminhos diferentes,
muitas
que partiram e não foram embora.
Que
cada um que observe quem é quem em seu existir,
que
seja ou tenha sido importante no mundo psíquico e/ou físico
e
possa considerar estas pessoas em seu
prosseguir.
Que
cada um observe quem lembrou de quem desinteressadamente,
quem
se importou ,
quem
nos considerou nesta horta de pouca gente.
No
mundo, as terras contam suas baixas e muitos nem sabem
que
podem estar vivendo seus últimos dias
e
continuam como podem e com o que sabem.
A
palavra é o alimento positivo de esperança,
de
otimismo, de boa perspectiva, de reforço e coragem,
bem
melhor do que a desesperança e a
descrença.
Neste
momento o material, a economia derrete,
as
estruturas materiais ainda se sustentam,
em
rota para o que ainda vem pela frente.
Grave
ataque ao aparelho estrutural,
Governos
desesperados para manter a receita,
suspensos
direitos à locomoção e tudo fora do normal.
Autoridades
com desesperada retórica,
frases
de liderança e orientação,
mas
temendo a perda de controle, crise histórica.
O
comércio fechado,
fronteiras
cerradas,
indústria
desacelerando.
Consequências
funestas,
desemprego,
falta de salários,
nada
de reuniões, viagens e festas.
O
medo de perder,
agora
posto no amplificador,
o
ego ativado para se defender.
Trilhões
de dólares em perda material,
outros
tantos em perdas humanas,
o
mundo espiritual como último bastião imortal.
Diante
dos danos e perdas financeiras,
a
opção é ainda pela vida e sua preservação,
o
mundo acordou nestas horas.
Testes
de guerra para o corpo e ciência humana,
contra
o invisível, o microscópico,
o
globo terrestre em novo drama.
Tempo
do invisível, mas real,
do
não palpável , mas concreto,
tempo
de ameaça e do medo do mortal.
Toda
a ciência da Humanidade
foi
pega sem preparo, de surpresa
e
se esforça para lutar contra tal adversidade.
Pouco
importa a situação e posição social,
ricos
e pobres ,
todos
no suplício global.
Apocalíptica
crise das cidades,
redutos
doentios ,
quem
vai viver ou morrer, e outras realidades.
Mesmo
com tanta crescente ansiedade e comoção,
só
o pensamento positivo pode ajudar,
é
um meio de manter a alma na luz , amor e compaixão.
Entre
os afetivos, irmãos nesta hora que pede calma ,
uma
corrente forte e intensa,
pode
ajudar dando pelo menos o conforto à alma.
Assim,
com intensidade mando um abraço neste momento,
preservando
a raridade de um encontro,
e
celebrando estarmos neste dia em elevado pensamento.
Só
o pensamento positivo pode ajudar,
sempre
foi assim perante qualquer situação material ou de doença;
é
a força da energia do mundo interior que pode sempre fazer melhorar.
Nunca
se pode ceder ao negativo,
ele
na História elevou o egoísmo e só fez
destruição
a
nível pessoal e coletivo.
Só
o elo de ligação da corrente positiva
entre
seres humanos constrói
e
ele vem do mundo interior de força ativa.
Doravante
cada dia é uma sorte;
agradecer
estar aqui, vivo, com saúde
e
poder enviar um abraço intenso dando às
almas um norte.
O
norte é pensar Bem,
orar
para que a provação passe
e
que tenha ensinado algo para alguém.
Que
sejam centenas de “alguém”
e
o mundo e as pessoas acreditem que no seu interior
deve
imperar o amor, a luz, e a paz para espalhar entre todos também.
O
mundo precisa e precisará de menos pessoas calculistas, frias,
pragmáticas,
interesseiras e inconscientes,
cartesianas
egoístas
que tornam as relações pessoais utilitaristas.
Entre
almas de igual valor,
basta
terem tido a oportunidade
de
ter se conhecido neste mundo de tanto apego e dor e pavor.
Deste patamar bem superior,
mando
também um abraço de intensa luz e energia de encorajamento
trazido
da pura essência, das camadas elevadas do Ser e todo seu ardor.
Feche
os olhos, abra a alma e sinta-se com a alma abraçada
porque
esta é a maior expressão de cuidado neste grave momento
e
a sublime comunicação de almas em
dimensão elevada.
Assim,
todo dia devemos desejar estar vivos no centro
desta
confusão pandêmica, provação, teste
mortal,
para
sobreviver e poder afinal dizer, “estamos salvos por dentro”.
E
não é só neste evento desesperador deste mundo;
a
força da energia contida no abraço revelado é a alimentação
para
cada dia da vida num nível mais
profundo.
Quer
viver e viver assim?
Mande
um abraço para qualquer alma de sua afetividade
e
a vida será hoje e doravante um paraíso até o fim.
Nada
mais pode ser feito a não ser uma corrente do Bem,
telepática,
imaginária mas feita de energia do bem querer
e
que pode contribuir para todos também.
Odilon
Reinhardt.
-------------------------------------------
Dimensão
da vida.
Nestes
dias que o tempo fará ,
pensa-se
na verdadeira dimensão
de
tudo que ele pára.
Momentos
de reflexão
sobre
o limite do ter e do fazer,
as
fronteiras da acumulação.
Ter
ou não ter;
agora
qual a importância,
diante
do ser ou não ser?
Como
estava indo a vida;
o
que foi feito, o que nunca foi; o que parou,
quem
e o que nos colocou na partida?
A
transitoriedade de tudo,
os
limites do existir ,
as
condições de permanência sobretudo.
Como
seremos impactados
por
estes inéditos dias,
o
mundo, a vida e os tempos afetados?
Cada
um que observe o que pode fazer,
os
sonhos e projetos que não vão acontecer,
são
horizontes que cada um vai ter que esquecer.
O
humano tão preocupado com suas coisas acumuladas
bugigangas
guardadas em armários fora da vista,
falsas
seguranças tão valorizadas.
E
quanto ao mundo interior, o pensar,
a
única fortaleza de cada ser;
cada
um sabe o que soube ali colocar.
Nesta
grave hora da Humanidade,
onde
cada um pode ser o escolhido,
só
cabe esperar o melhor da sua espiritualidade.
Dimensão
bem exata
da
solidão de cada um
neste
Universo, neste solitário planeta.
Não
é o dia tudo o que se tem,
um
presente do tempo,
começo,
meio e fim do que se vive?
Agora
cada vez mais evidente,
a
dimensão da vida,
é
a do dia que se tem em mente.
Saber
programar o dia,
preencher
os minutos com algo positivo,
que
celebre estas manhãs de céu azul , luz com alegria.
Com
o mundo do Ter e do Fazer
agora
em questionamento
resta
o mundo do Ser.
Quem
não o refinou
pode
agora abrir a consciência
e
ver o caminho a que chegou.
Sempre
há tempo
para
cuidar do ser
e
evitar os efeitos do contratempo.
Tempo
de repensar a densidade do dia,
redimensionar,
redefinir
e
do próprio modo e concepção de vida.
O
mundo parou suas atividades,
mas
não parou o Tempo
e
o tempo é o da vida e suas grandes oportunidades.
Odilon
Reinhardt.
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O que fazer?
Vamos,
nesta reclusão, concentrar-nos no Mal
ou
vamos olhar para o futuro
e
ali antever o que fazer de bom e essencial?
Vamos
ver a TV mergulhada no pessimismo,
acumulando
números do desastre
ou
vamos dedicar-nos ao otimismo?
Vamos,
no isolamento, nos apiedar
de
terras e suas gentes em sofrimento
ou
vamos aqui cuidar de quem devemos considerar?
Vamos
embarcar na visão de mundo
que
as notícias nos pregam
ou
vamos fortalecer o interior do nosso mundo?
Vamos
sucumbir definhar, reclamando,
ou
vamos reagir,
tomar
atitude, agindo?
Vamos
chorar e manter a mente agravada
com
ansiedade e medo
ou
vamos manter a alma elevada?
Vamos,
neste distanciamento, cuidar só do umbigo
ou
vamos lembrar da força interior
estimulada
por algum amigo?
Vamos
enfiar a cabeça no travesseiro
ou
vamos passar emails, telefonar,
para
contatar afetivos de modo mais certeiro?
Vamos
ficar olhando o chão
ou
vamos imaginar no céu azul
uma
melhoria para toda esta destruição?
Vamos
nos atolar neste presente
ou
vamos repensar, redefinir planos, preparar-nos
e
pensar no futuro como chance para um belo presente?
Esta
pausa é o tempo de pensar
como
queremos estar
depois
que tudo isso passar
Quem
quer sair dessa alquebrado,
sem
ânimo para participar
do
tempo bom que trará um mundo renovado?
Cada
um que ache seu modo de pausar,
para
ficar mais forte , mais consciente
e
assim poder a tudo vencer e depois
comemorar.
Não
é todo este suplício
que
vai estragar este e outros dias
de
céu tão azul feito sem qualquer artifício.
Os
olhos focam
este
algo mais sublime
e
a alma e a mente se elevam.
Não
é toda esta comoção
que
afastará a beleza de cada amanhecer ou desta tarde.
A
alma tem os olhos bons do coração.
Cada
dia está aí fora,
uma
beleza que nos ignora,
e
passa , vai embora.
Como
menosprezar todo este cenário,
um
belo pedaço do Universo,
no
nosso único e exclusivo caminho diário?
Céu
azul ou céu cinza da tarde,
pouco
importa,
se
ali navego sem alarde.
É
a paz de quem sabe olhar,
talvez
um modo
de
esperar tudo melhorar.
Por
que não imaginar
tempos
ainda melhores de renascença,
onde
se possa prosperar?
Porque
não ter coragem de imaginar
tempos
melhores de bonança ,
onde
se possa tudo realizar?
Vamos colocar um sonho
voando
no azul com nosso poder de pássaro,
como
o que ali agora ponho.
Podemos
fazer isto ainda neste dia
que
espera a lua cheia
trazendo
força , chuva e muita energia.
É
um modo de esperar,
entre
tantos outros
que
cada um possa idealizar.
Odilon
Reinhardt.
--------------------------------------------
Invisibilidade.
Vírus
invisível,
ao
olho nu,
só
em parelho é visível.
E
o que temos de fantasmas invisíveis
como
traumas, medos, culpas etc.,
que
permanecem invisíveis?
O
vírus é acessível,
tratável,
pode ser combatido,
é
combatível.
Os
fantasmas tóxicos do nosso interior,
em
sua invisibilidade
criam
confusão, ações e reações para o exterior.
São
acessíveis pela consciência,
o
esclarecimento ,
mas
após procedimento de muita inteligência.
Verdadeiras
assombrações de mente,
servos
do ego, cupins do mundo interior,
causam
danos largamente.
Insistentes,
persistentes,
até
serem dissolvidos
pela
luz e atos mais inteligentes.
Difícil
batalha do interior,
eliminar
tais fantasmas,
vírus
invisíveis que geram dor.
E
o que dizer do que gera
tais
fantasmas,
o
ego que nos ferra.
Um
pouco mais visível,
velho
conhecido dos adjetivos,
penosamente
destrutível.
A
luz, a consciência
é
que destrói o invisível da mente,
o
ego e sua persistência.
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Onde está?
Está
por aí ,
Espalhando
medo, paranoia;
está
por aí.
Mas
onde está?
Esta
na mão, na roupa, no cabelo, na barba,
está
.
Está
no abraço,
no
nariz, na boca,
cortando
qualquer laço?.
Está
no chão,
no
carro, na sala, na cama,
na
porta, na chave , no salão?
Está
no ar,
no
vento , no controle,
na
tecla , no celular?
Está
no avião,
na
aeromoça,
no
restaurante, na comida, na solidão?
Está
em tudo,
está
no terno, no sobretudo,
está
por tudo?
Sou
eu o portador?
Você?
Quem
é hoje o portador?
Só
a vacina
e
o remédio
poderão
tirar a dúvida da esquina.
A
Humanidade acuada,
reunião
postergada,
a
vida paralisada.
O
humano neste seguir,
não
sabe como prosseguir,
um
novo e estranho sentir.
Esperando
o amanhecer,
o
novo tempo aparecer,
o
que e como vai acontecer.
Muito
para supor,
onde
, quando o vírus vai se compor,
como
vai se recompor?
Na
espera de uma vacina, do remédio,
o
humano vive em temor e suspeita,
teme
a presença do Próximo, um assédio.
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Longe de mim e de
quem eu conheço.
Desvias
de mim ,
tua
invisibilidade me procura,
quero
afastá-la de meu fim.
Sei
que me espreitas,
praga
imprecisa, maldosa;
vives
onde, nas frestas?
Vírus
fatal,
percorres
lugares de descuido,
queres
o fim do frágil mortal.
Desvias
de mim,
coisa
traiçoeira,
fantasma
, fiques fora de mim.
Sei
que estás por aí,
em
qualquer passagem, no ar,
permaneças
longe daqui.
Espalhas
temor, ansiedade,
dano,
medo, negatividade;
mudas
a realidade.
Não
toques nem leves ninguém,
que
eu conheça;
partas,
vás para o Além.
Sei
que me esperas,
que
me queres levar,
mas
esta oportunidade não terás.
Esqueças
este caminho,
que
o Éter te atraia,
aqui
não encontrarás ninho.
Deixes
a Vida,
ninguém
gosta de ti,
espero que estejas de partida.
Sei
que patrulhas noite e dia,
esperas
a fragilidade,
tu
és covarde e fria.
Vais
reforçar as piores pragas,
o
egoísmo, o racionalismo, o pragmatismo
no
relacionamento humano criando mais castas.
Queres
afastar, distanciar,
isolar,
matar.
A
Humanidade sofrerá, mas te mostrará
tua
curta permanência.
Partas
antes da morte que terás.
Já
destes tua lição.
Largas
da Terra.
Partas
de vez em solidão.
Odilon
Reinhardt.
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Depois.
Depois
todos saíremos
para o mundo outra vez;
como
renascidos seremos?
Abraçaremos,
passearemos;
muito
mais faremos?
O
céu, a terra, o sol
estarão
onde sempre estiveram,
compondo
o cenário diário e o arrebol.
Um
concerto, tons já banalizados
a
vida, uma sinfonia sem igual,
eventos,
por muitos, nunca observados.
Principalmente
por quem faz da vida
um
frio corredor de tarefas diárias
e
não sente o caminho que é só de ida.
Talvez
agora a vida com novo olhar ,
talvez
mais consciência;
uma
existência para refinar?
Sairemos
todos pelas avenidas,
encontraremos
amigos,
faremos
outros e juntaremos vidas?
Depois
não haverá barreiras,
não
haverá amarras,
a
vida mostrou agora suas fronteiras.
Quem
não as viu, não as sentou, não entendeu,
ainda
prosseguirá cegamente,
quem
o fez, agora enfim consolidou e percebeu.
E
mais, se o humano continuar a temer o humano,
não
só de sua ação e reação, mas agora de
sua mera presença,
será
uma adição a um contínuo engano.
Deixaremos
que a ansiedade e a impulsividade saiam vitoriosos;
o
individualismo, o pragmatismo, o racionalismo
e
os vários aspectos do egoísmo?
Uma
antecipada ampliação
da
realidade de alguns nichos humanos de sempre
e
uma catastrófica visão?
Se
o humano aceitar tal realidade,
muito
irá mudar antes do futuro
e
teremos a cada dia inédita verdade.
Ademais,
sem um beijo, um abraço,
um
aperto de mão, uma reunião,
como
será a cortesia, o amor, a amizade, qualquer laço?
Só
desconfiança, dúvida, medo,
angústia, insegurança , afastamento,
fazendo
da vida um horrível arremedo?
Não!
Temos que dizer não,
para
não nos arrancarem o coração, a alma ,
para
não nos jogarem no calabouço da solidão.
Teremos
que reagir, não aceitar que ações
como
acenar à distância, mandar beijos e abraços pelo ar,
seja
a consagração da “virtualização” das relações.
Que
a inteligência humana concentre-se
na
ciência e traga uma vacina e um remédio
para
o humano poder de realidades adversas safar-se.
Não
é questão só de sobreviver ,
a
Humanidade quer Luz, Paz, Amor em alto grau,
para
poder existir com qualidade , viver, conviver.
Odilon
Reinhardt.
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Reflexão.
Não
é esta a hora,
de
pensar , refletir,
adquirir
consciência do agora?
Não
é este o momento
de
perceber onde estamos
no
espiritual em desenvolvimento?
Não
é neste tempo de pandemia,
que
devemos notar quem nos liga,
quem
se importa conosco no dia?
Não
é agora o instante
para
ver quem é frio, calculista,
interesseiro
e fica virtualmente distante?
Sim,
é nestes tempos
que
devemos observar com atenção
quem
é quem e quem some nos contratempos.
E
mais, é o tempo de ver,
quem
temos esquecido
e
levamos como fava-contada neste viver.
É
a hora de constatar
quem
se importa,
quem
é amigo e pode apoiar.
Cada
um que faça sua anotação,
aceite
a lista e analise este tempo,
e
valorize as pessoas depois desta provação.
E
a reflexão exige observar,
o
que sentimos , o que pensamos, como agimos,
porque
isto revelará quem somos ao caminhar.
Quem
passar por esta tragédia,
sem
nada aprender ou progredir,
tem
que se preocupar com sua trajetória.
Não
só a do mundo exterior,
mas
a do interno,
onde
talvez haja um umbigo centralizador.
Para
pessoas bem exteriorizadas,
a
reflexão sobre fatos e movimentos
políticos
e estatísticas manipuladas.
Não
é esta a pretendida reflexão,
mas
sim, a de pessoas interiorizadas,
que
possam valorizar a observação e cada lição.
E
quem nada observar e perceber,
nada
compreender como humano,
que
pelo menos veja que ainda precisa crescer.
E
não continue a buscar culpados,
pois,
certamente, dentro de si mesmo,
há
sérios motivos, todos a serem
condenados.
Odilon
Reinhardt .