Depois e mais depois.
Depois
todos sairemos
para o mundo outra vez;
como
renascidos seremos?
Abraçaremos,
passearemos;
muito
mais faremos?
O
céu ,a terra , o sol
estarão
onde sempre estiveram,
compondo
o diário arrebol.
Um
concerto, tons banalizados
a
vida , uma sinfonia sem igual,
eventos,
por muitos, nunca observados.
Principalmente
por quem faz da vida
um
frio corredor de tarefas diárias
e
não sente o caminho que é só de ida.
Talvez,
agora a vida com novo olhar ,
talvez
mais consciência;
uma
existência para refinar?
Sairemos
todos pelas avenidas,
encontraremos
amigos,
faremos
outros e juntaremos vidas?
Depois
não haverá barreiras,
não
haverá amarras,
a
vida mostrou agora suas fronteiras.
Quem
não as viu, não as sentiu,não entendeu,
ainda
prosseguirá cegamente,
quem
o faz, agora enfim consolidou e percebeu.
E
assim, se o humano continuar a temer o humano,
não
só de ação e reação, mas agora de sua mera presença,
será
uma adição a um contínuo engano.
Deixaremos
que saiam vitoriosos
o
individualismo, o pragmatismo, o racionalismo
e
os vários aspectos do egoísmo?
Uma
antecipada ampliação
da
realidade de alguns nichos humanos de sempre
e
uma catastrófica visão?
Se
o humano aceitar tal realidade,
muito
irá mudar antes do futuro
e
teremos a cada dia inédita verdade.
Ademais,
sem um beijo, um abraço,
um
aperto de mão, uma reunião,
como
será a cortesia, o amor, a amizade, qualquer laço?
Só
desconfiança, dúvida, medo,
angústia, afastamento,
fazendo
da vida um horrível arremedo?
Não!
Temos que dizer não,
para
não nos arrancarem o coração, a alma ,
para
não nos jogarem no calabouço da solidão.
Teremos
que reagir, não aceitar que ações
como
acenar à distância, mandar beijos e abraços pelo ar,
seja
a consagração das virtualização das relações.
Que
a inteligência humana concentre-se
na
ciência e traga uma vacina e um remédio
para
o humano poder de realidades adversas safar-se.
Não
é questão só de sobreviver ,
a
Humanidade quer Luz, Paz, Amor em alto grau,
para
poder existir com qualidade , viver, conviver.
Todavia
, a História nos conta
de
experiências passadas
e
pouco diz de mudanças de ponta.
Foi
a peste negra e seus efeitos,
depois
a gripe espanhola ,
as
grandes guerras e seus defeitos.
E
a cada evento,
a
Humanidade em quase nada melhorou,
a
oportunidade pregou ao vento.
O
sobrevivente sai sempre ainda mais orgulhoso,
cada
um com sua justificativa,
e
o ego causador resurge de cara nova e maldoso.
Durante
as crises da Humanidade,
sempre
há esperança e fé de melhora,
mas
depois quase nada melhora na realidade.
O
comércio e indústria comemoram novos aparelhos,
novos
materiais, novas coisas e tecnologia
e
o mundo continua com seus moços e velhos.
Vale,
portanto, o durante,
alguns
poucos devem mudar,
já
é o bastante.
O
humano que tinha medo da ação e reação do outro,
em
2020 viu uma mudança,
agora
passou a temer a presença do outro.
O
outro visto como portador,
possível
contaminador,
o
outro é o animal inimigo e predador.
Todos
viramos párias,
intocáveis,
indesejáveis,
em
nossas lidas diárias.
Nada
de sincero aperto de mão ,
de
beijos e abraço,
nada
de coração.
Solidão,
mais individualismo,
pobreza
de espírito,
reforçado
egoísmo.
E
os maus justificam
que
sobreviveram, porque foram maus,
os
bons porque não cederam.
Os
ricos porque tinham dinheiro,
os
pobres porque tiveram fé,
os
poderosos porque o poder foi certeiro.
Cada
um com sua razão de andar,
acreditando
no seu modo de vencer,
nenhum
reconhece que deve mudar.
É
assim e assim será,
o
humano é hipnotizado e fica cego,
“Luz,
Paz , Amor” só com muito mais dor virá.
Mudanças
coletivas irão demorar,
Todavia,
o indivíduo não pode desistir,
deve
a manada contrariar.
Esta
crise de Vírus faz a reflexão ser mais intensa;
quem
pode expande seus momentos
para
as profundezas que tornem a vida menos tensa.
Variam
os assuntos do pensar,
cada
pessoa sabe de suas prioridades
que
resultam de seu observar, sentir e
questionar.
Uns
pensam em suas coisas, seus objetos, no perder;
em
projetos do ter e do fazer;
ainda
outros na existência humana e na vida do conviver.
Odilon
Reinhardt.
O
“depois” já tem se mostrado à medida que outras partes do mundo vão se livrando
parcialmente da pandemia. Mesmo assim, há no ar a pergunta de como será o “depois”.
O depois material e o depois humano? O depois dos negócios e o depois das
gentes? Primeiro as coisas e depois os humanos? Depois em que local, no mundo
como um todo, com a globalização de resultados, na família, na cidade? Ora,
todas estas respostas já estão sendo respondidas no imenso caleidoscópio da
vida mundial e, a grosso modo, já se
alinham com os exemplos históricos onde verificou-se que o depois só tem
efeitos visíveis no material, pois a manada humana que já segue e seguirá tal e
qual, continua pegando-se, apegando-se e
agrupando-se pelo material e sempre elegendo o egoísmo como mestre.
Várias
epidemias e pandemias passaram pela História da Humanidade, deixando milhares
de mortos e pouco mudou para melhor. Novos costumes, novos usos por enquanto, de
modo que as necessidades materiais são fortes e condicionam a vida, que deve
prosseguir. O certo que esta pandemia de 2020 já vem mostrando desinformação,
informação apressada, politização, briga de Poder, de Mercado, medo de um ou
outro país ter recuperação antes e tomar vantagens no mercado, em suma, o
pragmatismo e o egoísmo obstruindo a reação conjunta e unida para combater um
inimigo invisível e inteligente; muita manipulação, sofismas, corrupção e
desmando; a ação dos urubus da sociedade, aproveitadores, o jogo de números e
previsões tentando condicionar opiniões e mercados, o medo de fatal depressão
econômica. Em tudo, há preocupação com o
dinheiro, as coisas, o comércio, indústria e o reflexo sobre as pessoas, não
como cidadãos, mas como consumidor.
O
consumidor que era só um número na multidão, dado estatístico, classificado de
vários modos, sem cara, agora torna-se o centro da atenção e voltará a ser
considerado como humano, com coração, sentimento e idade. Enfim, o consumidor
como centro continuará comprando como antes?
Agora,
o suplício da Indústria. Todo o aparelhamento de marketing, habituado a criar e
manipular mentalidades para comprar, deverá se esforçar para convencer o
consumidor a comprar. O consumidor pode destruir tudo com um só ato: não
comprar. Durante a crise, se muitos estão criando e/ou represando necessidades, outros podem já estar redefinido
hábitos e planos futuros em função da idade e do tempo de vida ainda restante;
outros tantos ainda podem ter deixado de existir, perdido tudo, falido, criado
dívidas enormes ou estar perdendo o poder aquisitivo. O consumidor está em
crise e arrasta todo o mercado e suas ações.
Como
o maior poder aquisitivo está concentrado no bolso de pessoas acima de 40 anos
e idosos já se pode antecipar aquela hipotética realidade de um Brasil de idosos em 2050, sem muitas
necessidades e que certamente deixarão de consumir muito. Haverá um Japão no
centro de cada sociedade, isto é, cheio de poupadores antigos e pessoas que quase
nada compram. Algo positivo começará, se os idosos começarem a gastar tudo e se
desfazer bens ou mesmo favorecer a família e seus indivíduos, antecipando
herança, distribuindo o que têm, mas contra isto milita a insegurança da
terceira idade, o egoísmo, o apego. Difícil que pessoas habituadas a acumular a
vida inteira façam isto. Quanto ao jovem, já havia a tendência de não
acumulação, de não se sacrificar por nada, de não se entregar a nada
definitivo, de ganhar e gastar para o momento, isto dentro de uma mentalidade
de descompromisso, desapego e até desalento em virtude de incertezas pessoais e
coletivas quanto à durabilidade das relações pessoais, a obsolescência de tudo,
a transitoriedade da vida bem como a constatação de que há impossibilidade de
vencer as dificuldades econômicas e existenciais em um país marcado por
pobrezas que não são só materiais. Seja lá como for, a crise no consumo virá e
a pandemia poderá turbinar as tendências que vinham caminhando bem como a
realidade da economia em um país de idosos, quer por falta de dinheiro, quer
por apego e vício de acumular ou pela simples falta de necessidade ou vontade
de comprar. Ademais, há outro tipo de
consumidor, extraído de um nível de pessoas já mais conscientes ou que estavam
em processo de crescimento interno na sua evolução espiritual, a qual, com o
isolamento e afastamento social, tornou-se menos materialista e afastou-se de
muitos atos de consumo, inclusive alimentícios, porque consolidou de vez seu
entendimento de mundo, vida e existência diante das fases da vida que ainda têm
pela frente, tudo em ato de redução de consumo.
Enquanto
estas e tantas outras camadas de consumidores são redefinidas em essência, o
consumidor subsistente será aquele da grande maioria subempregada,
desempregada, autônoma, de pequenos salários ou salário nenhum; está será a
saída de curto prazo sem dar garantias de que será suficiente para a economia e
geração de empregos.
A
questão é diversificada e pressionará o marketing, as campanhas publicitárias,
os jogos de crédito e parcelamentos maiores. Que tal oferecer carro em 1000
vezes, leite em 12 vezes, carne em 5 vezes, talvez dê certo? Mas como estarão
os consumidores?
Muitos
perderam renda, emprego, parentes, imóveis, suas pequenas e médias empresas,
quais os reflexos disto em termos humanos? Alguém se preocupa? A pobreza material junta-se à espiritual, ao
vazio intelectual já largamente instalado em todas as classes sociais.
A
pobreza e o analfabetismo costumam fazer prato cheio contra o capitalismo e
abrem porta para variações ideológicas que sempre propõem o sonho mentiroso,
enganador, manipulador fascista. Conforme o que for se formando, pode surgir o
momento propício para o domínio do discurso dos líderes negativos, mestres
invisíveis e campanhas subliminares que têm pregado as novas gerações, falsos,
senão obtusos ideais. Há muitas décadas já se tem observado mensagens que estão
formando um caldo de contestação através de coisas aparentemente simples como se
pode exemplificar aqui com o uso de uma camiseta dizendo ” Kill your masters” ;
o mesmo se pode dizer de músicas e obras de cinema que louvam o fim do
capitalismo, sem nada propor por meios democráticos. São inúmeras as peças de
um quadro que vai incitando o espírito de contestação, destruição,
desmoralização das instituições, violência, quebradeira rebelde etc.
E
tal praga vem sempre na mão da promessa fantasiosa de mudanças súbitas e não
das mudanças feitas com debates e questionamentos que contribuam para a melhoria
dos defeitos atuais e que precisam ser corrigidos democraticamente.
No
contexto de luta e contestação libertária, espalha-se a praga da rebeldia
imatura de algum grupo sonhador e de lunáticos que usam inocentes e pessoas
combalidas por efeitos do momento; é já sabido que uma vez no Poder, tais
grupos cedem fácil à tentação de seus líderes, que a título de pregarem
coerência com suas loucas ideias, instalam a centralização, o patrulhamento
ideológico, o controle dos indivíduos, a supressão da liberdade pela
uniformização de vontades da pessoa, o esvaziamento de qualquer manifestação de
ideais divergentes e afinal o encarceramento no local de trabalho que o regime
julgar apropriado para a grande fábrica, o país, onde a escravatura é a
normalidade e poucos privilegiados tem acesso às festas da “diretoria” e seus
asseclas, cuja euforia é ouvida de longe pelos milhões de crédulos,
prisioneiros, desterrados e banidos.
Quem
defende tal futuro e tal peste, ou não conhece a História ou sonha em seu um
dos chefes. Nenhuma forma, por mais desvirtuada de capitalismo sem democracia
que possa existir, é pior do que qualquer outro regime que a História já
sepultou no cemitério dos eventos fracassados, que sempre fizeram das pessoas
suas escravas, sem que estas percebessem suas algemas intelectuais, ficando os
efeitos mais sensíveis para a classe média, esta com algum esclarecimento, todavia
facilmente modelada e desejosa de se adequar e lutar para ocupar cargos de
Poder.
O
“depois” desta pandemia poderá na infeliz hipótese acima, trazer miséria
política, social e econômica ainda maior e poderá neste sentido expor o país
aos aproveitadores de ocasião, aqueles líderes e senhores de soluções únicas
para trazer paz e tranquilidade. Resurgirão os sofistas, os retóricos
enganadores, que sempre menosprezam a força da democracia, o poder criador e
construtivo do debate contínuo como via para soluções.
Diante
de tanto analfabetismo e despreparo para participar e o paternalismo com que a
população vem sendo tratada há séculos, não será a nossa quieta população aqui
que promoverá uma súbita revolução, porque nenhuma acontecerá por meios não democráticos. O que
acontece e acontecerá é o surgimento de oportunidades em que líderes
fantasiosos e oportunistas apresentem-se
como portadores de cartas de salvação.
São os direitos assegurados pela democracia que lhes dá o direito de surgir,
falar, pregar e prometer, todavia, se tiverem sucesso nas urnas, serão os
primeiros a acabar com tais direitos, pois logo pisaram no povo e nos seus
adversários como forma de manterem o Poder. A História é rica em exemplos
destas óperas de mal gosto e tragicomédias. Todavia, ninguém vence a
persistência e força da democracia e as instituições democráticas. O sucesso de
eventuais grupos ou líderes aventureiros de ocasião, que possam vir a surgir no
“depois”, perfaz uma hipótese que se espera seja remota e não pesteie novamente
a História. Virão mas serão derrotados.
No
entanto, no quadro de empobrecimento, a pandemia no Brasil está deixando vir à
tona verdades, realidades que vinham se formando, tendências novas e revela que
a União e todo o aparato centralizador precisa ser redefinido, deixando claro
que os Estados e Municípios precisam de mais autonomia e recursos (mas como
crer que as verbas não serão objeto de corrupção); que a União usa a libertação
de verbas de acordo com seu interesse político e preservação de poder político
aumentando a mendicância e encilhamento; que o pacto federativo precisa ser
revisto; que a Constituição está defasada; que o Poder Municipal e Estadual é
que estão junto à população e a acolhem, que o Município é o que interessa; que
o semianalfabetismo é um empecilho ao progresso; que a Educação tem que ser
prioridade embora não garanta votos imediatos, tendo dificultado muito o
combate ao vírus e demonstrado por parte da população indisciplinada, rápida
banalização e desobediência civil; que os meios de comunicação desempenham
força relevante no controle das massas através de divulgação de medidas de
psicologia de massa, manipulando a opinião pública como desejar, ora usando
bois de piranha, distrações espúrias, factoides e promessas de falsa esperança
ao transmitirem falas de autoridades, órgãos públicos e as de seu próprio
interesse; que a falta, demora ou desinteresse no ajuste quanto às medidas
uniformes entre os três níveis do Executivo revelam incompetência, falta de
planejamento e liderança inteligente; que
a politização de qualquer questão é comum e meio usado entre os políticos
diante do não saber o que fazer e o constatar que a carreira está fazendo água;
que a ansiedade coletiva já se instalou entre a população como sistema de vida
a caminho de depressão e outros problemas sociais e mentais reduzindo ainda
mais a qualidade de vida; que nossa economia está capenga e defasada em termos
de diversificação e qualidade etc., etc. São todas questões que devem ser resolvidas
pela Democracia.
Se
e quando forem sendo sanadas estas questões, tudo será tido como evolução e um
passo à frente, no entanto, o processo democrático exige paciência, diálogo,
argumentos e tempo, por isso mesmo, provoca grupos mais inflexíveis, radicais,
donos da sabedoria, que tentam achar soluções únicas , refletindo sua pretensão
de donos da verdade e sempre se aproveitam do momento de penúria e carestia, em
que o povo ansioso exige soluções rápidas para problemas que vieram se formando
há décadas.
Ademais
diante do modelo de liderança que sempre esteve presente no país, onde
políticos geralmente tem comportamento pessoal autoritário e de professor de
Deus, há o entendimento de que possibilitar diálogo, debate, confronto de
ideias é visto como sinal de quem não sabe governar ou, mais comumente, como
resistência, oposição e perda de tempo. O método mais aceito é de imposição de
decisões, falar alto, mostrar força e se possível grosseria, inflexibilidade,
“pulso forte” e até ameaça. Mostrar-se líder autoritário agrada as massas e
lhes dá garantia, todavia, nunca deu certo.
E
a presença sempre constante de tais líderes, com vários exemplos na História de
várias décadas, têm levado a questionar se entre nós existe realmente esquerda,
direita, centro, ou só há um partido, o pessoal de cada político, defendendo a
qualquer preço e causa o acesso ou manutenção do Poder para fins pessoais, nestes,
incluindo certamente o do grupo que o financia. Muitas vezes observa-se que a
Pátria e os elementos constitutivos da Nação não recebem a mesma prioridade,
pois esta é facilmente subjulgada pelos interesses fisiológicos de vaidade,
prestígio e a intenção de enricar, eleger-se, garantir a reeleição e sua
perpetuidade no Poder. O que vale mesmo são os negócios pessoais, camuflados e
oficializados como interesse público do momento; e assim, prosseguimos, tal e
qual como antes, durante e depois, mesmo que haja por algum tempo danos
econômicos radicais; que as pessoas mudem o comportamento de consumo, mas não sua personalidade e
egoísmo; que a política continue no mesmo caminho do seu próprio descaminho. Afinal,
para os aproveitadores toda crise cria novas oportunidades, novos negócios.
Aqui é onde acontecem as coisas; é terra dos “vivos e expertos”. Em acréscimo, aqui, apesar de a Educação ser
um problema nacional determinante, ocorrem pagamentos de construções de escolas
sem que nada ou pouco tenha sido construído; alguém quer fazer seu caixa com
compras durante a crise de Pandemia, mesmo sabendo que a compra é superfaturada
ou o objeto não serve nem funciona, mesmo conhecendo o fato que há pessoas
morrendo aos montões. Tal desrespeito é a despreocupação com o todo, dando
crédito para a tese de que a corrupção está no sangue desde o tempo das
caravelas. É o país onde se fabrica remédio falsificado, adultera-se o leite
das crianças, desvia-se merenda escolar, rouba-se fiação de luz de estações de
tratamento de água, de hospitais e escolas etc. Muitas vezes os políticos responsáveis
por crimes milionários contra a pátria e contra as novas gerações saem ilesos,
sendo que só os ditos “bagrinhos” sofrem revés mais sério. Então, não é uma
maravilha? E a vida continuará tal e qual, tudo legal, e se for ilegal, é uma
questão normal. A repetição de casos de impunidade degrada tudo à banalidade
cotidiana. Tudo imexível. Quem desejar mudar esta cultura rapidamente acaba
sendo sempre expurgado e desmoralizado, pois ninguém dos grandes esquemas quer
perder. Está ficando cada vez mais difícil aguentar o Brasil neste negativo.
Na
verdade, falta a este país o resgate de um imã de progresso sólido, justo e
honesto, que leve os jovens e as pessoas a algo positivo, à prosperidade, a
qual aqui parece ser considerada pecado. A continuar esta falta de modelos de
progresso pessoal e coletivo, vamos viver os resultados desta contínua
desconstrução, contestação a qualquer modelo, sem nada ter para
substituição. Seremos o país onde tudo “desacontece”,
e as novas gerações, usadas nesta miragem, sofrerão cruéis consequências, hoje
ainda camufladas em sinais espalhados. Estas novas gerações, hoje, estão sendo cegadas
e tornadas objeto de manipulação e serão abusadas no futuro incerto de cada
dia. Aqui, enfim, os mestres invisíveis e também os visíveis estão fazendo tudo
para que nada dê certo em termos de progresso honesto.
Nenhum
sistema de gestão pública que não impulsione o cidadão a estudar, crescer pelo
trabalho honesto é válido em termos de bom futuro. O analfabetismo ou
semianalfabetismo é o maior entrave para a democracia e inclusão social. Nas últimas décadas pouco
temos visto que tenha sido feito para mudar o rumo de um destino fadado a não
ser bom. Gerações estão passando e sem modelos inteligentes, as mesmas estão
sendo condenadas a repetir atitudes ruins, sem ou com pouco progresso
intelectual, tudo porque não há um imã modelar, somente uma contestação
continuada sem nada para propor.
Nenhum
indício de mudança está em curso, talvez a pandemia, pelo menos para 2020,
tenha rebaixado ainda mais a qualidade do ensino com este forçado uso de aulas
pelo computador, com resultados bastante questionáveis.
A
realidade que vem sendo construída nos últimos 50 anos pouco mudará se nada for
feito democraticamente As consequências
já estão por aí em vários lugares do mercado de trabalho num processo de
começo, meio e fim. Portanto, para o “depois”, se materialmente considerado, já
se antecipam danos e prejuízos para um mundo que foi pego na euforia de um
progresso não sustentável; no campo humano, nada mudará de essencial,
continuará este vazio e o egoísmo predador; o fim do processo irá acontecendo
para ser concluído em algum tempo do futuro com o estrangulamento da competência
para fazer frente às necessidades do mundo e o suplício existências das
gerações.
Quanto
ao mundo de hoje, por algum tempo, haverá medo, receio e a tensão entre
economias, a falta de sincronia entre países recuperados e a recuperar,
endividamento, nacionalismo, xenofobia, segregação, dúvidas quanto à
globalização, revezes contra a China, incentivo à industrialização nacional e
independência desta quanto a importações, etc., mas pouca mudança para o ser
humano, que continuará na sua tendência egoística. E doravante haverá suspeita de o vírus voltar
como Covid-21-22 ou já sob cápsula de algo mais danoso e mortal, pois é
inteligente, mutável e persistente em sua intenção de eliminar humanos. Todavia, é desafio para a ciência e mais cedo
ou mais tarde será vencido na luta de vida ou morte. O “depois” e sua qualidade
dependem só de um fator: o humano, vindo dos seres que se aperfeiçoarem como
humanos. Na falta de soluções, só se
pode dizer que o vírus que mata o humano não é menos terrível do que a falta de
boa Educação formal, que aleija a mente e deixa muitos vivos e expostos aos
mestres invisíveis e visíveis da manipulação.
Odilon
Reinhardt -3.7.20