quarta-feira, 3 de novembro de 2021

Mais observações e consequências.

 

                                  Mais observações e consequências .

 

 Até 2/11/21 são: no Brasil, 21.800.000 de casos e 608.000 de mortes; no mundo 248.000.000 de casos, 5.000.000 de mortes.    

 
                                            Do pó ao pó.

 

Esses distanciamentos

que tem marcado o mover-se,

que derrotam os relacionamentos.

 

Essa máscara 

que tem escondido o sorriso, as palavras,

que a tudo mascara.

 

Esse álcool de mão

que tem entorpecido os contatos

que explicita a rejeição.

 

Esse isolamento 

que tem esvaziado a rua,

que nos tira o encantamento.

 

Casos do dia ,

mortes antes do tempo ,

que dão à vida medo e agonia.

 

Poucas boas notícias,

no horizonte

velas de graves consequências.

 

Verdades e irrealidades,

platitudes e frases de efeito,

adversidades.

 

Nunca caíram de uma só vez

tantas fichas, mostrando que

a humanidade pode mesmo virar pó.

 

Vai mal,

do jeito que vai.

A Terra dá o sinal.

 

Material e espiritualmente

o humano acabou em confusão,

perde-se nos labirintos de sua mente.

 

Socorre-se do brilho material,

ajoelha-se e nele se diz feliz,

no fundo vive o medo da viagem mortal.

Odilon Reinhardt.

 

 

                                Onde estão?

 

Onde está

aquele senhor que ficava na praça

e não está mais lá?

 

E aquela criança

que brincava no jardim

e não há ninguém na balança?

 

A menina que passava

todo dia a caminho da escola

e sua amiga que tanto falava?

 

Até o carrinheiro deixou de vir,

desapareceu em seu mundo,

não pode prosseguir?

 

Para onde foram

todos que compunham a rua

e hoje ali não mais andam?

 

Voltarão um dia?

Partiram, não voltam mais.

Foram embora no trem da Pandemia.

 

Aquela idosa senhora,

de andar lento, com sacola vazia,

não passa mais na mesma hora.

 

Onde estão?

Agora que tudo parece mais calmo,

para onde foram?

 

Foram embora ,

não puderam nem se despedir,

estamos sem eles agora.

 

Pais, avós, parentes,

amigos, conhecidos, colegas,

foram todos , nossas gentes.

 

O que deixaram para entender,

o que levaram de nós?

Cada um é que deve saber.

 

Silentes indagações,

os afazeres preenchem  as horas

e o humano não se importa com maiores reflexões.

 

E a vida continuará,

os sobreviventes e seu “normal”

e assim será.

Odilon Reinhardt.

 

                                          Foram

 

 

embora para qualquer lugar

no Universo ou só no cemitério,

o que agora pode isso importa?

 

Foram com suas verdades,

inverdades, conclusões, decisões, segredos,

acumulações, convicções, experiências e realidades.

 

Deixaram de existir ,

solução final;

doravante, o eterno inexistir.

 

A sociedade que os classificou,

numerou, categorizou, usou,

agora das tabelas os retirou.

 

Como partida, ainda vão aparecer

na lista de casos e mortos

e assim vão desaparecer.

 

Aos sobreviventes a vida,

um pouco mais de inseguro respirar,   

até a chamada para partida.

 

O dia a dia terá seu calor,

algo que dê ânimo;

que se procure sempre algo indolor.

 

Os que se foram talvez diriam

“aproveitem todos os instantes do dia”,

é o que recomendariam.

Odilon Reinhardt.

 

 

 

O vírus não gostou da vacina. Foge aos poucos em busca de bolsões de pouca resistência. A ciência humana resistiu e fortalece sua defesa. Dentro em breve, talvez uma pílula de salvação e todo o aparato de vacina será um passado detestado. Por enquanto, a vida continua, sem o temor e a aflição do início da Pandemia. O humano ensaia sair da toca, com um pouco mais de coragem, mas ressabiado do que lhe foi mostrado como realidade em vários aspectos da TV, política e seu círculo de amizade. A rotina vai se recuperando e tende ao normal. Não haverá novo normal, a não ser alguns aspectos comerciais que ganharam algumas inovações, muitas de passageira estadia. Lentamente os afazeres externos vão sendo recuperados e ajudam a preencher o tempo dos seres humanos. Se houve ganhos pessoais em termos de evolução espiritual, de conquistas contra o ego, etc., isto pertence a indagações silentes . O certo é que a grande maioria segue sem muito refletir, pois não vê ainda ganho no meditar e no aprimoramento do seu mundo interno. Dentre os vários pontos que podem ser listados em continuidade ao que foi mostrado na postagem de 3.9.21 , temos que filósofos e pensadores , que ainda não divulgaram suas grandes sínteses , devem estar observando pontos como os seguintes:

 

Depois da Segunda Guerra Mundial , o invisível Covid conseguiu aprimorar-se para fazer a Guerra do Século. Se é guerra interplanetária, talvez nunca saberemos. 

 

O mundo virtual e seus múltiplos instrumentos salvaram a Humanidade de consequências muito maiores em todos os campos.  

 

A ciência foi pega de surpresa, mas reagiu e diminuiu o sofrimento;  mostrou seus limites e deve ser controlada. Erros podem ser fatais. 

 

Em alguns lugares, onde a inexperiência foi mais acentuada, o processo de aprendizado foi marcado por estratégias erradas desde o início. Os erros foram pagos com muitas mortes e sem culpados; 

 

Políticos deram um jeito de controlar a pandemia com discursos e palavras soltas, fizeram seu palco no rodeio da morte.

 

Políticos só sabem da política do cercadinho e da reeleição;

 

As teorias de psicologia de massa ajudaram a controlar a população, por vezes, com mentiras e muita manipulação. Os meios de comunicação tiveram sucesso. Ficou visível como e o que o Poder usa para conduzir o povo. Houve muitas trapalhadas nesse campo.

 

Foi uma grande oportunidade para se observar como funcionam a sociedade, as pessoas e o Governo.

 

A Justiça foi obrigada a descer ao dia a dia da praça e ao bate boca em ponto de ônibus, perdeu sua dignidade. Foi obedecida por puro temor reverencial. 

 

Em alguns aspectos, o combate aos vírus fez lembrar os regimes fechados de opressão.  Ficaram evidenciadas as incapacidades do aparelhamento oficial, o que de certo modo levou certos órgãos a estimular o denuncismo para cobrir suas insuficiências.  

 

Os decretos municipais de condução das medidas de controle, em alguns aspectos, foram duvidosos e incoerentes quanto ao modo  de flexibilização. Ficou claro que muitas medidas eram para garantir a capacidade de atendimento pelos hospitais. Seus insucessos acarretam mortes em massa.     

 

Mostrou-se a política usando da ditadura médica, por vezes, alarmista, política e mal intencionada. Houve notícias de “tribunais” de médicos para decidir quem iria ou não para a UTI.  Alguém se preocupou?

 

Ficou destacada a dependência suprema do mundo quanto a recursos materiais e muito menosprezo aos recursos humanos. 

 

Os recursos para pesquisa científica e ciência no Brasil precisam aumentar. Mesmo assim pelo menos dois laboratórios mostraram-se atuais e prontos para responder a demandas.

 

Mentes corruptas acharam um jeito de desviar recursos públicos para compra de medicamentos  e acessórios a seu proveito. 

 

Quem era mau humano não deixou de se aprimorar.

 

A pandemia afastou os já afastados e mascarou os já mascarados, acelerando tendências em vários campos.

 

Durante a crise foi observado o reforço do individualismo, utilitarismo e pragmatismo, pelo que o humano se afastou ainda mais do humano. 

 

Nem a morte em massa tem força contra o ego e a ambição dos políticos e comerciantes.

 

As reações do povo são iguais em todo o mundo, não importando a riqueza do país.

 

Ações e reações de manada ficaram igualmente visíveis e televisíveis como nunca. Momentos de euforia e sofreguidão se revezaram . Também momentos de louca debandada com trágicas consequências.

( a lista continua na próxima edição). 

Odilon Reinhardt . 3.11.2021.