sábado, 3 de dezembro de 2022

Para realizar um justo sonho, a provável euforia exuberante.

 





                                      


Para realizar um justo sonho, a  provável euforia exuberante.

        

Até 2/12/22 são: no Brasil, 35.300.000 casos e 690.000 mortes. No mundo são 645.000.000 de casos e 6.640.000 mortes.

 

                                            Ir para  a frente.

 

Terminou ou começou,

abriu ou encerrou?

 

Falou ou silenciou,

reclamou ou aceitou?

 

Para uns sim,

para outros não.

 

Uns pensam assim,

outros pensam no fim.

 

Alguns acham ,

outros nem falam.

 

Alguns já esqueceram,

outros nada viram.

 

Direita ou esquerda;

ida ou volta.

 

Ninguém pensou

em ir para a frente? 

 

Quem vai ,

quem fica?

 

Quem vai fica,

quem fica vai?

 

Onde vão ,

se vão em frente?

 

Vão é o ir ,

se não souber onde e como ir?.

 

Ou ir

é um eterno descobrir?

Odilon Reinhardt.

 

                                               Nova investida.

 

Não há sossego,

Covid insiste ,

não há arrego.

 

Deu pausa ,

o humano se espraiou

respirou por boa causa.

 

Mas o vírus investe,

quer ainda mais mortos e deficientes,

é resistente.

 

Agora vem com mais uma  subvariante. 

Novamente , a ameaça, o medo, a suspeita,

e as pessoas receiam e ficam distante.

 

O terrorista vem com guerra psicológica,

exige máscara, isolamento, distância,

a mesma lógica.

 

Deixa no ar,

se a vacina ainda vale

e pode funcionar.

Odilon Reinhardt.

 

Diante de perspectivas de anos de repetição de tentativas anteriores, ninguém está mais contente do que Gargântua e Pantacruel ; os sinais de inchaço prenunciam grandes momentos de fartas ceias no setor do cofre.

Incham os Estados, Prefeituras, a União no reino de “fartura”. Mudam  os teores  de discursos; tudo é direcionado para justificar a intenção proposta. Faladores na mídia mudam as frases para se mostrarem concordes. Políticos correm para garantir seus lugares no palco. O eleitor e até mesmo a mídia mais livre engolem tudo com farofa de pacotes de validade vencida.

Apesar da boa vontade e da sempre disposição em “ dar uma chance”, apesar de todos os esforços para endossar e viabilizar intenções de qualquer governo, é necessário entender que limpar gavetas em busca de recursos, reajeitar despesas e acreditar em crescimento futuro, vai acontecer mediante os movimentos de  uma realidade advinda de um sistema gerador globalizado. Será difícil inventar uma verdade que faça 2+2 resultar em 9.

É livre o sonhar, o apostar no futuro, o delirar em sanear a pobreza e eliminar décadas de problemas causados pelos  governos de vários governos. Todavia, em Economia não existe “ se colar, colou”, “ vamos ver no que vai dar”, “vamos tentar” , mormente quando a História já  registrou em várias de suas páginas o precedente temerário nesse assunto. A realidade diversa e arraigada sempre se sobrepõe a qualquer salvador da pátria. 

Veste-se sempre a intenção de bom objetivo constitucional, registrada na  Constituição da República:

 

Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:

I - construir uma sociedade livre, justa e solidária;

II - garantir o desenvolvimento nacional;

III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais;

IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.

 

 

Justos objetivos. Quem não os deseja? Quem não quer  ver todos realizados e o país com progresso, alto PIB, próspero e empregando a juventude.  Todavia , há a realidade  do bolso. Fé e esperança ajudam, mas atitudes reais é que vão produzir resultados concretos.

No jogo do perde e ganha da vida, quais interesses serão contrariados, se no orçamento umas áreas vão ter que diminuir e outras engordar?  Briga de cachorro grande e o centro de seus interesses passa pelo centro político, que reúne o grande caldeirão dos negócios presentes e seus objetivos. O centro sempre foi a medida do país. Ali tem de tudo e ali se dobra o aço e se corta a manteiga. Todo e qualquer governo se dobra ao centro.

Mas o painel de fundo de todo o teatro é a qualidade da mão d e obra disponível.  Vontades políticas de momento não escamoteiam as consequências de inúmeros governos que deixaram a Educação em segundo lugar. Há no presente ações do dia a dia que refletem bem a falta do investimento em Educação. A sociedade pouco evoluí sem aula de qualidade e famílias com hábitos de estudo.  O trabalhador sem capacidade e saúde atrasa tudo. O executivo com maus hábitos e vícios toma péssimas decisões.  O jovem sem futuro assegurado ou com possibilidades de crescer na vida esmorece. Ademais, é bom lembrar que há anos atrás os visíveis efeitos da falta de capacitação da mão de obra passou a ser um fator limitante da onda de empregos, elevação da renda e prosperidade. E o que dizer agora com o avanço tecnológico que exige da mão de obra capacidade no campo  da informatização? 

As reformas estruturantes de grande relevância devem ser aquelas que façam a cabeça com modelos de estudo, prosperidade nacional e progresso pessoal.  Mas para tais reformas que levem à realização dos objetivos constitucionais acima mencionados, é necessário dispor de cabeças evoluídas ou comprometidas em evoluir.  Quanto da mão de obra nacional ainda disponível têm condições de recuperação, intelecto e saúde para um desafio laboral?. 

Se persistir a ideia imediatista, eleitoreira, nada vai mudar. Todo novo governo esmorece logo frente a brutalidade da vida real . Logo os sonhos, mesmo que delirantes, a esperança na mudança e no novo ímpeto acabam. O socialismo precisa de recursos, pois gosta de gastar. Findo o dinheiro, só há carestia e dificuldades. Tudo voltará ao normal do dia a dia. Fim de festa no cofre.

Ainda outro aspecto relevante é que a  ansiedade do mundo de hoje não permite pensar a longo prazo. A ideia de fazer o bolo para todos poderem comer não é aceita. Aqui, come-se os ingredientes da receita em separado, por vezes cru e sempre antes da hora, dá voto. E voto é o que interessa.

Uma certeza há, o dinheiro é sempre o mesmo, as gavetas são as mesmas, o remanejar entre gavetas é que depende do regime de governo. Reformas de gavetas, garantindo que algumas sempre recebam mais do que outras sempre geram discussão e dificuldades. Vende-se a alma para garantir uma gavetinha meio cheia.

O esforço nacional tem que ser para que o dinheiro do cofre aumente. Defender gastos humanitários é justo, mas precisa de mais dinheiro. Pantacruel e Gargântua nunca foram de trabalhar,estão protegidos em sua posição sempre esfomeada. Quem trabalha é a indústria , o campo , a mina,o comércio, no entanto , estes são arrombados constantemente pela vontade gulosa do Poder em todos os níveis.  

Mesmo assim  ninguém fala em rever os sistemas que condicionam comportamentos nas tantas instituições. Não se fala em Educação de qualidade. Nada se fala dos mestres invisíveis que dão suas aulas indiretas e negativas à  juventude, ocupando o espaço que seria dos bons modelos. Ninguém questiona o reino do gordo, preguiçoso e incompetente Gargântua e Pantacruel, que come todas as receitas e deixa pouco para investimento. Ninguém fala da cultura de hábitos atrasados como " agora eu vou me fazer", o uso do poder público como balcão de negócios pessoais e partidários, o espírito de tirar vantagem de tudo , etc.  Seria a grande mudança , só a volta à distribuição de dinheiro?  Todos já conhecem os efeitos de tal política dentro do sistema econômico atual.     

Um "New Deal", sustentável e lastreado em trabalho e seriedade, seria a solução? Mas como fazer isto apartado do sistema econômico mundial.  O Estado mais forte e gordo é a âncora ou o peso morto que atrasa a todos?

Diante dos desarranjos da economia mundial causados pela Covid, que se juntaram às consequencias do já esperado problema de excesso de crédito, há a formação de um quadro muito desafiador para 2023 e os seguintes. Não se pode dizer que é um salto no escuro. 

Pela primeira vez corre-se o risco de ver realidades com regras apocalípticas antes mesmo de um novo governo iniciar. Uma espécie de passaporte para mais um  voo de galinha?   

Odilon Reinhardt. 3.12.2022.

    

 


quinta-feira, 3 de novembro de 2022

Se Economia de 2+2=9 . Ao início euforia. Depois a agonia de pagar.

 





                 

 Se Economia de 2+2=9 . Ao início euforia. Depois a agonia de pagar.       

 

 

Até 2/11/22 são: no Brasil, 34.800.000 casos e 688.000 mortes. No mundo são 631.000.000 de casos e 6.590.000 mortes.

 

 Terrorista.

 

  

Acuado pela ciência,

o vírus mortal

foi sabotado com inteligência.

 

Esconde-se agora ;

cria emboscadas terroristas;

pega ainda descuidados a toda hora.

 

Está no ar,

em algum lugar do dia,

espera ainda aleijar , matar. 

 

Se é alienígena ou não,

alia-se a outras doenças,

quer devastação.

 

Ainda instiga o medo,

prejudica a atividade humana,

a economia não se recupera tão cedo.

 

O humano , vitimado,

carrega suas sequelas,

o desempenho ficou prejudicado. 

 

O vírus terrorista ,

agora ataca aos poucos,

mantém-se na lista.

 

O humano quer ter

sua vida anormal de volta ,

mas o terrorista quer vencer.

 

Mantém todos em  desconfiança,

dúvida, medo, suspeita,

cansaço e desesperança.

 

Segue ainda o humano tendo-o como refém,

sequelas físicas e sequelas comportamentais,

e a vida rasteja para ir além. 

 

Odilon Reinhardt.

 

 

Lá do fundo.

 

 

O que seu Zé , lá do fundo da baía

diria sobre a vida agitada da cidade,

pensaria sobre a gente correndo no dia,

sentiria ao sentir tanta complexidade,

perceberia ao ver este tipo de filosofia,

perguntaria sobre o objetivo de tal realidade?

 

Lá do fundo da baía,

onde o ar parece parar,

o tempo  não é medido com agonia,

a vida pode pausar,

a existência não conhece a desarmonia

e até a morte pode esperar.

 

O que seu Zé diria

de tanto golpe, fake news, mentira,

de tanta euforia, ansiedade e correria,

de muita confusão de onde nada se retira,

de tanta desarmonia ,

de gente que por nada se atira?

 

E seu Zé perguntaria

o porquê de tanta dificuldade,

animosidade, adversidade,

maldade, falsidade,

nesta curiosa realidade

cheia de tanta rivalidade.

 

Lá do fundo da baía ,

seu Zé nem mesmo sonha

com uma vida em tal raia,

nem que na imaginação ponha

todo seu bom senso para o dia

e algo com isso componha.

 

E o Zé do bar, da Bolsa, da Paulista,

como vive com tudo isto,

com suas pressões sempre à vista?

 

O estômago arruinado,

pronto para morrer de infarto,

na frente da TV e seu noticiário infestado?

 

É , refém dessas realidades,

morreu o Zé da cidade, ao começo da noite,

protestando contra a TV e suas meias verdades. 

 

 

Então, vimos o que vimos e como foi. Mais uma vez , na etapa de evolução em que se encontra, a população, de todas as classes sociais, reagiu ao que a imprensa fez e como o fez. Num país onde 8% dos 10% letrados pode interpretar um texto, impera a imagem e a oralidade. Vale a palavra, terreno fértil para a imprensa fazer seu carnaval, brincando com  imagens e frases. Pouco importa se o que o candidato, autoridade ou figura pública fala e nunca traduz em ato formal. Importa que falou e suas palavras são a massa  para todos os confeitos. Vale o oral.

Nesse ambiente, o fisiologismo prevalecente e a inflexibilidade de pensamento não permitem interpretações variadas para frases e gestos, os quais  seriam cômicos e inofensivos ao rir mais descontraído. Assim, tudo é levado na ponta da faca. A imprensa faz a festa, fazendo notícias para suas tendências. Não se pode brincar com a retórica.       

E quando o oral é que vale, importa o carisma, a aparência, e a retórica que se aproxime do popular e se mostre amiga e ciente das carências das realidades menos favoráveis. Aí nasce o voto baseado na palavra, na aparência pessoal aliada a frases de efeito , ilusórias visões de um futuro a ser alcançado, enquanto desassociado das possibilidades de uma Economia 2+2 =4, mas bem coerentes com o sonho da fé e da esperança.

Tudo favorece o campo florido dos marqueteiros políticos que trabalham muito bem com a psicologia de massa para dar promessas de redenção, perdão de dívidas, e uma vida bem melhor numa utópica terra de Mel e Leite.

Se o voto foi dado a quem prometeu uma Economia de 2+2+4 ou 2+2=9 , agora o eleitor deve esperar ,como consumidor,  pelo que será a realidade que cada uma destas situações vai trazer.

Se a orientação econômica for de gastança, o cidadão  que tenha muita fé e esperança para manter o bolso. Este ao início poderá até estufar, mas como o tempo prevalecerá a lei econômica e erros serão pagos em décadas de muito sofrer material.

Mas cabe, na evolução social multiforme a que chegamos , chamar a atenção para algo  mais. Apesar de todos os credos e religiões, cerimônias e adoração, pouco se vê quanto ao controle do ego. Aqui, em massa e em todas as classes sociais, vale o umbigo, poço de todas as lamentações, principalmente depois das ações e reações sem qualidade humana.

E mais, o reflexo da nossa realidade feita ainda de grosseria e intolerância, aparece em muitos níveis. Observe-se e questione-se que em projetos de obras, políticas públicas, no planejamento de ações emergenciais de órgãos públicos, empresas públicas e provadas e nos relacionamentos pessoais, há uma mínima consideração quanto ao elemento humano, seja como cidadão,  seja como consumidor. Ainda impera o ego descontrolado, o descuido, a falta de atenção, o relaxo a nível federal, estadual e municipal. Não é de agora nem de ontem, é de séculos.

Independentemente do resultado das eleições, com base no lastro cultural e evolutivo acima referido, a cultura do ego continuará; haverá raiva social, luta de classes, o enobrecimento da grosseria e da mediocridade. Nossos credos e religiões parecem incompetentes para mudar a cabeça social.  A questão de evolução pessoal é lenta demais. Reina a criminalidade e a barbárie. 

A aglomeração de tanta gente ainda nas escadas da evolução gera amassa que vai agir e reagir tal e qual, quando ficar visível que qualquer aposta em fantasias e sonhos irreais como a de uma Economia 2+2=9 foi  um ato de engano. Passada a euforia inicial, as ruas vão reclamar e o passado será repetido.

Os fundamento da Economia: Despesa Pública, Inflação/Juros e Câmbio não permitem brincadeira. Portanto, se praticada a Economia de 2+2=9, teremos euforia e depois a agonia de pagar. Se ao contrário,  houver cumprimento da regra 2+2= 4, teremos a agonia do não ter e depois a euforia de poder ter. Seja lá como for, nunca se poderá desligar o Brasil das tendências da economia mundial. É a realidade.

Não é de se preocupar por enquanto. Quem já sabe, sabe o que vai acontecer.  Quem pagou para ver, que veja.  Mas ambos estão no embarque do mesmo barco. Nada será alcançado sem democracia neste navegar. As consequências de impulsos prepotentes, grosseiros e inflexíveis atingem a todos desde o café da manhã até a hora de desligar a TV e dormir. E qual a qualidade do dormir?

O próximo passo é ficar de olho nas milhares de nomeações para cargos. Tradicionalmente, pessoas serão levadas à temporária “nobreza” bem remunerada, alguns sem jamais ter vencido nas  urnas. E estas pessoas, entre elas muitas nulidade, é que vão promover a cultura de fazer da vida pública o seu balcão de negócios; a grande oportunidade da vida. A História conta que essa é a regra individual ou em conjunto.  Sempre que possível a festa nos cofres. Mas só a imprensa pode cuidar disso.

Todavia, antes da posse, parte da mídia hipnotizará o povo, que deixando de ser eleitor, passará à categoria de torcedor. Viva a Copa do Mundo! Fator elementar para o esquecimento de tudo!

Para as novas gerações ficará a lição de que em eleições essências , não se pode torcer como para um time de futebol , pensando  que depois não haverá consequências e a vida continuará intocada quanto ao resultado. Haverá reflexos e a cada erro na Economia, a administração do presente sofrerá e repercutirá no futuro que está ficando mais difícil.    

 

Odilon Reinhardt. 3.11.2022.


segunda-feira, 3 de outubro de 2022

O que foi, foi. Como foi?

 






                                           O que foi,  foi. Como foi?      

 

 

Até 3/10/22 são: no Brasil, 34.700.000 casos e 686.000 mortes. No mundo são 618.000.000 de casos e 6.550.000 mortes.

 


Urbe em Chamas.

 

 

Atolado em seus dilemas,

sai à caça com sua armadura,

cheio de direitos e antenas.

 

Com cara de bolacha amassada,

arrasta-se com ímpeto pela urbe,

nem sabe onde se acha na manada.

 

Cego , pronto para desabafar;

alguém tem que levar a culpa,

por sua condição dentro ou fora do lar.

 

Infestado de problemas,

irritado com tanta situação adversa,

não consegue realizar seus esquemas.

 

Quer um pretexto;

alguém tem que pagar, qualquer um

que entre em seu causal contexto. 

 

Encrenca ambulante ,

nervoso e irritado, danado.

É hoje! Quer o olho de qualquer passante.

 

Arde a urbe ,

chamas invisíveis ,

aqui e ali a ira ruge.

 

Há um buraco que passa,

vazio , cheio de agonia,

a existência o arrasa. 

 

Assolado pelo vento de seus pensamentos ,

pisa  na terra das desilusões e contrariedades,

estufa a mente com descontentamentos.

 

Calado,insatisfeito ,

pensando  ser o centro do Universo,

consome-se com dor no peito.

 

Precisa agredir,

quer matar,

mesmo  com  o silêncio de seu existir.

 

Cheio de abismos pessoais,

cedendo aos instintos animais,

não importa a vida e seus sinais.

 

Assim vai o cidadão em seu resistir;

por fora talvez bela viola,

por dentro um vulcão a explodir. 

 

Odilon Reinhardt.

 

 

 

 

 

Será?

 

 

Será que esse vírus danado

causou tanto dano

que muito humano  já ficou distanciado?

 

Acomodado na solidão,

com preguiça de contato visual,

com medo de aproximação?

 

Será que há alguém

que não veremos mais olho no olho,

e com quem jamais falaremos também?

 

Será que vivemos na ilusão

de que isso não aconteça

e ela já é a verdade em reação?

 

Será que aguardamos

pessoas voltarem , se aproximarem,

sonhamos?

 

Quantas nem se importaram

durante os graves momentos

e nada perguntaram ou responderam?

 

Por que voltariam então,

por que as aguardamos ;

não é isto tudo uma ilusão?

 

Que danos mais esse vírus pode trazer

do que os espirituais

que cada um já sente ao sobreviver?

 

Odilon Reinhardt.

 

Tempo Bom?.

 

 

 

Como vai,

tudo bem ,

bom dia

para você também!

 

Tempo bom,

o encontro por acaso,

tudo de bom,

me dá um abraço!

 

Quanto tempo;

É já faz tempo;

a gente se vê,

foi um bom tempo!

 

Até mais,

a gente se encontra por aí,

embora saibamos que talvez jamais. 

 

Tempo bom,

que ficou no passado,

era outra época,

época de tempo bom.

 

Sensações

guardadas no coração,

motivo de canções,

causando emoção.

 

Hoje foi bom também,

mas nada como aquele tempo,

agora vamos indo,

lembrando do tempo bom.

 

Até mais então,

até qualquer dia,

passar bem

até então.

Odilon Reinhardt.

 

 

Livre agora.

 

 

Olha quem vai chegando,

é a saudade

que vai se unindo

a minha realidade

de solidão.

 

Elas combinaram o encontro

nesta noite de verão,

ficaram conversando

no meu coração.

 

Depois se desentenderam,

foram embora

e nem adeus disseram,

fiquei livre agora.

 

Sai, fui curtir o verão,

a noite estrelada,

não estava sozinho nem triste,

já tinha algo melhor para o coração.

Odilon Reinhardt.

 

 

Agora, a realidade.  São sistemas que geram comportamentos.  Falar deles é sinal de sabedoria. Falar de ações é perda de tempo. Falar de pessoas é assassinato da oportunidade de pensar.

Sistemas deveriam ser objeto de perene rediscussão para readaptação ao caminho do tempo passante ao melhor progresso da sociedade.  Mas o debate não acontece tão clara e rapidamente.

Em momentos altamente democráticos, o nível de escolaridade limita em parte a reflexão; impera o nível real da rua introduzido em redes sociais. 

Os principais sistemas adotados para reger a vida deveriam estar em discussão, todavia, muitos não querem inovação, não querem se mexer; privilegiam o falar de pessoas, o fisiologismo da calçada e a conversa de boteco.

O que sempre estamos vendo é o desperdício do momento histórico e uma variação de propostas dispersas, motivadas pela necessidade de captar votos ou simplesmente aparecer.  São propostas? São sugestões, opiniões sem lastro na possibilidade econômica real, são sonhos e delírios, são devaneios ancorados na esperança e na fé por tempos melhores. E mais, são propostas, em sua grande maioria, referentes a consequências de erros do passado. As verdadeiras causas ficam intocadas. A realidade econômica está posta e é determinante, mas isto vai contra a fé e a esperança bem como a necessidade de apresentar algo novo, mesmo que seja uma falácia.  

Pipocam aqui e ali, lá e acolá, propostas bem divorciadas da realidade fiscal e contábil. Feita para o reino de Gargântua e Pantacruel.  A Utopia preenche o imaginário, em época de eleição ou, a todo momento,  continua a mesma mixórdia, a mesma cara de pau, a mesma ilusão. O tempo é assim desperdiçado com ataques pessoais, o que equipara a eleição ou qualquer discussão aos níveis democráticos mínimos de uma assembleia de condomínio, associação ou clube.

O certo é que muitos políticos, ao saírem de seus quatro anos de cercadinho, lembram agora do povo. Parte dos meios de comunicação adotam seus filiados preferidos, mas já está por demais claro que de todos os “ismos”, de todas as tendências em resuscitação, de todo o sensacionalismo da mídia usado para garantir audiência, o povo cansou e virou as costas.  Usado e abusado por anos, principalmente na Pandemia, o povo desligou-se do noticiário político.  Foi assim reforçada a Síndrome de JOMO, que é o prazer de estar fora, o prazer de se desligar, de virar as costas.  Foi com isto que parte da mídia contribuiu para a formação democrática.  Política, para o pessoal do cercadinho; para o povo, o prazer de estar de fora desse caminho, o da manipulação através de comentários tendenciosos. Quem lucra com isto?

Em suma, as pessoas se desligaram da mídia política, quer por esgotamento, quer por falta de escolaridade suficiente para entender o conteúdo dos comentários e notícias; optaram por algo mais simples: a sua vida do dia a dia.

Como tal reação prejudica a participação no momento político mais importante? A questão só será respondida oportunamente se alguém por ela se interessar. Certamente, não pela própria mídia, pois quem se interessa em saber?  Logo virá a Copa do Mundo, depois a ilusão do Ano Novo e o Carnaval. Qual a duração do carnaval que virá? O que dá mais dinheiro?

Se imperou o JOMO, o prazer de se desligar, caberia mesmo perguntar o por quê de tal reação. Parte da mídia que se questione, pois não dá para viver só de propaganda oficial ou de partidos; o índice de audiência pode levar à falência. Mas tal questionamento só acontecerá internamente para salvar o negócio.

O certo é que o povo se afastou há muito tempo; cansado de ser tratado como boneco; desligou-se com prazer e com certo sabor de vingança.  Parte da mídia e suas redes sociais, pensando ser tudo e toda poderosa, tem muito efeito nos cercadinhos políticos, funcionando como diário oficial da fofoca, da distorção, sempre fomentando polaridade, intriga. Mas perante a população, isto é passado.

Todavia, não é só o JOMO que gera efeito alienante.  O cidadão pode não estar por dentro das fofocas /fatos político, mas formula seu consenso, participando de efeitos práticos dos sistemas existentes; sente o cheiro da mentira e da coisa errada; respira o ar comprometido das coisas há muito mal feitas; sente o gosto amargo que se forma aos poucos quando olha o futuro; escuta a voz interna, procurando liberdade, paz, justiça para se desenvolver; tem dor de cabeça ao ver os filhos sem perspectiva. Em todas as classes sociais há algum desacerto, desconforto, desânimo. E mais, sente o vazio do bolso, levando à incapacidade de realizar seus projetos de vida.

Assim, o cidadão, qualquer um, pode não estar ligado, mas percebe e sabe o que está acontecendo, us ao bom senso, o instinto.  Cada um ao seu nível, digerindo e filtrando os comentários de terceiros na formação de um consenso de ente social.   Pouco importa o passado, pouco importa a ideologia. Todavia, muita gente, com contas atrasadas, vai votar com o pensamento no bolso. Quem prometer mais neste campo é mais aceito. Tempo de dificuldades propiciam propostas utópicas.

A pergunta mais simples é: o cidadão, de qualquer classe social está satisfeito como o Brasil feito por décadas de governo?    Há segurança quanto ao futuro.

Nem se pergunte isto para as novas gerações, que sem bons modelos de prosperidade e um ambiente de progresso, já entenderam  que em sua pátria será muito difícil fazer a vida, caso certos sistemas usados por Gargântua  e Pantacruel não sejam  revistos numa revolução institucional de qualidade, eficiência e de alto nível. Tal revolução não é algo a ser feito pelo povo ou estudantes nas ruas. É algo para profissionais, estudiosos e que proponham alterações muito além do simples reduzir despesas e controlar funcionários.

Inegável que as instituições atuais seguram o país em suas crises, mas o fazem com modelos antigos, seguindo uma cultura administrativa e gerencial defasada, burocrática e que só funciona para se preservar  posição e  altos benefícios.  

Portanto, não importando números e resultados, alguns sistemas, pelo menos os mais defasados continuarão a gerar seus efeitos e reforçando seus muros corporativistas, consumindo a energia preciosa de novas gerações, deixando de lado modelos de progresso e oportunidades de crescimento e realização pessoal de muitos jovens.

De imediato, para quem vota com pensamento no bolso, cabe prosseguir sonhando e esperando as soluções mágicas, lastreadas em fé e esperança.   

 

Odilon Reinhardt. 3.10.22