Não é só o Covid que nos invade.
Até 2/2/22 são: no Brasil, 25.800.000 casos e
629.000 mortes. No mundo são 385.000.000 casos e 5.700.000 mortes.
Hordas
invasoras.
E não há sossego,
há permanente ameaça,
medo desconfiança , não nego.
Ninguém nega,
o vírus retraí e avança,
impõe o pega -pega.
Lança seus filhotes,
sabujos caçadores,
querem matar sob holofotes.
A ciência humana
mantida no limite ,
a vida humana sacode e se abana.
Os sistemas ficam em foco,
a arrogância e o orgulho,
a ganância e seu troco.
O insubstituível império do dinheiro
no altar dos sacrifícios
e o humano no ego costumeiro.
O mundo gira,
fecham-se portas e janelas,
a vida ao futuro e à sorte se atira.
Em pausas concedidas
o vírus deixa o humano se espraiar,
enquanto faz tramas ardidas.
Novos ataques contra a vida,
2022 e o mundo não pára,
não há saída.
Nem da Lua nem de Marte,
a vida é da Terra
e o vírus quer sua morte.
Hordas invasoras,
inteligentes, invisíveis, donas do ar,
com adaptações querem ser vencedoras.
Variantes se unem
,confundem , atacam,
nunca se desunem.
Aprimoram sua ciência,
o humano usa a sua,
a solução escapa do individual.
Guerra dos mundos,
vidas em jogo , fins diversos,
armas invisíveis em agentes profundos.
O humano
na defensiva,
só sabe se defender,
não ataca de forma ativa.
A condição de refém permanente
gera o estado de alerta
e aos poucos afeta a vida completamente.
Mas a ciência ainda atacará,
fará com que as hordas inimigas recuem
o remédio chegará.
Odilon Reinhardt.
Platitude do existir
e a mutação da energia.
Foi exigido muito não só
do sentir,
mas do pensar , do agir
, do reagir,
e agora todos devem
prosseguir.
Muitos esfarrapados
mentais,
mendigos das
consequências;
a retomada vem em dores
sensoriais .
Muito virou pó,
um passado difícil de
apagar,
dá um piedoso dó.
Pasmados com tudo,
boquiabertos perante o
presente,
estarrecidos sobretudo.
Cicatrizes invisíveis
vão aparecer,
mas a manada continuará,
nasce , reproduz , come
, bebe até morrer.
Cada um vai engolir seus
danos,
a vida vai continuar ,
é bem maior que os
enganos.
A força vital
leva a todos;
é o tranco essencial.
Um dia após o outro
e de repente o futuro
sobressai
e cada um já é outro.
Surge nova visão,
os dias voltam a ser
limpos,
o mundo vira uma nova
diversão.
Há o poder da vida
de preferir a energia
positiva,
e fazer dela sua maior
saída.
Sorriem os pensamentos,
projetos e planos se
abrem,
fazem bons movimentos.
Como a Fênix dourada,
a vida renasce das
cinzas,
mostra-se renovada.
Quem não acredita em tal
visão,
deve ser um dos seres
que o vírus deixou morto
vivo na ilusão.
Mas é o dia a dia que
tem o poder
de acordar, fazer
renascer,
e voltar a crer.
Assim as lágrimas da
Fênix
tem o poder de
beneficiar a todos,
trazendo a consciência
que o melhor é ser feliz.
E ser feliz é aceitar
plenamente,
pensar positivo e no
próspero,
para que possa prosperar
pela mente.
Odilon Reinhardt.
O que fazer?
Vamos,
nesta reclusão, concentrar-nos no Mal
ou
vamos olhar para o futuro
e
ali antever o que fazer de bom e essencial?
Vamos
ver a TV mergulhada no pessimismo,
acumulando
números do desastre
ou
vamos dedicar-nos ao otimismo?
Vamos,
no isolamento, nos apiedar
de
terras e suas gentes em sofrimento
ou
vamos aqui cuidar de quem devemos considerar?
Vamos
embarcar na visão de mundo
que
as notícias nos pregam
ou
vamos fortalecer o interior do nosso mundo?
Vamos
sucumbir, definhar reclamando ,
ou
vamos reagir,
tomar
atitude, agindo?
Vamos
chorar e manter a mente agravada
com
ansiedade e medo
ou
vamos manter a alma elevada?
Vamos,
neste distanciamento, cuidar só do umbigo
ou
vamos lembrar da força interior
estimulada
por algum amigo?
Vamos
enfiar a cabeça no travesseiro
ou
vamos passar emails, telefonar,
para
contatar afetivos de modo mais certeiro?
Vamos
ficar olhando o chão
ou
vamos imaginar no céu azul
uma
melhoria para toda esta destruição?
Vamos
nos atolar neste presente
ou
vamos repensar, redefinir planos, preparar-nos
e
pensar no futuro como chance para um belo presente?
Esta
pausa é o tempo de pensar
como
queremos estar
durante e depois que tudo isso passar
Quem
quer sair dessa alquebrado,
sem
ânimo para participar
do
tempo bom que trará um mundo renovado?
Cada
um que ache seu modo de pausar,
para
ficar mais forte , mais consciente
e
assim poder a tudo vencer e depois
comemorar.
Não
é todo este suplício
que
vai estragar este e outros dias
de
céu tão azul feito sem qualquer artifício.
Os
olhos focam
este
algo mais sublime
e
a alma e a mente se elevam.
Não
é toda esta comoção
que
afastará a beleza de cada amanhecer ou desta tarde.
A
alma tem os olhos bons do coração.
Cada
dia continua a estar aí fora,
uma
beleza que nos ignora,
e
passa, vai embora.
Como
menosprezar todo este cenário,
um
belo pedaço do Universo,
no
nosso único e exclusivo caminho diário?
Céu
azul ou céu cinza da tarde,
pouco
importa,
se
ali navego sem alarde.
É
a paz de quem sabe olhar,
talvez
um modo
de
esperar tudo melhorar.
Por
que não imaginar
tempos
ainda melhores de renascença,
onde
se possa prosperar?
Porque
não ter coragem de imaginar
tempos
melhores de bonança ,
onde
se possa tudo realizar?
Vamos colocar um sonho
voando
no azul com nosso poder de pássaro,
como
o que ali agora ponho.
Podemos
fazer isto ainda neste dia
que
espera a lua cheia
trazendo
força , chuva e muita energia.
É
um modo de esperar,
entre
tantos outros
que
cada um possa idealizar.
Odilon
Reinhardt.
Falar e debater sobre
atitudes pessoais é o dia a dia dos políticos, da vida corriqueira, do mundo e
seu caminhar. Pensar sobre o sistema ou
sistemas que geram tais atitudes é algo cada vez menos frequente. É como ver o
pessoal na estrada sem se importar em saber
para onde o caminho vai.
O dia a dia fornece um
caleidoscópio suficiente para desviar o pensamento e entretê-lo com diversões
enganosas. Assim é a vida das pessoas e, no conjunto, a de um país. Pouco ou
muito se observa sem questionar o rumo e se ainda há saída corretiva além do
tempo de amadurecimento coletivo no processo normal da sociedade.
No momento sente-se o peso
da mortalha de um negativismo plantado. A população arrasta-se na História pelo
caminho de ex-colônia. É a terra onde altera-se o leite, falsifica-se remédio,
onde coloca-se fogo em mendigos na rua, onde a selvageria assume fatos
banalizados,onde ocorre o grande show das superficialidades.
Certamente em lugar nenhum
do mundo a população é feita de grandes pensadores, analistas, críticos,
filósofos, muito pelo contrário. O que incomoda alguns é que quem deveria e tem
condições de intelecto não tem liberdade para descascar os sistemas, uns por serem empregados da mídia , obrigados a
seguir o viés do patrão , outros tantos
porque não têm como aparecer ao
público a não ser através da mídia, a
qual só favorece os que lhe são cativos e obedientes, claro, tudo dentro da
intocável liberdade de imprensa, na tarefa impregnada por visão defasada e
tendenciosa , sempre pessimista, professando o caos e gerando o senso comum
voltado para um lado nada progressista. A mídia precisa atacar pessoas. Ao
nível já conquistado, qualquer análise mais profunda nem é lida nem entendida.
É sempre possível perceber
que em programas de debate promovidos pela mídia, todos os convidados juntos
aos empregados da emissora, têm a mesma opinião e, se diferentes em
insignificantes detalhes, não se distanciam da linha impregnada da ideologia da
emissora. A filosofia é incutida subliminarmente, aos poucos, bem
imperceptível.
Então, o que existe para os
olhos condicionados pela TV é um festival de superficialidades, o dia a dia
feito de crítica e comentários de atos e falas pessoais de autoridades.
Suficiente fonte de intrigas para alimentar o sensacionalismo e dar vazão aos
comentários tendenciosos das emissoras.
Algo mais pobre?
Em tudo, ações e reações das
pessoas ao nível de evolução da sociedade onde do pessoal ao profissional, por
falta de liderança e modelos de progresso material e intelectual, a vida é
comandada pelo ego, pela contrariedade, frustração e impulsos diversos em
reações e ações emocionadas e apaixonadas; nenhum espaço para o intelecto
elaborado e para a razão, mas certamente um campo livre para a manipulação,
moldagem e condicionamento pela mídia que faz o cidadão mera vaca no pasto.
Mas que sistema ou sistemas
geram tudo isto? O econômico, o político, o religioso? Talvez a idiossincrasia
formada por todos os sistemas? Com mais
certeza, os sistemas deturpados pela customização baseada em mediocridade, a
falta de Educação de qualidade, fazendo campo aberto para a mídia modelar, ao
seu desejo e de seus clientes pagadores, a intelectualidade e o cérebro de quem
se arriscar a pensar neste país, onde há picadinho de discernimento para se
engolir com sabor da terra. Ademais, nas ainda existentes consequências da
burocracia colonial portuguesa e no decorrente jeitinho brasileiro estão as
raízes fortes da corrupção em suas várias modalidades, sangue que corre em
todas as veias do sistema formal e pessoal.
E pergunta-se quanto aos
nossos intelectuais autônomos, qual sua isenção, qual sua qualidade, como se
comportam em debates quando confrontados por ideias diversas? Como os debates
são contaminados pelas tendências de inflexibilidade, conservadorismo,
intolerância, etc.? Quantos minutos duram tais debates sem que o debate deixe
de cair no vazio, no radicalismo e impaciência e alteração de voz ?
Diante do império da mídia
em modelar o pensar e o comportamento popular por vários e insistentes meios
além da escolinha diária dos telejornais, surgem várias perguntas. Se a mídia é
importante por seu papel de informação e sem ela o cidadão comum e o pessoal do
cercadinho político de nada saberia sobre o formal, por que, então, tantas
pessoas de todas as classes sociais estão desligando a TV ou usando os canais
da TV a cabo no horário dos telejornais e de há muito já abandonaram o jornal
escrito? Porque não aguentam mais a retórica tendenciosa e manipuladora, a
visíveis manobras auditivas em controversas mudanças de mensagens. A mídia está
ficando demodé. A quem aproveita isto, tendo-se o seu bom lado, pelo menos em
teoria, de contribuir para a democracia.
Será que é movimento
deliberado, orientado por forças lá de
fora, por anacrônicos pensadores que tentam reviver pensamentos niilistas,
egoístas do individualismo caótico, da anarquia pessoal, pregando a
desconstrução de qualquer tipo de autoridade em nome de uma libertação do
indivíduo, no caso, o jovem inocente e despreparado, bem na fase em que procura
identidade e aceitação? Será que esta parte da mídia sabe o que está fazendo e
qual o futuro disso tudo? O certo é que as ideais de Max Stirne nascidos por
volta de 1840 reagiam contra condições da época. Este filósofo alemão pensou em
modelos de libertação individual perante regimes políticos e sistemas
implantados pelo poder monárquico. Tudo longe da República e da democracia,
realidades que mudaram o mundo. Hoje suas ideais se levadas puras à
disseminação em mentes despreparadas, desconsidera a necessidade do humano de
viver em sociedade, a ela pertencer e ter padrões a seguir. Retirar isto do
indivíduo comum é jogá-lo no vazio, na desorientação. Talvez Max tenha pensado
na utopia de uma sociedade compostas de jovens altamente inteligentes e
preparados, o suficiente para se autobastarem, orientarem-se por si mesmos para
acharem caminhos de felicidade duradoura. Isso, sabe-se de há muito, só se
consegue com muito estudo e pensamento em diversas fases da vida. Quem tem isso
aqui?
O cidadão comum de todas as
classes sociais e seus jovens não
conseguem atropelar o tempo para conseguir o nível para discernir o que parte da mídia está
fazendo ao expor a população a mensagens libertárias e contestatórias
inconsequentes e que vão vitimar pessoas em seu caminho pela vida. Consequências irão brotando, a mão de obra
será afetada, os negócios mais sofisticados serão prejudicados. Até que ponto
exportar grãos, carne e pedras será sustentável? Até que ponto descurar da
Educação será possível, sem causar danos ao país? Até quando a ausência de um
modelo progressista que inspire as pessoas a serem positivas e prósperas poderá
ir sendo substituído por um negativismo plantado?
Odilon Reinhardt 3.2.22.