quinta-feira, 3 de fevereiro de 2022

HOrdas Invasoras

 

                             





                                      Não é só o Covid que nos invade.

 

 

Até 2/2/22 são: no Brasil, 25.800.000 casos e 629.000 mortes. No mundo são 385.000.000 casos e 5.700.000 mortes.

 

 

                                     Hordas invasoras.

 

 

E não há sossego,

há permanente ameaça,

medo desconfiança , não nego.

 

Ninguém nega,

o vírus retraí e avança,

impõe o pega -pega.

 

Lança seus filhotes,

sabujos caçadores,

querem matar sob holofotes.

 

A ciência humana

mantida no limite ,

a vida humana sacode e se abana.

 

Os sistemas ficam em foco,

a arrogância e o orgulho,

a ganância e seu troco.

 

O insubstituível império do dinheiro

no altar dos sacrifícios

e o humano no ego costumeiro.

 

O mundo gira,

fecham-se portas e janelas,

a vida ao futuro e à sorte se atira.

 

Em pausas concedidas

o vírus deixa o humano se espraiar,

enquanto faz tramas ardidas.

 

Novos ataques contra a vida,

2022 e o mundo não pára,

não há saída.

 

Nem da Lua nem de Marte,

a vida é da Terra

e o vírus quer sua morte.

 

Hordas invasoras,

inteligentes, invisíveis, donas do ar,

com adaptações querem ser vencedoras.

 

Variantes se unem 

,confundem , atacam,

nunca se desunem.

 

Aprimoram sua ciência,

o humano usa a sua,

a solução escapa do individual.

 

Guerra dos mundos,

vidas em jogo , fins diversos,

armas invisíveis em agentes profundos.

 

O humano  na defensiva,

só sabe se defender,

não ataca de forma ativa.

 

A condição de refém permanente

gera o estado de alerta

e aos poucos afeta a vida completamente.

 

Mas a ciência ainda atacará,

fará com que as hordas inimigas recuem

o remédio chegará.

Odilon Reinhardt.

 

 

 

Platitude do existir

e a mutação da energia.

 

 

 

 

Foi exigido muito não só do sentir,

mas do pensar , do agir , do reagir,

e agora todos devem prosseguir.

 

Muitos esfarrapados mentais,

mendigos das consequências;

a retomada vem em dores sensoriais .

 

Muito virou pó,

um passado difícil de apagar,

dá um piedoso dó.

 

Pasmados com tudo,

boquiabertos perante o presente,

estarrecidos sobretudo.

 

Cicatrizes invisíveis vão aparecer,

mas a manada continuará,

nasce , reproduz , come , bebe até morrer. 

 

Cada um vai engolir seus danos,

a vida vai continuar ,

é bem maior que os enganos.

 

A força vital

leva a todos;

é  o tranco essencial.

 

Um dia após o outro

e de repente o futuro sobressai

e cada um já é outro.

 

Surge nova visão,

os dias voltam a ser limpos,

o mundo vira uma nova diversão.

 

Há o poder da vida

de preferir a energia positiva,

e fazer dela sua maior saída.

 

Sorriem os pensamentos,

projetos e planos se abrem,

fazem bons movimentos.

 

Como a Fênix dourada,

a vida renasce das cinzas,

mostra-se renovada. 

 

Quem não acredita em tal visão,

deve ser um dos seres

que o vírus deixou morto vivo na ilusão.

 

Mas é o dia a dia que tem o poder

de acordar, fazer renascer,

e voltar a crer.

 

Assim as lágrimas da Fênix

tem o poder de beneficiar a todos,

trazendo a consciência que o melhor é ser feliz.

 

E ser feliz é aceitar plenamente,

pensar positivo e no próspero,

para que possa prosperar pela mente.

 

Odilon Reinhardt.

 

   

 

O que fazer?

 

 

 

Vamos, nesta reclusão, concentrar-nos no Mal

ou vamos olhar para o futuro

e ali antever o que fazer de bom e essencial?

 

Vamos ver a TV mergulhada no pessimismo,

acumulando números do desastre

ou vamos dedicar-nos ao otimismo?

 

Vamos, no isolamento, nos apiedar

de terras e suas gentes em sofrimento

ou vamos aqui cuidar de quem devemos considerar?

 

Vamos embarcar na visão de mundo

que as notícias nos pregam

ou vamos fortalecer o interior do nosso mundo? 

 

Vamos sucumbir, definhar reclamando ,

ou vamos reagir,

tomar atitude, agindo?

 

Vamos chorar e manter a mente agravada

com ansiedade e medo

ou vamos manter a alma elevada?

 

Vamos, neste distanciamento, cuidar só do umbigo

ou vamos lembrar da força interior

estimulada por algum amigo? 

 

Vamos enfiar a cabeça no travesseiro

ou vamos passar emails, telefonar,

para contatar afetivos de modo mais certeiro?

 

Vamos ficar olhando o chão

ou vamos imaginar no céu azul

uma melhoria para toda esta destruição?  

 

Vamos nos atolar neste presente

ou vamos repensar, redefinir planos, preparar-nos

e pensar no futuro como chance para um belo presente?

 

Esta pausa é o tempo de pensar

como queremos estar

durante  e depois que tudo isso passar

 

Quem quer sair dessa alquebrado,

sem ânimo para participar

do tempo bom que trará um mundo renovado?

 

Cada um que ache seu modo de pausar,

para ficar mais forte , mais consciente

e assim poder a tudo vencer e depois  comemorar.

 

Não é todo este suplício

que vai estragar este e outros dias

de céu tão azul feito sem qualquer artifício.

 

Os olhos focam

este algo mais sublime

e a alma e a mente se elevam.

 

Não é toda esta comoção

que afastará a beleza de cada amanhecer ou desta tarde.

A alma tem os olhos bons do coração.

 

Cada dia continua a estar aí fora,

uma beleza que nos ignora,

e passa, vai embora.

 

Como menosprezar todo este cenário,

um belo pedaço do Universo,

no nosso único e exclusivo caminho diário?

 

Céu azul ou  céu cinza da tarde,

pouco importa, 

se ali navego sem alarde.

 

É a  paz de quem sabe olhar,

talvez um modo

de esperar tudo melhorar.

 

Por que não imaginar

tempos ainda melhores de renascença,

onde se possa prosperar?

 

Porque não ter coragem de imaginar

tempos melhores de bonança ,

onde se possa tudo realizar?

 

Vamos  colocar um sonho

voando no azul com nosso poder de pássaro,

como o que ali agora ponho.

 

Podemos fazer isto ainda neste dia

que espera a lua cheia

trazendo força , chuva e muita energia.

 

É um modo de esperar,

entre tantos outros

que cada um possa idealizar.  

 

 

Odilon Reinhardt.

 

 

 

Falar e debater sobre atitudes pessoais é o dia a dia dos políticos, da vida corriqueira, do mundo e seu caminhar.  Pensar sobre o sistema ou sistemas que geram tais atitudes é algo cada vez menos frequente. É como ver o pessoal na estrada sem se importar em saber  para  onde o caminho vai.

O dia a dia fornece um caleidoscópio suficiente para desviar o pensamento e entretê-lo com diversões enganosas. Assim é a vida das pessoas e, no conjunto, a de um país. Pouco ou muito se observa sem questionar o rumo e se ainda há saída corretiva além do tempo de amadurecimento coletivo no processo normal da sociedade.

No momento sente-se o peso da mortalha de um negativismo plantado. A população arrasta-se na História pelo caminho de ex-colônia. É a terra onde altera-se o leite, falsifica-se remédio, onde coloca-se fogo em mendigos na rua, onde a selvageria assume fatos banalizados,onde ocorre o grande show das superficialidades.

Certamente em lugar nenhum do mundo a população é feita de grandes pensadores, analistas, críticos, filósofos, muito pelo contrário. O que incomoda alguns é que quem deveria e tem condições de intelecto não tem liberdade para descascar os sistemas, uns  por serem empregados da mídia , obrigados a seguir o viés do patrão , outros tantos  porque não têm  como aparecer ao público a não ser  através da mídia, a qual só favorece os que lhe são cativos e obedientes, claro, tudo dentro da intocável liberdade de imprensa, na tarefa impregnada por visão defasada e tendenciosa , sempre pessimista, professando o caos e gerando o senso comum voltado para um lado nada progressista. A mídia precisa atacar pessoas. Ao nível já conquistado, qualquer análise mais profunda nem é lida nem entendida.

É sempre possível perceber que em programas de debate promovidos pela mídia, todos os convidados juntos aos empregados da emissora, têm a mesma opinião e, se diferentes em insignificantes detalhes, não se distanciam da linha impregnada da ideologia da emissora. A filosofia é incutida subliminarmente, aos poucos, bem imperceptível.

Então, o que existe para os olhos condicionados pela TV é um festival de superficialidades, o dia a dia feito de crítica e comentários de atos e falas pessoais de autoridades. Suficiente fonte de intrigas para alimentar o sensacionalismo e dar vazão aos comentários tendenciosos das emissoras.  Algo mais pobre?

Em tudo, ações e reações das pessoas ao nível de evolução da sociedade onde do pessoal ao profissional, por falta de liderança e modelos de progresso material e intelectual, a vida é comandada pelo ego, pela contrariedade, frustração e impulsos diversos em reações e ações emocionadas e apaixonadas; nenhum espaço para o intelecto elaborado e para a razão, mas certamente um campo livre para a manipulação, moldagem e condicionamento pela mídia que faz o cidadão mera vaca no pasto.

Mas que sistema ou sistemas geram tudo isto? O econômico, o político, o religioso? Talvez a idiossincrasia formada por todos os sistemas?   Com mais certeza, os sistemas deturpados pela customização baseada em mediocridade, a falta de Educação de qualidade, fazendo campo aberto para a mídia modelar, ao seu desejo e de seus clientes pagadores, a intelectualidade e o cérebro de quem se arriscar a pensar neste país, onde há picadinho de discernimento para se engolir com sabor da terra. Ademais, nas ainda existentes consequências da burocracia colonial portuguesa e no decorrente jeitinho brasileiro estão as raízes fortes da corrupção em suas várias modalidades, sangue que corre em todas as veias do sistema formal e pessoal.

E pergunta-se quanto aos nossos intelectuais autônomos, qual sua isenção, qual sua qualidade, como se comportam em debates quando confrontados por ideias diversas? Como os debates são contaminados pelas tendências de inflexibilidade, conservadorismo, intolerância, etc.? Quantos minutos duram tais debates sem que o debate deixe de cair no vazio, no radicalismo e impaciência e alteração de voz ?

Diante do império da mídia em modelar o pensar e o comportamento popular por vários e insistentes meios além da escolinha diária dos telejornais, surgem várias perguntas. Se a mídia é importante por seu papel de informação e sem ela o cidadão comum e o pessoal do cercadinho político de nada saberia sobre o formal, por que, então, tantas pessoas de todas as classes sociais estão desligando a TV ou usando os canais da TV a cabo no horário dos telejornais e de há muito já abandonaram o jornal escrito? Porque não aguentam mais a retórica tendenciosa e manipuladora, a visíveis manobras auditivas em controversas mudanças de mensagens. A mídia está ficando demodé. A quem aproveita isto, tendo-se o seu bom lado, pelo menos em teoria, de contribuir para a democracia.

Será que é movimento deliberado,  orientado por forças lá de fora, por anacrônicos pensadores que tentam reviver pensamentos niilistas, egoístas do individualismo caótico, da anarquia pessoal, pregando a desconstrução de qualquer tipo de autoridade em nome de uma libertação do indivíduo, no caso, o jovem inocente e despreparado, bem na fase em que procura identidade e aceitação? Será que esta parte da mídia sabe o que está fazendo e qual o futuro disso tudo? O certo é que as ideais de Max Stirne nascidos por volta de 1840 reagiam contra condições da época. Este filósofo alemão pensou em modelos de libertação individual perante regimes políticos e sistemas implantados pelo poder monárquico. Tudo longe da República e da democracia, realidades que mudaram o mundo. Hoje suas ideais se levadas puras à disseminação em mentes despreparadas, desconsidera a necessidade do humano de viver em sociedade, a ela pertencer e ter padrões a seguir. Retirar isto do indivíduo comum é jogá-lo no vazio, na desorientação. Talvez Max tenha pensado na utopia de uma sociedade compostas de jovens altamente inteligentes e preparados, o suficiente para se autobastarem, orientarem-se por si mesmos para acharem caminhos de felicidade duradoura. Isso, sabe-se de há muito, só se consegue com muito estudo e pensamento em diversas fases da vida. Quem tem isso aqui? 

O cidadão comum de todas as classes sociais e seus jovens  não conseguem atropelar o tempo para conseguir o nível  para discernir o que parte da mídia está fazendo ao expor a população a mensagens libertárias e contestatórias inconsequentes e que vão vitimar pessoas em seu caminho pela vida.  Consequências irão brotando, a mão de obra será afetada, os negócios mais sofisticados serão prejudicados. Até que ponto exportar grãos, carne e pedras será sustentável? Até que ponto descurar da Educação será possível, sem causar danos ao país? Até quando a ausência de um modelo progressista que inspire as pessoas a serem positivas e prósperas poderá ir sendo substituído por um negativismo plantado?   

 

 Odilon Reinhardt 3.2.22.