domingo, 3 de abril de 2022

Liberdade. Quem é o dono da liberdade?

 

                     






                                 Liberdade. Quem é o dono da liberdade?

 

Até 2/4/22 são: no Brasil, 30.000.000 casos e 660.000 mortes. No mundo são 490.000.000 de casos e 6.150.000 mortes.

 

Liberdade vigiada.

 

A ciência nos concedeu

louros de sua vitória

e a vida venceu.

 

Vida livre, mas desconfiada,

a preensão e o medo persistem,

a rotina fica ainda vigiada.

 

O vírus inventa, investe na maldade,

soltou o Omicron , eficaz no contágio,

felizmente fraco na realidade.

 

O vírus tentou unir o Omicron à gripe normal,

dupla menos temida,

não alcançou seu objetivo mortal.

 

Omicron 1, Omicron 2, B.2, mesmo  assim,

o Covid, deu uma pausa,

o humano aproveitou e tentou apressar lhe o fim.

 

Apressadas medidas,

comércio e política ansiosos;

a Pandemia tem seus investidas.

 

Agora surge o Deltacron, como inovação,

novo atacante ,

fica o humano em observação.

 

Fim do verão, relativo sucesso,

a Humanidade salva do invisível,

mas conflitos prosseguem como retrocesso.

 

Não vencemos o outro invisível,

mais perverso, mortal,

o ego e seus poder terrível.

 

A nível individual pode ter havido mudança,

novas conclusões e atitudes,

mas o coletivo tem um ego de perseverança.

 

Segue o humano perplexo,

tentando conviver

como mundo e seu lado complexo.

 

O distanciamento convive coma indignação,

a desconfiança com a frustração,

a preensão com a perplexidade.

 

Com medo na instabilidade,

pergunta quem é o dono

dessa sua liberdade.

 

Mandam tirar a máscara,

mas quantas ainda ficam

e marcam a cara?

 

Nem diante do Covid , ameaça global,

as terras e povos se entenderam,

o humano tem em si o estigma da peste original.

Odilon Reinhardt.

 

Sobreviventes,

 

que vão doravante contar

o que passaram,

como puderam sobrar;

 

que vão procurar

os que já se foram,

os que não puderam ficar.

 

Sobreviventes dessa pandemia

que vão enfrentar outras doenças

que fazem o dia a dia;

 

que vão ainda constatar

que não há novo normal

e o humano gosta mesmo é de conflitar;

 

Que vão ver  que a vida continua

como é , foi e será,

com gente bruta e crua.

 

Sobreviventes que vão medir

o que funcionou, falhou,  acabou

e assim prosseguir;

 

que vão rever suas ações,

o que fizeram , de quem se distanciaram,

quem esqueceram e esperar reações;

 

que contarão com o dedo

quem entrou em contato, quem se importou;

 isto dará à vida melhor enredo; 

 

que vão lembrar da imprensa,

suas manipulações com fins comerciais,

colocando a vida numa prensa.

 

Sobreviventes que vão perguntar

o por quê de terem sobrevivido

e como vão continuar;

 

que vão agora entender

que cada dia faz a diferença

e o melhor é sobreviver;  

 

que vão recordar momentos

de medo, instabilidade, apreensão, fé

esperança, equilíbrio e diferentes sentimentos;

 

que vão talvez valorizar

quem apoiou, ficou

ajudou a suportar  tudo e melhor  pensar.

 

Para todos, há a sensação de que o Tempo roubou

dois anos do tempo de viver normal

e para alguns pouco sobrou.

 

Com pouca , média  ou muita idade,

todos viram a realidade da partida

e entenderam a verdade.

 

Quem fracassou, melhorou,

cresceu, renasceu

que pergunte como  tudo passou.

 

Pessoas poderão analisar o que fizeram,

como preencheram os dias de nada fazer

e como  o tédio, depressão,etc. afastaram.

 

Uns vão dizer que aprenderam,

outros que nada viram,

alguns que sua vida repensaram.

 

Mas qualquer sobrevivente

o é só até hoje , porque a cada dia

sempre está sujeito  a sua própria mente.

 

Fica sempre suspenso o comemorar,

dizer que escapou é sempre provisório,

relativo , no mundo que o ego quer dominar.

 

E assim vai cada sobrevivente e seu tino,

assumindo várias formas de viver e conviver,

e contando com o jogo da sorte e do destino.

Odilon Reinhardt.

 

Alô vocês.

 

Que bom rever vocês,

quanto tempo faz,

que não via vocês.

 

Quase uma vida inteira passou,

agora revejo vocês,

a vida nos separou.

 

Caminhos adversos,

o tempo nos carregou

para lugares diversos. 

 

Agora que bom rever vocês,

como a vida nos mudou,

quase nem reconheço vocês.

 

Tantos anos passaram,

tantas lembranças, memórias,

a vida e o tempo continuaram.

 

Agora que tempo resta?

Só o de rever vocês ,

é para mim uma festa.

 

Depois de tanto tempo passado,

volto de tão longe,

o fluxo da vida aqui não foi alterado.

 

Tudo, todos mudaram,

mudei,

alguns partiram outros chegaram.

 

 

 

Eis o mundo que temos para  procurar e observar. Múltiplos shows a toda hora. Bufões, fanfarrões, palhaços, mas também grandes personalidades e talentos. Todos compõem a diversidade e ao final a mediocridade entre o Bem e o Mal, que produz eventos que vão dos mais sórdidos aos mais elevados. Entre doenças comuns e as especiais, entre manipulações e falsas notícias que servem de guia para a Humanidade, entre avanços tecnológicos fantásticos e descobertas sensacionais, a vida segue por entre o cipoal da complexidade. Mas ao final, o indivíduo e sua vida é que restam no microscópio dos maiores planejadores e estrategistas.

Em todas as áreas de interesse, pergunta-se constantemente, onde vai o indivíduo, quer seja como animal, eleitor, ovelha, consumidor quer seja como ser exposto a todo tipo de exploração e experiência. Gado da fazenda humana.

E o indivíduo e sua vida seguem, no minúsculo mundo  do dia a dia ,de acordo com as diretivas dos condicionamentos ditados pelos sistemas humanos de cada país em particular e pelos das grandes jogadas comerciais dos "players" internacionais.

O desejo é colocar o indivíduo e seus semelhantes na baia controlada e automatizada,  para que consuma e pense no que consumir,  no momento desejado, favorecendo os interesses de suprimento de proteína para a mamada.

Novos sistemas são inventados e implementados para robotizar o humano e fazê-lo mera vaca no pasto. Todavia, o humano segue até certo ponto e acaba sempre privilegiando sua liberdade animal, instintiva. Diante de tal reação nunca  controlada, todos os sistemas de poder,  mesmo que engendradas pelo ego, falham e precisam ser adaptados porque o humano evoluí sem regra, sem método racional.  Esgota sapiência dos sistemas e exige sua nova concepção.  É imprevisível na inovação .

A evolução do indivíduo e de sua comunidade leva ao nascedouro do bom senso e este nunca deixa de ser guiado para a justiça, respeito, dignidade, equilíbrio,  igualdade e liberdade. Qualquer sistema, que vá em sentido contrário, só tem a seu favor o tempo  de novidade e curiosidade, porque dele se espera algo novo, salvador . Assim que o humano identifica que o sistema não o beneficia nos itens acima mencionados, o sistema começa a ser contestado e tem os dias contados. Como a maioria dois sistemas visa mero interesse pessoal e material de alguém ou de seu grupo,  o humano desconfia de tudo e já vê  desde o início que  se trata de mais um golpe do ego,  que em nada contribuirá para seu bem estar e vida melhor. Doravante descrédito, decadência, mas esperança de que alguém apresente algo novo. 

Eis,  então,  o invisível poder de cada indivíduo contra qualquer opressor, sempre incorporando  falso santo,  falastrão, cordeiro de ouro que venha a ocupar a posição de montar ou liderar sistemas nacionais ou internacionais.   Em muitos sistemas, se a finalidade é condicionar o indivíduo, reduzindo-o a mero consumidor oprimido, a reação de liberdade individual é simples: não comprar.

E quando a comunidade é invadida por sistemas coadjuvantes perversos como o do individualismo, do pragmatismo, do utilitarismo e do mau racionalismo, a reação é ser anormal, pensar diferente, agir fora do sistema, desligar a TV, sair do face-book, desconectar-se das redes sociais, não ler jornais, sair fora, inovar, permanecer autêntico em seu pensar. Reação muitas vezes instintiva.

Mas por processo consciente ou inconsciente, por maior preparo ou mesmo analfabetismo, isto acaba acontecendo e o cidadão acaba voltando as costas para os assuntos públicos e Governo, e tal alienação, no entanto, só favorece o pessoal do cercadinho político e sua vida encastelada e enobrecida pelo dinheiro dos impostos e elevada pela permissão para roubar. 

Assim, o Leviatã, com seus seres dominantes, segue gordo, preguiçoso, ineficiente e ineficaz, mentiroso, manipulador e sem compromisso com os do vilarejo, mas sempre sustentado  pelos fazedores de sistemas fantasiosos , geradores de shows diários de palhaçadas e tragédias de toda sorte.

E o cidadão segue sua vida, sua rotina animal de colocar as coisas  e comida dentro de casa mesmo em país privilegiado pela geografia e  diversidade.

Seja lá como for, ainda é a terra das mil fronteiras, das grandes oportunidades e da vida simples ainda assegurada.   Mas por políticas equivocadas e tendenciosas, aumenta o número de refugiados da política, do interesse coletivo; aumenta assustadoramente o número de pessoas que só sabem falar de seu próprio umbigo, como último porto de salvação; pessoas que não sabem falar sobre nenhum assunto além de alguma frase curta que usa para fechar a boca: "não falo de política, futebol e religião."  Parte da imprensa é que elege os temas do dia e os discute com jornalistas e outros selecionados da mesma tendência. Geralmente temas que excluem o tempo de discussão de outros tantos de relevante importância. Nem se fale na superficialidade da discussão que vai ao ar. Perde audiência todo dia . Só ficam os do cercadinho.  Lá fora o país inteiro lhe vira as costas.

Diminui o país, menos debate, mais superficialidade. As pessoas se esvaziam de intelecto, não sabem opinar, escutar, debater; cada uma fecha-se em suas verdades e convicções. Como criar um ambiente democrático com a singularidade autocrática? Pessoas se isolam, perdem interlocutores, não têm plateia. Solidão intelectual, talvez para sempre. Aumenta a grosseria, a violência física e moral, a intolerância; diminui a flexibilidade. Mais polícia e tiros, até virtuais. Tudo vira mais fisiológico e reativo e com isto o ego vence no plano individual, magnífica vitória de Pirro de todo dia. 

O empobrecimento é persistente e visível. O pobre quer ser rico e o rico não pode mostrar e viver sua riqueza. Ambos vivem a restrição da raiva social, da mediocridade e da violência.  

Mas isto tudo não ocorre só no comportamento pessoal; há reflexos graves e econômicos. Como é a vida funcional nas empresas, que qualidade tem? A que custo a produção é alcançada?  A enorme economia informal, a criminalidade organizada etc., ignoram e enrolam o Leviatã e seus  shows.  Cria-se uma vida dupla, uma imitação da realidade. Um crescente estado do não é nem está.  E o  que vai ser nem é da preocupação de ninguém.

São os sistemas que temos os melhores que nossa evolução nos possibilitou?  Falta  pensar melhor?  Esses sistemas que vem condicionando pessoa, asseguram a liberdade no agir e no pensar para ter um pensamento  positivo e próspero ?

 

Odilon Reinhardt. 3.4.2022.