Liberdade. Quem é o dono da liberdade?
Até 2/4/22 são: no Brasil, 30.000.000 casos e
660.000 mortes. No mundo são 490.000.000 de casos e 6.150.000 mortes.
Liberdade vigiada.
A ciência nos concedeu
louros de sua vitória
e a vida venceu.
Vida livre, mas desconfiada,
a preensão e o medo persistem,
a rotina fica ainda vigiada.
O vírus inventa, investe na maldade,
soltou o Omicron , eficaz no contágio,
felizmente fraco na realidade.
O vírus tentou unir o Omicron à gripe normal,
dupla menos temida,
não alcançou seu objetivo mortal.
Omicron 1, Omicron 2, B.2, mesmo assim,
o Covid, deu uma pausa,
o humano aproveitou e tentou apressar lhe o fim.
Apressadas medidas,
comércio e política ansiosos;
a Pandemia tem seus investidas.
Agora surge o Deltacron, como inovação,
novo atacante ,
fica o humano em observação.
Fim do verão, relativo sucesso,
a Humanidade salva do invisível,
mas conflitos prosseguem como retrocesso.
Não vencemos o outro invisível,
mais perverso, mortal,
o ego e seus poder terrível.
A nível individual pode ter havido mudança,
novas conclusões e atitudes,
mas o coletivo tem um ego de perseverança.
Segue o humano perplexo,
tentando conviver
como mundo e seu lado complexo.
O distanciamento convive coma indignação,
a desconfiança com a frustração,
a preensão com a perplexidade.
Com medo na instabilidade,
pergunta quem é o dono
dessa sua liberdade.
Mandam tirar a máscara,
mas quantas ainda ficam
e marcam a cara?
Nem diante do Covid , ameaça global,
as terras e povos se entenderam,
o humano tem em si o estigma da peste original.
Odilon Reinhardt.
Sobreviventes,
que vão doravante contar
o que passaram,
como puderam sobrar;
que vão procurar
os que já se foram,
os que não puderam ficar.
Sobreviventes dessa pandemia
que vão enfrentar outras doenças
que fazem o dia a dia;
que vão ainda constatar
que não há novo normal
e o humano gosta mesmo é de conflitar;
Que vão ver
que a vida continua
como é , foi e será,
com gente bruta e crua.
Sobreviventes que vão medir
o que funcionou, falhou, acabou
e assim prosseguir;
que vão rever suas ações,
o que fizeram , de quem se distanciaram,
quem esqueceram e esperar reações;
que contarão com o dedo
quem entrou em contato, quem se importou;
isto dará
à vida melhor enredo;
que vão lembrar da imprensa,
suas manipulações com fins comerciais,
colocando a vida numa prensa.
Sobreviventes que vão perguntar
o por quê de terem sobrevivido
e como vão continuar;
que vão agora entender
que cada dia faz a diferença
e o melhor é sobreviver;
que vão recordar momentos
de medo, instabilidade, apreensão, fé
esperança, equilíbrio e diferentes sentimentos;
que vão talvez valorizar
quem apoiou, ficou
ajudou a suportar tudo e melhor
pensar.
Para todos, há a sensação de que o Tempo roubou
dois anos do tempo de viver normal
e para alguns pouco sobrou.
Com pouca , média ou muita idade,
todos viram a realidade da partida
e entenderam a verdade.
Quem fracassou, melhorou,
cresceu, renasceu
que pergunte como tudo passou.
Pessoas poderão analisar o que fizeram,
como preencheram os dias de nada fazer
e como o
tédio, depressão,etc. afastaram.
Uns vão dizer que aprenderam,
outros que nada viram,
alguns que sua vida repensaram.
Mas qualquer sobrevivente
o é só até hoje , porque a cada dia
sempre está sujeito a sua própria mente.
Fica sempre suspenso o comemorar,
dizer que escapou é sempre provisório,
relativo , no mundo que o ego quer dominar.
E assim vai cada sobrevivente e seu tino,
assumindo várias formas de viver e conviver,
e contando com o jogo da sorte e do destino.
Odilon Reinhardt.
Alô vocês.
Que
bom rever vocês,
quanto
tempo faz,
que
não via vocês.
Quase
uma vida inteira passou,
agora
revejo vocês,
a
vida nos separou.
Caminhos
adversos,
o
tempo nos carregou
para
lugares diversos.
Agora
que bom rever vocês,
como
a vida nos mudou,
quase
nem reconheço vocês.
Tantos
anos passaram,
tantas
lembranças, memórias,
a
vida e o tempo continuaram.
Agora
que tempo resta?
Só
o de rever vocês ,
é
para mim uma festa.
Depois
de tanto tempo passado,
volto
de tão longe,
o
fluxo da vida aqui não foi alterado.
Tudo,
todos mudaram,
mudei,
alguns
partiram outros chegaram.
Eis o mundo que temos para procurar e observar. Múltiplos shows a toda
hora. Bufões, fanfarrões, palhaços, mas também grandes personalidades e
talentos. Todos compõem a diversidade e ao final a mediocridade entre o Bem e o
Mal, que produz eventos que vão dos mais sórdidos aos mais elevados. Entre
doenças comuns e as especiais, entre manipulações e falsas notícias que servem
de guia para a Humanidade, entre avanços tecnológicos fantásticos e descobertas
sensacionais, a vida segue por entre o cipoal da complexidade. Mas ao final, o
indivíduo e sua vida é que restam no microscópio dos maiores planejadores e
estrategistas.
Em todas as áreas de interesse, pergunta-se
constantemente, onde vai o indivíduo, quer seja como animal, eleitor, ovelha,
consumidor quer seja como ser exposto a todo tipo de exploração e experiência.
Gado da fazenda humana.
E o indivíduo e sua vida seguem, no minúsculo
mundo do dia a dia ,de acordo com as
diretivas dos condicionamentos ditados pelos sistemas humanos de cada país em
particular e pelos das grandes jogadas comerciais dos "players"
internacionais.
O desejo é colocar o indivíduo e seus
semelhantes na baia controlada e automatizada,
para que consuma e pense no que consumir, no momento desejado, favorecendo os
interesses de suprimento de proteína para a mamada.
Novos sistemas são inventados e implementados
para robotizar o humano e fazê-lo mera vaca no pasto. Todavia, o humano segue
até certo ponto e acaba sempre privilegiando sua liberdade animal, instintiva.
Diante de tal reação nunca controlada,
todos os sistemas de poder, mesmo que
engendradas pelo ego, falham e precisam ser adaptados porque o humano evoluí
sem regra, sem método racional. Esgota
sapiência dos sistemas e exige sua nova concepção. É imprevisível na inovação .
A evolução do indivíduo e de sua comunidade leva
ao nascedouro do bom senso e este nunca deixa de ser guiado para a justiça,
respeito, dignidade, equilíbrio,
igualdade e liberdade. Qualquer sistema, que vá em sentido contrário, só
tem a seu favor o tempo de novidade e
curiosidade, porque dele se espera algo novo, salvador . Assim que o humano
identifica que o sistema não o beneficia nos itens acima mencionados, o sistema
começa a ser contestado e tem os dias contados. Como a maioria dois sistemas
visa mero interesse pessoal e material de alguém ou de seu grupo, o humano desconfia de tudo e já vê desde o início que se trata de mais um golpe do ego, que em nada contribuirá para seu bem estar e
vida melhor. Doravante descrédito, decadência, mas esperança de que alguém
apresente algo novo.
Eis,
então, o invisível poder de cada
indivíduo contra qualquer opressor, sempre incorporando falso santo,
falastrão, cordeiro de ouro que venha a ocupar a posição de montar ou
liderar sistemas nacionais ou internacionais.
Em muitos sistemas, se a finalidade é condicionar o indivíduo,
reduzindo-o a mero consumidor oprimido, a reação de liberdade individual é
simples: não comprar.
E quando a comunidade é invadida por sistemas
coadjuvantes perversos como o do individualismo, do pragmatismo, do
utilitarismo e do mau racionalismo, a reação é ser anormal, pensar diferente,
agir fora do sistema, desligar a TV, sair do face-book, desconectar-se das
redes sociais, não ler jornais, sair fora, inovar, permanecer autêntico em seu
pensar. Reação muitas vezes instintiva.
Mas por processo consciente ou inconsciente, por
maior preparo ou mesmo analfabetismo, isto acaba acontecendo e o cidadão acaba
voltando as costas para os assuntos públicos e Governo, e tal alienação, no
entanto, só favorece o pessoal do cercadinho político e sua vida encastelada e
enobrecida pelo dinheiro dos impostos e elevada pela permissão para
roubar.
Assim, o Leviatã, com seus seres dominantes,
segue gordo, preguiçoso, ineficiente e ineficaz, mentiroso, manipulador e sem
compromisso com os do vilarejo, mas sempre sustentado pelos fazedores de sistemas fantasiosos ,
geradores de shows diários de palhaçadas e tragédias de toda sorte.
E o cidadão segue sua vida, sua rotina animal de
colocar as coisas e comida dentro de
casa mesmo em país privilegiado pela geografia e diversidade.
Seja lá como for, ainda é a terra das mil
fronteiras, das grandes oportunidades e da vida simples ainda assegurada. Mas por políticas equivocadas e
tendenciosas, aumenta o número de refugiados da política, do interesse
coletivo; aumenta assustadoramente o número de pessoas que só sabem falar de
seu próprio umbigo, como último porto de salvação; pessoas que não sabem falar
sobre nenhum assunto além de alguma frase curta que usa para fechar a boca: "não
falo de política, futebol e religião."
Parte da imprensa é que elege os temas do dia e os discute com
jornalistas e outros selecionados da mesma tendência. Geralmente temas que
excluem o tempo de discussão de outros tantos de relevante importância. Nem se
fale na superficialidade da discussão que vai ao ar. Perde audiência todo dia .
Só ficam os do cercadinho. Lá fora o
país inteiro lhe vira as costas.
Diminui o país, menos debate, mais
superficialidade. As pessoas se esvaziam de intelecto, não sabem opinar,
escutar, debater; cada uma fecha-se em suas verdades e convicções. Como criar
um ambiente democrático com a singularidade autocrática? Pessoas se isolam,
perdem interlocutores, não têm plateia. Solidão intelectual, talvez para
sempre. Aumenta a grosseria, a violência física e moral, a intolerância;
diminui a flexibilidade. Mais polícia e tiros, até virtuais. Tudo vira mais
fisiológico e reativo e com isto o ego vence no plano individual, magnífica
vitória de Pirro de todo dia.
O empobrecimento é persistente e visível. O
pobre quer ser rico e o rico não pode mostrar e viver sua riqueza. Ambos vivem
a restrição da raiva social, da mediocridade e da violência.
Mas isto tudo não ocorre só no comportamento
pessoal; há reflexos graves e econômicos. Como é a vida funcional nas empresas,
que qualidade tem? A que custo a produção é alcançada? A enorme economia informal, a criminalidade
organizada etc., ignoram e enrolam o Leviatã e seus shows.
Cria-se uma vida dupla, uma imitação da realidade. Um crescente estado
do não é nem está. E o que vai ser nem é da preocupação de ninguém.
São os sistemas que temos os melhores que nossa
evolução nos possibilitou? Falta pensar melhor? Esses sistemas que vem condicionando pessoa,
asseguram a liberdade no agir e no pensar para ter um pensamento positivo e próspero ?
Odilon Reinhardt. 3.4.2022.