sexta-feira, 3 de junho de 2022

O que temos a seguir no futuro mediato.

 

 

                  




                            O que temos a seguir no  futuro  mediato.  

 

Até 2/6/22 são: no Brasil,  31.000.000   casos e  667.000  mortes. No mundo são 531.000.000 casos e 6. 300.000   mortes.

 

 

                               Diante do Universo.

                          Depois disso onde vamos?

 

 

Em  momentos como tais

é de se entender afinal :

nossa exposição tem eventos fatais.

 

Somos corpo, material,

mas em momentos com tais

o que pode restar é o espiritual.

 

É algo de maior valor

que prevalece então e nos comanda,

invisível, dá força, é sentido como superior.

 

Expostos, temos um dos encontros,

entre a força vital e sua fronteira final;

no passado a vida venceu  tais desencontros.

 

Em tais momentos

sempre estamos diante do acaso; 

sorte e destino se unem em tais eventos.

 

Com facilidade deixamos de lado

as coisas , o material,

e dependemos do que temos ou não cultivado.

 

E assim é que, sem aviso,  num dia qualquer

estamos  ali como simples ser , único, 

diante do Universo, das estrelas , da vida para rever.

 

A força invisível se manifesta,

vai dar reciprocidade à atenção que temos dado a ela

e vai nos ajudar a mudar , testar.

 

É a hora da introspecção:

verificar  o que temos feito

para o mundo interno e seu poder  de reação.

 

Salvação , melhor dizendo,

se o evento nos deixa de peito aberto

para o que estiver no corpo acontecendo.

 

Perante a hipótese de o último portão se abrir,

o que passa na cabeça de cada um ?

É do foro íntimo e seus julgamentos.

 

Se permitido pelo evento em tais momentos

vamos nos testar perante a verdade

e obtemos os resultados dos investimentos. 

 

Agora, não é o Próximo, não são os outros, 

somos nós sozinhos perante o evento;

como estamos em referência a passados encontros?

 

Melhores,  moralmente mais fortes?

Piores, sem fé, sem esperança?

A verdade vai dar novos nortes.

 

O certo é que o corpo melhora,  melhoramos;

mais este evento fatal passou raspando;

aonde vamos?

 

Ajoelhamos de novo perante o material?

Ignoramos a ajuda dada

e esquecemos o espiritual?

 

A seu modo, cada um sentiu o que lhe ajudou;

que seja honesto e verdadeiro,

invista mais então no que lhe salvou.

 

Se está em bom caminho,

que persista , ali prossiga,

é consigo mesmo o maior carinho.

 

É seguro que sorte e destino,

fé e esperança, como forças, vem

de um lugar de maior refino.

 

E assim vamos em frente,

até o próximo encontro;

expostos completamente.

 

Todavia, protegidos internamente

se continuarmos a investir no mundo interior,

com curiosidade em entender a vida ,as pessoas e a mente.

 

Como cada um estará ,

o que fará de melhor para si,

ajudará a preencher e dar qualidade aos dias até lá?

 

Odilon Reinhardt.

 

 

 

                                        Isolamento.

 

De onde estou

só vejo o por do sol,

mais um dia passou.

 

Foi-se mais um dia,

estou na noite,

a Lua passa rumo ao outro dia.

 

Noite de silêncio profundo,

paredes de sonhos ,

o celular como porta para o mundo.

 

Manhãs de esperança e fé,

energia invisível,

luz da cabeça ao pé.

 

Lá fora o mundo gira,

sobreviventes vivem, seguem,

aqui não deixo que a solidão me fira.

 

A oportunidade me ensina,

é preciso mesmo saber preencher-se,

a verdadeira é a vida interna. 

 

Fiz do por do sol

o nascer do dia

e de cada sonho um girassol. 

 

Um dia abro a porta,

posso sair , rever o mundo externo,

estou livre , a vida importa.

Odilon Reinhardt.

 

                                        Impressiona,

 

a simplicidade,

a banalização , a vulgarização

e toda a criminalidade.

 

Irrita, o silêncio da ignorância,

a crença do mero seguidor,

a inocência de toda a insignificância. 

 

Amedronta e choca a manipulação,

os efeitos da falta educativa,

as permissões de momento e de improvisação.

 

Nasce a imbecilidade da inconsequência,

a ilusão da esperança e da fé,

os efeitos da burrice em essência. 

 

Assusta a superficialidade da conveniência,

do critério de oportunidade

sua imbecilidade e desfaçatez, a falta de ciência.

 

Gera apreensão o descompromisso

com  o futuro imediato ,

o descaso do deixa-para-lá e tudo isso.

 

Chama atenção a cara da falta de inteligência ,

o ultraje dos pensamentos

de falta de boa consciência.

 

Provoca indignação a pressa de decisões,

a desorientação científica,

a euforia das ações e reações.

 

Estranha a cegueira de cada decisão empurrada,

o fracasso de todos os  ’ ismos’

vulnerabilidade da fiel manada .

 

Causa fragilidade

o esquecimento rápido ,

o império da instabilidade.

 

Avilta , o vazio,

a falta de cultura geral, a falsidade da palavra pública,

e o talento jogado fora e não revelado.

 

Espanta a passividade,

corrupção , a falta de transparência , a cultura do golpe,

a falsa legitimidade.

 

Cria espanto a violência ,

física, moral, a crueldade,

a grosseira, a intolerância .

 

Empobrece o seguir  assim,

a falta de perspectiva ,

gerações perdidas no caminho sem fim.

 

Gera ultraje, provoca sensibilidade,

a má-fé, a perversão em esquemas mil,

“valores” altamente protegidos contra a honestidade.

 

Faz chorar

o desperdício de tudo,

da chance de melhorar, de prosperar.  

 

Mas sempre surpreende

a energia da transmutação,

a Nação não se rende.

 

Impressiona sua energia de vida,

todos dias novos fatos e bons feitos,

há campo suficiente para melhor  ida.

  

 

 Odilon Reinhardt.

 

 

              O que temos a seguir no nosso futuro  mediato,

 

 é quase certo que o cidadão médio nunca elegerá quem efetivamente deseja, porque o modelo de honestidade, seriedade, retidão etc., que a educação lhe deu dificilmente achará reflexo nos candidatos que a realidade produziu, os quais, como pessoas já nem são quem gostariam de ser, senão marionetes dos esquemas que os projetaram e deles cobram resultados para seus interesses.  É o jogo de representação de interesses. Nada diferente de qualquer país.

 

Na população, todavia, tal realidade nunca é aceita, pois a moralidade média quer justiça, paz, estabilidade, transparência e vida normal melhor.  Não encontrando tais itens no noticiário, o cidadão deixa de participar e de se unir, isola-se, evita o debate.

O crescente “ virar as costas” par os assuntos políticos do cercadinho, deixa os políticos à vontade com o passaporte para fazerem o que bem entenderem em esquemas para fortalecer a possibilidade de reeleição; se pegos, a casa caí, se imprensa assim determinar de acordo com seu interesse. Neste viés quantos não ficam ilesos? Quantos casos de corrupção não são divulgados?

 

A inevitável idealização do cidadão médio quanto aos modelos de honestidade e justiça, diante da realidade posta, pode estar levando a ideias mais radicais de como consertar o mundo. Esgotados, querendo extravazar seu descontentamento, surgem os corregedores de calçada, os justiceiros de ocasião, que cheios de direitos e convicções mal pensadas, que  recorrem à  violência para  impor seu modelo de paz. Um retrocesso para a democracia localizada num bar, numa rua, numa loja, numa fila qualquer, numa rede social.  Já nem se considera que a evolução do modo de pensar é processo lento e que depende do nível intelectual das pessoas e do coletivo, o que só acontece ao longo do tempo no desenvolver histórico da massa. Exige-se e se romantiza uma mudança para já que atinja as geração do cidadão preocupado. Todavia, nenhuma revolução radical de direita ou esquerda muda um país e dá resultado sem amassar a democracia do momento.

Hodiernamente face à diversidade de problemas que afetam o cidadão e sua família, a cabeça do homem médio só tende a esquentar e soltar a pressão no Próximo por motivos os mais banais.  Fontes de atrito surgem em todo lugar com ações e reações inusitadas e sempre de crescente  violência. Caminha-se para um policial para cada cidadão?

 

No quadro atual, impera a selvageria e a imposição da força bruta, sempre que haja contrariedade a qualquer plano pessoal, por menor que seja e por mais insignificante que possa ser. O cidadão está em guerra  e o país muito doente. Com a polarização política, surge mais um motivo social para eventos de descarga e ataque. Basta uma buzinada no trânsito e já há motivo para conflito. Se no carro houver alguma frase ou preferência política, tudo convida para uma agressão mais acirrada.

 

Basta um toque, um “não”, mesmo não verbalizado, mas sinalizado, e até a morte se apresenta como convidada. Se pintar na ocasião algo passional, os resultados podem ser fatais. Assim, quando a Nação entra em época de definições eleitoreiras, a eleição, em si, passa a ser uma obrigação, uma mula sem cabeça, um coração sem sangue, um salto no escuro. Impera o fisiologismo, a brutalidade antidemocrática e o evento máximo da nacionalidade, passa a ser uma amolação, também uma escusa para desabafo de frustrações pessoais e coletivas.

 

O cidadão pode virar as costas para os meio de comunicação da mídia, mas está de olho no celular, nas redes sociais e isto já lhe dá suficiente desgaste e estresse para explodir contra o Próximo em qualquer  lugar.  Chegaremos à civilização depois da selvageria?

É assim que vemos pessoas se fecharem em suas posições e curtirem seu estado de permanente insatisfação. O bruto reage com a força, o sensato se cala e fica até doente. 

 

O fato é que no rol de consequências do baixo nível de educação formal, cria-se um exército de fisiológicos amedrontados ou agressivos, vivendo na caturrice e na tendência de votar no menos pior. Talvez para alguns, votar em quem falar mais alto, alguém compatível com seu grau de maior ou menor radicalização, inflexibilidade etc. Em mais uma etapa do tempo de amostragem de poucas boas  ideais, prevalecem as preferências fisiológicas.

 

O radicalismo, a falta de flexibilização e a intolerância tornam-se meios mais acomodados de encerrar qualquer oposição e tentativa  de debate. Em verdade pessoas procuram achar identidade. Agrupam-se em tribos virtuais, grupos de expressão do fisiologismo tosco e bruto para impor suas ideais e preferências.  Facilmente, os ataques, protegidos pela capa anônima da covardia, descambam para a demonização de pessoas e instituições e para a caça à bruxas, queimadas na rejeição e nas fogueiras do “bullying” e do cancelamento. A grande maioria busca mesmo identidade, nem que seja falsa e que valha por algum tempo. Quando a crença é ameaçada e cai, perdem o chão, mas facilmente acham outra .

Se antes os jornais e revistas, através de artigos e entrevistas, faziam a cabeça dos intelectuais e pretensos líderes, isto acabou. Agora só há a superficialidade das redes sociais, algo que combina com o que restou para ler no vazio do geral ou melhor,talvez, preenchimento indevido com ideologias  já defasadas,mas nocivas quando na mente despreparada.

 

Há um perceptível esvaziamento do indivíduo quanto ao conteúdo mais complexo. Há escassez de debate aprofundado e paciente. Qualquer antagonismo acaba em conflito, até fatal.  O cidadão fica mais reativo, frustrado. De algum modo deseja prevalecer, ter sucesso em suas ideais, quer  se autoafirmar,  ter razão  nem que seja  numa fila de “ drive- thru”, no ponto de ônibus, no bar. Todos os cidadãos queimam por dentro e estão expostos aos eventos diários que os façam cuspir fogo para alguém. Aumentam as raízes da crescente violência moral e física, mostrados em exemplos diários pela imprensa em casos de clara selvageria oficial ou privada.

 

O cidadão comum é também frequentemente pego no fogo cruzado entre as forças oponentes. Facilmente, fica tonto ao não entender nada na troca de fatos cheios de vocabulário de sentido duplo, escondendo a transparência. Muitas verdadeiras mentiras. Tudo para manter ou chegar ao Poder.  Uma vez empossado, para o político, tudo fica mais fácil, enobrecido é só repetir o mesmo e ninguém vai ver nada, se a imprensa não noticiar a parte que a atinge e prejudica.

Apesar de um quadro mutante e violento, o cidadão, de costas e fechado em suas convicções, tira suas conclusões e vai votar. Já tem formado a ideia geral do que é o mundo político, pelo que não é culpa sua pensar o que pensa. Muitos já viram que direita e esquerda não passa de um teatro de padaria: fazer da mesma farinha a massa para uma imensidão de formas, todas atrativas pela aparência. Certamente, a divulgação persistente das exceções vinda do mundo político faz injustiça aos bons políticos que ficam arredios à poeira das lutas e factoides divulgados.  Talvez assustados como o mundo para o qual entraram e também frustrados   em seus ideais mais nobres de representar o povo.  

 

Embora o contexto seja feito de grande negatividade, ainda temos  como Nação a chance histórica de fazer uma grande Pátria; que seja de construção sustentável; que a sustentabilidade não seja só a da avenida bonita e iluminada recentemente construída, mas feita de uma vida social onde os cidadãos, sem raiva, com  bom espírito, passem querendo vencer e ter uma vida firme e estável.

 

Preocupa no momento que neste quadro atual, as novas gerações estejam se acomodando com seus líderes e modelos, alguns obscuros e expostos aos ditames de professores ocultos. O que hoje for plantado, será colhido. Que descubram todo dia que país é este e saibam melhorá-lo com a correta adequação dos sistemas.  Impressiona no momento a quantidade de problemas a resolver e o quantidade desistências.

 

Odilon Reinhardt.  3.6.2020