sábado, 3 de setembro de 2022

Hora de pensar e agir melhor.

 





Hora de pensar e agir melhor.   


Até 2/9/22 são: no Brasil, 34.400.000 casos e 684.000 mortes. No mundo são 604.000.000 de casos e 6.500.000 mortes.

 

O viciado estar antenado.

 

 O grande bombardeio

vem acontecendo com intensidade,  por anos,

o dia inteiro.

 

Vem pelo noticiário

do rádio, TV, celular , jornal 

e atormenta o diário.

 

O medo é espalhado,

um negativismo terrorista,

cada momento é contaminado.

 

O cidadão é perturbado

por multi realidades nacionais e mundiais,

que o tornam amassado.

 

Espera o que a TV divulga como sendo geral

chegue a sua porta para contaminar sua vida particular;

o dia não é mais seu e é vivido de forma anormal.

 

Não basta o estresse e o barulho da cidade,

há este estrondo a qualquer instante,

criando mais instabilidade.

 

Há medo de ficar de fora; difícil ficar desligado,

de tantos fatos negativos e inúteis

que liquidam a vida de modo delicado.

 

Há um vício de querer estar ligado

a esse  teatro de generalidades

dessa mistura de virtual e real inusitado.

 

O resultado é a indignação , a agitação;

a mente congestionada,

a confusão e depois a banalização.

 

Dia após dia a mesmice,

uma sensação contínua e negativa

de um mundo doente em crise.

 

Quase nada desse ultraje todo

interferiria diretamente na vida

do cidadão e seu trajeto.

 

Mas o terror, o horror generalista

cria um mal humor utópico,

um clima de vida pessimista.

 

Há uma destruição da realidade privada

sendo substituída por uma preocupação geral,

cheia de inutilidade malvada. 

 

Quem não aguenta desliga, outros se alienam ,

como defesa de último recurso;

outros poucos vem tudo como show e se ligam.

 

É necessário ligar-se com discernimento,

sabendo limpar as notícias

para captar a essência do movimento.

 

Mas no geral a vida da cidade é contaminada

por tanta diversidade em notícia,

cada um segue sua vida coma mente massacrada.

 

A mídia não cria notícia,  mas é  perturbadora,

tem sua missão tóxica,

torturando cada dia de forma aterradora.

 

Sensacionalismo, caça à audiência,

escolhe de fotos e notícias, palavreado tendencioso.

É a agressão persistente à inteligência.

 

Inconsistências, mensagens truncadas, um festival,

fake news, manipulações,

o mundo mostrado de forma mortal.

 

Certamente nada disso tem a haver

com as formas de violência , ansiedade, depressão,

os fatos maus que não param de crescer!.

Odilon Reinhardt.

 

 

 

Um receio. 

 

Respiro o ar

com certo medo

não sei como isto pode ficar

fazendo da vida um arremedo.

 

Odilon Reinhardt.

 

 

 Uniões Perversas.

 

 

Esse e outros vírus matadores,

que pouco nos irmanam,

que nos afastam, criando dores.

 

Geradores de mais distância,

medo de respirar,

que nos perseguem desde a infância.

 

Unem-se ,a grupam-se,

repartem-se em variantes,

caçam a vida e nunca contentam-se.

 

Fazem uniões perversas,

mutantes e andantes,

todos cada vez com situações adversas.

 

A vida tenta escapar,

mortes são banalizadas,

a existência fica seca nesse estar.

 

A ciência tenta nos livrar,

o vírus persiste e se banaliza,

viver é agora achar ar limpo para respirar.

 Odilon Reinhardt.

 

 

Entre os humanos,  a única fonte de distinção aproveitável deveria ser a melhor ideia. Todavia, tal nível parece ainda estar longe, diante da desigualdade evolutiva das diversas regiões do país  e do mundo na procura de soluções para suas misérias materiais e espirituais. A distinção é e ainda será feita pela imposição de ideias de alguns, nem sempre há melhores ideias.  Ilusório pensar numa  igualdade que nunca virá. Portanto, só a consolidação de instrumentos democráticos pode garantir a construção de melhores ideais coletivas.

O processo é lento e sinuoso. Cada terra sempre terá sua  maneira de se enterrar. Ou , então,  ressaltar suas boas ideias para iluminar outras terras. No entanto,  sempre haverá rediscussão, adaptações e substituições, exigindo um processo contínuo de debate, o que irrita a muitos , ainda habitando níveis inferiores do processo social .

Muito acontece e acontecerá no campo dessa desigualdade estrutural da Humanidade : as diferenças na criatividade. Inevitável e sempre louvável. 

Cada terra tem seus sonhos, mas em todas o bolso e a bolsa do cidadão deve ser preenchida. A falta de boas ideias  neste campo leva a níveis também diferentes de desigualdade, brutalidade, ambição pelo Poder e criatividade negativa. Erros e acertos estratégicos continuam a ser defendidos e implementados. Tudo no aguardo de melhores modelos, sistemas, estímulos para a prosperidade em novos tempos.

Há a espera por modelos inteligentes de progresso material e espiritual, que inspirem cada  pessoa, principalmente as novas gerações, diminuindo a influência dos mestres invisíveis , as ações baseadas no fisiologismo tosco, bruto , intolerante, inflexível, etc.

Mais uma vez, escolhidos líderes lutam com palavras, por vezes vazias, prometendo soluções. Soluções de efeito imediato, portanto, enganosas, embora  acessíveis à compreensão do povo, de modo a fazê-lo votar.

Cada candidato tenta sobressair, não tem autonomia, está a comando do partido, dos financiadores de campanha, dos marqueteiros. Suficientes comandos para originar palavras de efeito, promessas pontuais de mundo novo, de renovação, de paraíso. Promessas de uma Economia onde 2+2=5 .  Promessas até de 2+2=7 . Discursos de que " eu vou fazer, eu , eu vou acabar com isso e aquilo" porque "Eu, eu sou do Povo, eu sou o Povo".  Mas depois de eleito a verdade vem rapidamente  em consequencias parceladas ou não, pois a lei econômica prevalece e é 2+2=4 .

Assim, cada candidato pensa em propostas para acessar  o eleitor naquilo que esse mais precisa. Mas pensar com o bolso é perigoso. A questão econômica é complicada e está sob influência da Economia no mundo. A complexidade é enorme de modo que promessas de 2+2=5 podem fazer com que a população pense e vote com falsa esperança e fé.

Promessas salvadoras, ancoradas em consequencias, não vão curar as verdadeiras causas , os erros estruturais do passado . 

O fato é que o trono de Gargântua está em disputa. Quem o ocupará? Um trono circundado por uma estrutura que funciona mais para si e por si ,como nobreza de fome insaciável. A gula é enorme. Há promessas mentirosas. Quem sentar no trono devido a tais promessas  pode morrer de bulemia além da megalomania. Isto  pode arrastar o trono e seu entorno para realidades insustentáveis  e desconhecidas de grande parte do eleitorado. Votar com o pensamento em questões circunstanciais desta vez pode agravar a situação ainda mais no campo econômico.

O mundo tem mudado com velocidade cada vez maior. A economia mundial está em agitação e mudança radical. Modelos de destruição  existem na História , repeti-los seria devaneio  histórico . 

E então, agora , expostos os candidatos, mais uma vez, tudo se encontra na mão do cidadão, nesta hora vestido de eleitor, sem deixar a diária função de consumidor , num mundo que chama-se mercado.

Nos últimos 3 anos , muito mudou. As redes sociais , a TV , o rádio contribuíram para maior debate, conscientização democrática . O eleitor está mais jovem , mais velho, mas mais consciente quanto a importância de seu voto. Desafia a esperteza dos marqueteiros.

Embora cada candidato se apresente  ao público com sua personalidade, por trás está a serviço do partido, dos financiadores de campanha, dos grupos de interesse, de modo que há toda uma estrutura de interesses movendo o candidato, que tem saia justa em seu deslocar.  Se eleito, se não andar conforme o planejado  ou falar fora do script  , será descartado . A História recente conta.

O que está já determinado para o eleito fazer é inacessível ao eleitor. Passada a eleição, o que vai importar é a implementação de objetivos dos grupos de retaguarda com seus interesses no mercado. Para tal objetivo milhares de cargos de implementação serão preenchidos .

Nesse sentido é importante considerar que todos nós voltamos no escuro. Nosso voto é um salto apostando no Bem , mas tendo pela frente a escuridão, já que é impossível ao eleitor saber quem preencherá os milhares de cargos de decisão e operação nos Ministérios e milhares de outros cargos a serem ocupados por decisão do candidato eleito, dos partidos coligados etc. E serão pessoas não eleitas, alçadas à nobreza com poderes de nomeação.  Tudo sem voto algum, de modo que a eleição do candidato a presidente é uma cena do palco de um teatro onde os bastidores encerram milhares de outras realidades , sem qualquer participação popular. 

Esses agraciados com altos salários é que vão decidir sobre a operacionalização de planos superiores ou sobre os seus, já que o  balcão de negócios é seu. Em geral, a complexidade do governar num país continental implica na adoção de sistemas e modelos. A busca por melhores ideais deve implicar a ampla discussão e debate de sistemas. Os atuais candidatos farão isto?  Em meio a cobranças pessoais sobre o passado e questões menores de momento,  o tempo passa rápido e perde-se mais uma vez a chance de discussão de pontos estruturais de grande relevância. O que será da Educação, da Saúde, da Economia? Nada disso, pois impera a miudeza, há a ampliação dos assuntos menores e fisiológicos,  normais aos corredores da política e seus cercadinhos.

E no meio de tudo, persiste o perigo do voto cego, apaixonado, fanático e pior, com foco no bolso. Promessas de uma economia de 2+2=7 ou 9 estão no programa de candidatos. Malabarismos numéricos nascem e respostas de paraíso ainda são tentadas como apelo e recurso para captar votos do povo. Vale o marketing, vale a mentira. Depois a verdade dos 2+2=4 e o pagamento duro e cruel pelo devaneio . Cuidado com o 2+2= 0 ou talvez 2+2= -7 . Ninguém de sã consciência vai querer uma Economia no vermelho. Ademais , cabe sempre lembrar que Wiston Churchill disse que o socialismo é muito bom até que acabe o teu dinheiro.

Engordar o reino de Gargântua seria um segundo erro. O estado não é produtor nem empresário; não tem força e índole para administrar riquezas, pelo contrário, mal sabe administrar, mas tem uma gula insaciável.   

Ouvir-se-á dos vitoriosos :  Mas  e daí?  Se pegou, pegou! . O que vale é que cole.  O candidato está eleito. Colou.

Mesmo que seja um grande erro estratégico para o futuro vindo de tempos já passados e reprovados,  já ninguém vai se importar.  Importará a Copa do Mundo. E depois a gente se vira.

É horta de pensar e agir melhor. 

 Odilon Reinhardt. 3.9.2022.