O que foi, foi. Como foi?
Até 3/10/22 são: no Brasil, 34.700.000 casos e
686.000 mortes. No mundo são 618.000.000 de casos e 6.550.000 mortes.
Urbe em
Chamas.
Atolado em
seus dilemas,
sai à caça
com sua armadura,
cheio de
direitos e antenas.
Com cara
de bolacha amassada,
arrasta-se
com ímpeto pela urbe,
nem sabe
onde se acha na manada.
Cego ,
pronto para desabafar;
alguém tem
que levar a culpa,
por sua
condição dentro ou fora do lar.
Infestado
de problemas,
irritado
com tanta situação adversa,
não
consegue realizar seus esquemas.
Quer um
pretexto;
alguém tem
que pagar, qualquer um
que entre
em seu causal contexto.
Encrenca
ambulante ,
nervoso e
irritado, danado.
É hoje!
Quer o olho de qualquer passante.
Arde a
urbe ,
chamas
invisíveis ,
aqui e ali
a ira ruge.
Há um
buraco que passa,
vazio ,
cheio de agonia,
a
existência o arrasa.
Assolado
pelo vento de seus pensamentos ,
pisa na terra das desilusões e contrariedades,
estufa a
mente com descontentamentos.
Calado,insatisfeito
,
pensando ser o centro do Universo,
consome-se
com dor no peito.
Precisa
agredir,
quer
matar,
mesmo com o
silêncio de seu existir.
Cheio de
abismos pessoais,
cedendo
aos instintos animais,
não
importa a vida e seus sinais.
Assim vai
o cidadão em seu resistir;
por fora
talvez bela viola,
por dentro
um vulcão a explodir.
Odilon
Reinhardt.
Será?
Será que
esse vírus danado
causou
tanto dano
que muito
humano já ficou distanciado?
Acomodado
na solidão,
com
preguiça de contato visual,
com medo
de aproximação?
Será que
há alguém
que não
veremos mais olho no olho,
e com quem
jamais falaremos também?
Será que
vivemos na ilusão
de que
isso não aconteça
e ela já é
a verdade em reação?
Será que
aguardamos
pessoas
voltarem , se aproximarem,
sonhamos?
Quantas
nem se importaram
durante os
graves momentos
e nada
perguntaram ou responderam?
Por que
voltariam então,
por que as
aguardamos ;
não é isto
tudo uma ilusão?
Que danos
mais esse vírus pode trazer
do que os
espirituais
que cada
um já sente ao sobreviver?
Odilon
Reinhardt.
Tempo Bom?.
Como vai,
tudo bem ,
bom dia
para você também!
Tempo bom,
o encontro por acaso,
tudo de bom,
me dá um abraço!
Quanto tempo;
É já faz tempo;
a gente se vê,
foi um bom tempo!
Até mais,
a gente se encontra por aí,
embora saibamos que talvez jamais.
Tempo bom,
que ficou no passado,
era outra época,
época de tempo bom.
Sensações
guardadas no coração,
motivo de canções,
causando emoção.
Hoje foi bom também,
mas nada como aquele tempo,
agora vamos indo,
lembrando do tempo bom.
Até mais então,
até qualquer dia,
passar bem
até então.
Odilon Reinhardt.
Livre agora.
Olha quem vai chegando,
é a saudade
que vai se unindo
a minha realidade
de solidão.
Elas combinaram o encontro
nesta noite de verão,
ficaram conversando
no meu coração.
Depois se desentenderam,
foram embora
e nem adeus disseram,
fiquei livre agora.
Sai, fui curtir o verão,
a noite estrelada,
não estava sozinho nem triste,
já tinha algo melhor para o coração.
Odilon Reinhardt.
Agora, a
realidade. São sistemas que geram
comportamentos. Falar deles é sinal de
sabedoria. Falar de ações é perda de tempo. Falar de pessoas é assassinato da
oportunidade de pensar.
Sistemas
deveriam ser objeto de perene rediscussão para readaptação ao caminho do tempo
passante ao melhor progresso da sociedade.
Mas o debate não acontece tão clara e rapidamente.
Em
momentos altamente democráticos, o nível de escolaridade limita em parte a
reflexão; impera o nível real da rua introduzido em redes sociais.
Os
principais sistemas adotados para reger a vida deveriam estar em discussão,
todavia, muitos não querem inovação, não querem se mexer; privilegiam o falar
de pessoas, o fisiologismo da calçada e a conversa de boteco.
O que
sempre estamos vendo é o desperdício do momento histórico e uma variação de
propostas dispersas, motivadas pela necessidade de captar votos ou simplesmente
aparecer. São propostas? São sugestões,
opiniões sem lastro na possibilidade econômica real, são sonhos e delírios, são
devaneios ancorados na esperança e na fé por tempos melhores. E mais, são
propostas, em sua grande maioria, referentes a consequências de erros do
passado. As verdadeiras causas ficam intocadas. A realidade econômica está
posta e é determinante, mas isto vai contra a fé e a esperança bem como a
necessidade de apresentar algo novo, mesmo que seja uma falácia.
Pipocam
aqui e ali, lá e acolá, propostas bem divorciadas da realidade fiscal e
contábil. Feita para o reino de Gargântua e Pantacruel. A Utopia preenche o imaginário, em época de
eleição ou, a todo momento, continua a
mesma mixórdia, a mesma cara de pau, a mesma ilusão. O tempo é assim
desperdiçado com ataques pessoais, o que equipara a eleição ou qualquer
discussão aos níveis democráticos mínimos de uma assembleia de condomínio,
associação ou clube.
O certo é
que muitos políticos, ao saírem de seus quatro anos de cercadinho, lembram
agora do povo. Parte dos meios de comunicação adotam seus filiados preferidos,
mas já está por demais claro que de todos os “ismos”, de todas as tendências em
resuscitação, de todo o sensacionalismo da mídia usado para garantir audiência,
o povo cansou e virou as costas. Usado e
abusado por anos, principalmente na Pandemia, o povo desligou-se do noticiário
político. Foi assim reforçada a Síndrome
de JOMO, que é o prazer de estar fora, o prazer de se desligar, de virar as
costas. Foi com isto que parte da mídia
contribuiu para a formação democrática.
Política, para o pessoal do cercadinho; para o povo, o prazer de estar
de fora desse caminho, o da manipulação através de comentários tendenciosos.
Quem lucra com isto?
Em suma,
as pessoas se desligaram da mídia política, quer por esgotamento, quer por
falta de escolaridade suficiente para entender o conteúdo dos comentários e
notícias; optaram por algo mais simples: a sua vida do dia a dia.
Como tal
reação prejudica a participação no momento político mais importante? A questão
só será respondida oportunamente se alguém por ela se interessar. Certamente,
não pela própria mídia, pois quem se interessa em saber? Logo virá a Copa do Mundo, depois a ilusão do
Ano Novo e o Carnaval. Qual a duração do carnaval que virá? O que dá mais
dinheiro?
Se imperou
o JOMO, o prazer de se desligar, caberia mesmo perguntar o por quê de tal
reação. Parte da mídia que se questione, pois não dá para viver só de
propaganda oficial ou de partidos; o índice de audiência pode levar à falência.
Mas tal questionamento só acontecerá internamente para salvar o negócio.
O certo é
que o povo se afastou há muito tempo; cansado de ser tratado como boneco;
desligou-se com prazer e com certo sabor de vingança. Parte da mídia e suas redes sociais, pensando
ser tudo e toda poderosa, tem muito efeito nos cercadinhos políticos,
funcionando como diário oficial da fofoca, da distorção, sempre fomentando
polaridade, intriga. Mas perante a população, isto é passado.
Todavia,
não é só o JOMO que gera efeito alienante.
O cidadão pode não estar por dentro das fofocas /fatos político, mas
formula seu consenso, participando de efeitos práticos dos sistemas existentes;
sente o cheiro da mentira e da coisa errada; respira o ar comprometido das
coisas há muito mal feitas; sente o gosto amargo que se forma aos poucos quando
olha o futuro; escuta a voz interna, procurando liberdade, paz, justiça para se
desenvolver; tem dor de cabeça ao ver os filhos sem perspectiva. Em todas as
classes sociais há algum desacerto, desconforto, desânimo. E mais, sente o
vazio do bolso, levando à incapacidade de realizar seus projetos de vida.
Assim, o
cidadão, qualquer um, pode não estar ligado, mas percebe e sabe o que está
acontecendo, us ao bom senso, o instinto.
Cada um ao seu nível, digerindo e filtrando os comentários de terceiros
na formação de um consenso de ente social.
Pouco importa o passado, pouco importa a ideologia. Todavia, muita
gente, com contas atrasadas, vai votar com o pensamento no bolso. Quem prometer
mais neste campo é mais aceito. Tempo de dificuldades propiciam propostas
utópicas.
A pergunta
mais simples é: o cidadão, de qualquer classe social está satisfeito como o
Brasil feito por décadas de governo?
Há segurança quanto ao futuro.
Nem se
pergunte isto para as novas gerações, que sem bons modelos de prosperidade e um
ambiente de progresso, já entenderam que
em sua pátria será muito difícil fazer a vida, caso certos sistemas usados por
Gargântua e Pantacruel não sejam revistos numa revolução institucional de
qualidade, eficiência e de alto nível. Tal revolução não é algo a ser feito
pelo povo ou estudantes nas ruas. É algo para profissionais, estudiosos e que
proponham alterações muito além do simples reduzir despesas e controlar
funcionários.
Inegável
que as instituições atuais seguram o país em suas crises, mas o fazem com
modelos antigos, seguindo uma cultura administrativa e gerencial defasada,
burocrática e que só funciona para se preservar
posição e altos benefícios.
Portanto,
não importando números e resultados, alguns sistemas, pelo menos os mais
defasados continuarão a gerar seus efeitos e reforçando seus muros
corporativistas, consumindo a energia preciosa de novas gerações, deixando de
lado modelos de progresso e oportunidades de crescimento e realização pessoal
de muitos jovens.
De
imediato, para quem vota com pensamento no bolso, cabe prosseguir sonhando e
esperando as soluções mágicas, lastreadas em fé e esperança.
Odilon
Reinhardt. 3.10.22