quinta-feira, 3 de novembro de 2022

Se Economia de 2+2=9 . Ao início euforia. Depois a agonia de pagar.

 





                 

 Se Economia de 2+2=9 . Ao início euforia. Depois a agonia de pagar.       

 

 

Até 2/11/22 são: no Brasil, 34.800.000 casos e 688.000 mortes. No mundo são 631.000.000 de casos e 6.590.000 mortes.

 

 Terrorista.

 

  

Acuado pela ciência,

o vírus mortal

foi sabotado com inteligência.

 

Esconde-se agora ;

cria emboscadas terroristas;

pega ainda descuidados a toda hora.

 

Está no ar,

em algum lugar do dia,

espera ainda aleijar , matar. 

 

Se é alienígena ou não,

alia-se a outras doenças,

quer devastação.

 

Ainda instiga o medo,

prejudica a atividade humana,

a economia não se recupera tão cedo.

 

O humano , vitimado,

carrega suas sequelas,

o desempenho ficou prejudicado. 

 

O vírus terrorista ,

agora ataca aos poucos,

mantém-se na lista.

 

O humano quer ter

sua vida anormal de volta ,

mas o terrorista quer vencer.

 

Mantém todos em  desconfiança,

dúvida, medo, suspeita,

cansaço e desesperança.

 

Segue ainda o humano tendo-o como refém,

sequelas físicas e sequelas comportamentais,

e a vida rasteja para ir além. 

 

Odilon Reinhardt.

 

 

Lá do fundo.

 

 

O que seu Zé , lá do fundo da baía

diria sobre a vida agitada da cidade,

pensaria sobre a gente correndo no dia,

sentiria ao sentir tanta complexidade,

perceberia ao ver este tipo de filosofia,

perguntaria sobre o objetivo de tal realidade?

 

Lá do fundo da baía,

onde o ar parece parar,

o tempo  não é medido com agonia,

a vida pode pausar,

a existência não conhece a desarmonia

e até a morte pode esperar.

 

O que seu Zé diria

de tanto golpe, fake news, mentira,

de tanta euforia, ansiedade e correria,

de muita confusão de onde nada se retira,

de tanta desarmonia ,

de gente que por nada se atira?

 

E seu Zé perguntaria

o porquê de tanta dificuldade,

animosidade, adversidade,

maldade, falsidade,

nesta curiosa realidade

cheia de tanta rivalidade.

 

Lá do fundo da baía ,

seu Zé nem mesmo sonha

com uma vida em tal raia,

nem que na imaginação ponha

todo seu bom senso para o dia

e algo com isso componha.

 

E o Zé do bar, da Bolsa, da Paulista,

como vive com tudo isto,

com suas pressões sempre à vista?

 

O estômago arruinado,

pronto para morrer de infarto,

na frente da TV e seu noticiário infestado?

 

É , refém dessas realidades,

morreu o Zé da cidade, ao começo da noite,

protestando contra a TV e suas meias verdades. 

 

 

Então, vimos o que vimos e como foi. Mais uma vez , na etapa de evolução em que se encontra, a população, de todas as classes sociais, reagiu ao que a imprensa fez e como o fez. Num país onde 8% dos 10% letrados pode interpretar um texto, impera a imagem e a oralidade. Vale a palavra, terreno fértil para a imprensa fazer seu carnaval, brincando com  imagens e frases. Pouco importa se o que o candidato, autoridade ou figura pública fala e nunca traduz em ato formal. Importa que falou e suas palavras são a massa  para todos os confeitos. Vale o oral.

Nesse ambiente, o fisiologismo prevalecente e a inflexibilidade de pensamento não permitem interpretações variadas para frases e gestos, os quais  seriam cômicos e inofensivos ao rir mais descontraído. Assim, tudo é levado na ponta da faca. A imprensa faz a festa, fazendo notícias para suas tendências. Não se pode brincar com a retórica.       

E quando o oral é que vale, importa o carisma, a aparência, e a retórica que se aproxime do popular e se mostre amiga e ciente das carências das realidades menos favoráveis. Aí nasce o voto baseado na palavra, na aparência pessoal aliada a frases de efeito , ilusórias visões de um futuro a ser alcançado, enquanto desassociado das possibilidades de uma Economia 2+2 =4, mas bem coerentes com o sonho da fé e da esperança.

Tudo favorece o campo florido dos marqueteiros políticos que trabalham muito bem com a psicologia de massa para dar promessas de redenção, perdão de dívidas, e uma vida bem melhor numa utópica terra de Mel e Leite.

Se o voto foi dado a quem prometeu uma Economia de 2+2+4 ou 2+2=9 , agora o eleitor deve esperar ,como consumidor,  pelo que será a realidade que cada uma destas situações vai trazer.

Se a orientação econômica for de gastança, o cidadão  que tenha muita fé e esperança para manter o bolso. Este ao início poderá até estufar, mas como o tempo prevalecerá a lei econômica e erros serão pagos em décadas de muito sofrer material.

Mas cabe, na evolução social multiforme a que chegamos , chamar a atenção para algo  mais. Apesar de todos os credos e religiões, cerimônias e adoração, pouco se vê quanto ao controle do ego. Aqui, em massa e em todas as classes sociais, vale o umbigo, poço de todas as lamentações, principalmente depois das ações e reações sem qualidade humana.

E mais, o reflexo da nossa realidade feita ainda de grosseria e intolerância, aparece em muitos níveis. Observe-se e questione-se que em projetos de obras, políticas públicas, no planejamento de ações emergenciais de órgãos públicos, empresas públicas e provadas e nos relacionamentos pessoais, há uma mínima consideração quanto ao elemento humano, seja como cidadão,  seja como consumidor. Ainda impera o ego descontrolado, o descuido, a falta de atenção, o relaxo a nível federal, estadual e municipal. Não é de agora nem de ontem, é de séculos.

Independentemente do resultado das eleições, com base no lastro cultural e evolutivo acima referido, a cultura do ego continuará; haverá raiva social, luta de classes, o enobrecimento da grosseria e da mediocridade. Nossos credos e religiões parecem incompetentes para mudar a cabeça social.  A questão de evolução pessoal é lenta demais. Reina a criminalidade e a barbárie. 

A aglomeração de tanta gente ainda nas escadas da evolução gera amassa que vai agir e reagir tal e qual, quando ficar visível que qualquer aposta em fantasias e sonhos irreais como a de uma Economia 2+2=9 foi  um ato de engano. Passada a euforia inicial, as ruas vão reclamar e o passado será repetido.

Os fundamento da Economia: Despesa Pública, Inflação/Juros e Câmbio não permitem brincadeira. Portanto, se praticada a Economia de 2+2=9, teremos euforia e depois a agonia de pagar. Se ao contrário,  houver cumprimento da regra 2+2= 4, teremos a agonia do não ter e depois a euforia de poder ter. Seja lá como for, nunca se poderá desligar o Brasil das tendências da economia mundial. É a realidade.

Não é de se preocupar por enquanto. Quem já sabe, sabe o que vai acontecer.  Quem pagou para ver, que veja.  Mas ambos estão no embarque do mesmo barco. Nada será alcançado sem democracia neste navegar. As consequências de impulsos prepotentes, grosseiros e inflexíveis atingem a todos desde o café da manhã até a hora de desligar a TV e dormir. E qual a qualidade do dormir?

O próximo passo é ficar de olho nas milhares de nomeações para cargos. Tradicionalmente, pessoas serão levadas à temporária “nobreza” bem remunerada, alguns sem jamais ter vencido nas  urnas. E estas pessoas, entre elas muitas nulidade, é que vão promover a cultura de fazer da vida pública o seu balcão de negócios; a grande oportunidade da vida. A História conta que essa é a regra individual ou em conjunto.  Sempre que possível a festa nos cofres. Mas só a imprensa pode cuidar disso.

Todavia, antes da posse, parte da mídia hipnotizará o povo, que deixando de ser eleitor, passará à categoria de torcedor. Viva a Copa do Mundo! Fator elementar para o esquecimento de tudo!

Para as novas gerações ficará a lição de que em eleições essências , não se pode torcer como para um time de futebol , pensando  que depois não haverá consequências e a vida continuará intocada quanto ao resultado. Haverá reflexos e a cada erro na Economia, a administração do presente sofrerá e repercutirá no futuro que está ficando mais difícil.    

 

Odilon Reinhardt. 3.11.2022.