sábado, 3 de dezembro de 2022

Para realizar um justo sonho, a provável euforia exuberante.

 





                                      


Para realizar um justo sonho, a  provável euforia exuberante.

        

Até 2/12/22 são: no Brasil, 35.300.000 casos e 690.000 mortes. No mundo são 645.000.000 de casos e 6.640.000 mortes.

 

                                            Ir para  a frente.

 

Terminou ou começou,

abriu ou encerrou?

 

Falou ou silenciou,

reclamou ou aceitou?

 

Para uns sim,

para outros não.

 

Uns pensam assim,

outros pensam no fim.

 

Alguns acham ,

outros nem falam.

 

Alguns já esqueceram,

outros nada viram.

 

Direita ou esquerda;

ida ou volta.

 

Ninguém pensou

em ir para a frente? 

 

Quem vai ,

quem fica?

 

Quem vai fica,

quem fica vai?

 

Onde vão ,

se vão em frente?

 

Vão é o ir ,

se não souber onde e como ir?.

 

Ou ir

é um eterno descobrir?

Odilon Reinhardt.

 

                                               Nova investida.

 

Não há sossego,

Covid insiste ,

não há arrego.

 

Deu pausa ,

o humano se espraiou

respirou por boa causa.

 

Mas o vírus investe,

quer ainda mais mortos e deficientes,

é resistente.

 

Agora vem com mais uma  subvariante. 

Novamente , a ameaça, o medo, a suspeita,

e as pessoas receiam e ficam distante.

 

O terrorista vem com guerra psicológica,

exige máscara, isolamento, distância,

a mesma lógica.

 

Deixa no ar,

se a vacina ainda vale

e pode funcionar.

Odilon Reinhardt.

 

Diante de perspectivas de anos de repetição de tentativas anteriores, ninguém está mais contente do que Gargântua e Pantacruel ; os sinais de inchaço prenunciam grandes momentos de fartas ceias no setor do cofre.

Incham os Estados, Prefeituras, a União no reino de “fartura”. Mudam  os teores  de discursos; tudo é direcionado para justificar a intenção proposta. Faladores na mídia mudam as frases para se mostrarem concordes. Políticos correm para garantir seus lugares no palco. O eleitor e até mesmo a mídia mais livre engolem tudo com farofa de pacotes de validade vencida.

Apesar da boa vontade e da sempre disposição em “ dar uma chance”, apesar de todos os esforços para endossar e viabilizar intenções de qualquer governo, é necessário entender que limpar gavetas em busca de recursos, reajeitar despesas e acreditar em crescimento futuro, vai acontecer mediante os movimentos de  uma realidade advinda de um sistema gerador globalizado. Será difícil inventar uma verdade que faça 2+2 resultar em 9.

É livre o sonhar, o apostar no futuro, o delirar em sanear a pobreza e eliminar décadas de problemas causados pelos  governos de vários governos. Todavia, em Economia não existe “ se colar, colou”, “ vamos ver no que vai dar”, “vamos tentar” , mormente quando a História já  registrou em várias de suas páginas o precedente temerário nesse assunto. A realidade diversa e arraigada sempre se sobrepõe a qualquer salvador da pátria. 

Veste-se sempre a intenção de bom objetivo constitucional, registrada na  Constituição da República:

 

Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:

I - construir uma sociedade livre, justa e solidária;

II - garantir o desenvolvimento nacional;

III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais;

IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.

 

 

Justos objetivos. Quem não os deseja? Quem não quer  ver todos realizados e o país com progresso, alto PIB, próspero e empregando a juventude.  Todavia , há a realidade  do bolso. Fé e esperança ajudam, mas atitudes reais é que vão produzir resultados concretos.

No jogo do perde e ganha da vida, quais interesses serão contrariados, se no orçamento umas áreas vão ter que diminuir e outras engordar?  Briga de cachorro grande e o centro de seus interesses passa pelo centro político, que reúne o grande caldeirão dos negócios presentes e seus objetivos. O centro sempre foi a medida do país. Ali tem de tudo e ali se dobra o aço e se corta a manteiga. Todo e qualquer governo se dobra ao centro.

Mas o painel de fundo de todo o teatro é a qualidade da mão d e obra disponível.  Vontades políticas de momento não escamoteiam as consequências de inúmeros governos que deixaram a Educação em segundo lugar. Há no presente ações do dia a dia que refletem bem a falta do investimento em Educação. A sociedade pouco evoluí sem aula de qualidade e famílias com hábitos de estudo.  O trabalhador sem capacidade e saúde atrasa tudo. O executivo com maus hábitos e vícios toma péssimas decisões.  O jovem sem futuro assegurado ou com possibilidades de crescer na vida esmorece. Ademais, é bom lembrar que há anos atrás os visíveis efeitos da falta de capacitação da mão de obra passou a ser um fator limitante da onda de empregos, elevação da renda e prosperidade. E o que dizer agora com o avanço tecnológico que exige da mão de obra capacidade no campo  da informatização? 

As reformas estruturantes de grande relevância devem ser aquelas que façam a cabeça com modelos de estudo, prosperidade nacional e progresso pessoal.  Mas para tais reformas que levem à realização dos objetivos constitucionais acima mencionados, é necessário dispor de cabeças evoluídas ou comprometidas em evoluir.  Quanto da mão de obra nacional ainda disponível têm condições de recuperação, intelecto e saúde para um desafio laboral?. 

Se persistir a ideia imediatista, eleitoreira, nada vai mudar. Todo novo governo esmorece logo frente a brutalidade da vida real . Logo os sonhos, mesmo que delirantes, a esperança na mudança e no novo ímpeto acabam. O socialismo precisa de recursos, pois gosta de gastar. Findo o dinheiro, só há carestia e dificuldades. Tudo voltará ao normal do dia a dia. Fim de festa no cofre.

Ainda outro aspecto relevante é que a  ansiedade do mundo de hoje não permite pensar a longo prazo. A ideia de fazer o bolo para todos poderem comer não é aceita. Aqui, come-se os ingredientes da receita em separado, por vezes cru e sempre antes da hora, dá voto. E voto é o que interessa.

Uma certeza há, o dinheiro é sempre o mesmo, as gavetas são as mesmas, o remanejar entre gavetas é que depende do regime de governo. Reformas de gavetas, garantindo que algumas sempre recebam mais do que outras sempre geram discussão e dificuldades. Vende-se a alma para garantir uma gavetinha meio cheia.

O esforço nacional tem que ser para que o dinheiro do cofre aumente. Defender gastos humanitários é justo, mas precisa de mais dinheiro. Pantacruel e Gargântua nunca foram de trabalhar,estão protegidos em sua posição sempre esfomeada. Quem trabalha é a indústria , o campo , a mina,o comércio, no entanto , estes são arrombados constantemente pela vontade gulosa do Poder em todos os níveis.  

Mesmo assim  ninguém fala em rever os sistemas que condicionam comportamentos nas tantas instituições. Não se fala em Educação de qualidade. Nada se fala dos mestres invisíveis que dão suas aulas indiretas e negativas à  juventude, ocupando o espaço que seria dos bons modelos. Ninguém questiona o reino do gordo, preguiçoso e incompetente Gargântua e Pantacruel, que come todas as receitas e deixa pouco para investimento. Ninguém fala da cultura de hábitos atrasados como " agora eu vou me fazer", o uso do poder público como balcão de negócios pessoais e partidários, o espírito de tirar vantagem de tudo , etc.  Seria a grande mudança , só a volta à distribuição de dinheiro?  Todos já conhecem os efeitos de tal política dentro do sistema econômico atual.     

Um "New Deal", sustentável e lastreado em trabalho e seriedade, seria a solução? Mas como fazer isto apartado do sistema econômico mundial.  O Estado mais forte e gordo é a âncora ou o peso morto que atrasa a todos?

Diante dos desarranjos da economia mundial causados pela Covid, que se juntaram às consequencias do já esperado problema de excesso de crédito, há a formação de um quadro muito desafiador para 2023 e os seguintes. Não se pode dizer que é um salto no escuro. 

Pela primeira vez corre-se o risco de ver realidades com regras apocalípticas antes mesmo de um novo governo iniciar. Uma espécie de passaporte para mais um  voo de galinha?   

Odilon Reinhardt. 3.12.2022.