Estamos vencendo?
Até 2/4/22 são: no Brasil, 36.400.000 casos e
694.000 mortes. No mundo são 661.000.000 de casos e 6.690.000 mortes.
De 23/3/2020 para cá, a Humanidade
está vencendo a doença .
Em 2019 , marchou o vírus sobre o mundo,
espalhando surpresa, terror,
e em março de 2020 , mostrou seu plano imundo.
O humano ,de então, se defende,
tomado de horror,
sem muito conhecer o que o ofende.
Mortes e mais mortes.
Era o começo da guerra contra o invisível ,
acometendo cruelmente fracos e fortes.
Milhares de italianos idosos são sacrificados,
o mundo fica chocado,o mal espalha-se com velocidade,
os dias vivem momentos tresloucados.
Nada se sabe sobre o inimigo,
o sistema civilizatório e sua ciência
são feridos no umbigo.
As economias , o mercado financeiro mundial
desabam de um dia par ao outro, com previsões catastróficas;
reproduzem a crise de 1929 de
modo anormal.
Subitamente o humano é reduzido a peça de manada,
a vida livre se retrai , os Governos agem
e o celular e redes sociais
assumem vida coroada.
Medidas extremas são impostas,
algumas polêmicas , surge o totalitarismo da saúde,
estatísticas diárias são expostas.
De avião a epidemia surge rapidamente como Pandemia,
desconhecida da Humanidade desde 1917,
estabelece-se o medo , a agonia.
A organização Mundial da Saúde demora acredita em problema localizado, demora a declarar estado de
Pandemia,
o vírus se aproveita do devaneio
e implanta seu esquema.
Na Blitz Krieg , apossa-se do ar
e o tem como refém ;
A ciência não tem vacina , o mundo está desprotegido,
nenhum remédio o detém.
Entre mortes e enterros em valas coletivas;
pobres e ricos são enterrados sem cerimônia,
a TV espalha o espanto e notícias
apreensivas.
Em alguns países e localidades o sensacionalismo
chega a criar pânico e clima dos final dos tempos;
as fake- news geram dúvidas e
terrorismo.
Surgem as variantes ativas.
A Delta faz mortos , se sacia por um ano,
logo o Omicron vem com mais derivativas.
Os cruéis números de 2020 são só refresco diante do porvir ,
o Omicron mata milhões e faz as flechas dos gráficos subirem ,
mas surgem as vacinas como arma a nos servir.
A ciência expressa a sabedoria humana,
os médicos fazem coquetéis de remédios com controvérsias
tentando salvar os milhares de enfermos na cama.
Mesmo assim as mortes e casos explodem,
surge a guerra comercial na Saúde ,
corrupção na compra de vacinas e nos
acessórios que surgem.
O humano, já acuado, se retrai,
as ruas , igrejas, casas, aeroportos e
comércio se esvaziam,
familiares se afastam ,”amigos” desaparecem, o vírus não cai.
Negócios vão à falência,
os danos à economia local e nacional
são radicais,
os governos locais agem para salvar a sua receita com eficiência.
O vírus de circula , devasta,
aproveita-se da demora da ciência,
avança, faz mutações, mata, fica no front e não se afasta.
Começam a faltar produtos e material,
algumas indústrias são afetadas mundialmente,
ressurge a inflação fatal.
As equipes de enfermagem e medicina
se exaurem,
as UTIs , enfermarias, salas de emergência ficam lotadas,
mas os humanos não cedem, lutam e
resistem.
A globalização de produção mostra a dependência
quanto à China onde surgiu o vírus,
o desenvolvimentismo recebe crítica e resistência.
No meio da comoção , a Rússia invade a Ucrânia ,
é o humano contra o humano, inusitadamente;
a crise de energia dispara, o preço do óleo faz agonia.
Cria o caos na economia,
Momentos radicais, recolhe as artes, reprime a aglomeração ,
ressurge o nacionalismo, cria discórdia.
Surgem os negacionista,
parte da manada nega a seriedade da crise,
usa razões até extremistas.
Há revoltas contra as medidas impostas,
contra a vacinação, contra punições,
alguns governos enfrentam derrotas.
Mas só com a vacinação em massa,
Acredita-se na imunidade de
manada,
o vírus é atacado pela ciência como traça.
E a vacina começa a vencer,
o vírus e variantes se retraem
perdem batalhas ao se estender.
Dois anos inteiros de feroz
embate;
então o comércio começa a ser liberado,
as famílias contam seus mortos em combate.
Os países fazem planos de economia
devido a Guerra na Ucrânia e os efeitos do Covid.
Apertam-se os cintos, a inflação e os juros fazem o dia.
As empresas adotam o Home Office
como sistema,
as escolas adotam aulas on line, crise de qualidade;
o mundo se adapta administrando cada
problema.
Persistem :
o não se aglomerar, o distanciar, o se vacinar,
o usar a máscara que logo desaparecem.
Os casos e mortes vão diminuindo,
o humano por volta de meados de 2022 perde o medo,
arrisca-se liberta-se aos poucos, a vida normal vai ressurgindo.
Festas familiares e Natais e feriados são tentativas,
aos poucos o medo é vencido,
as pessoas voltam a ser ativas.
Já em 2023 , o vírus opta pela guerrilha, faz menos mortes ,
usa a tocaia , pegando um ou outro humano,
seu veneno diminui , os casos são menos graves .
Vira andarilho, mistura-se com outras doenças,
vira Corona, gripe mais forte, esconde-se
talvez para estudar nova estratégia e suas crenças.
Parece ter se contentado
com mais de 600 milhões de mortos, milhares de casos,
efeitos devastadores no mundo e sequelas para cada adoentado.
Fez nascer as consequências na Economia,
inflação mundial, juros altos e depressão,
o mundo dobra-se aos efeitos
danosos dia a dia.
Relacionamentos humanos foram
marcados,
“migos” desapareceram,
os amigos resistentes ficaram reforçados.
Mas , após 3 anos , ainda persistem:
a desconfiança, o luto, o medo ,o distanciamento,
e há no ar velados temores que ainda resistem.
O vírus ,invisível, com variantes inteligentes,
diminuiu seu território,
mas plantou sentinelas entre as agentes.
Os casos individuais doravante
estão à mercê da sorte e do destino,
com doenças que atacam a Humanidade diariamente.
Para cada pessoa parece
estar reservada uma batalha final;
é a dúvida que o vírus pôs em
realce.
Tio Covid, o bárbaro, o matador,
de onde veio, para onde e como
vai ,
acordou a consciência de alguns , fez surgir muito novo pensador?
Agora o normal,
como está o Mundo, a cidade, a rua ?
Há um novo normal ou humano
continua no ego animal?
O Covid desaparece da notícias locais e nacionais,
a vida diária ressurge com suas
realidades,
a manada acomoda-se em seus costumeiros locais.
E assim vai a Humanidade ......
Odilon Reinhardt.
Procura-se.
Foi observando
a vida, as pessoas,
que foi chegando.
Chegou a esse deserto,
onde procura-se uma árvore
para ter algo por perto.
Explorando o território,
hoje implora-se por uma conversa interessante
que torne cada trecho menos inglório.
Pelo menos uma por dia,
para escutar palavras de alguém
controversa ou não , uma que seja sábia.
Uma conversa inteligente,
como uma árvore no deserto de areia,
uma por dia , já salva a mente.
O explorar ,
o ter algo a dizer, o escutar está difícil,
no deserto em que virou o mundo do falar.
Muitos mendigam por um momento diário
por uma conversa que faça pensar,
criticar, provocar, crescer, mudar o itinerário.
Odilon Reinhardt.
Temos vencido algumas doenças. Estamos vencendo o vírus do Covid. Mas o que não estamos vencendo? Há muito acontecendo há décadas que não se
deve banalizar. Os defeitos da Educação e/ou sua falta começam a se agravar com
sérios reflexos no cotidiano e no mercado de trabalho. A frequência de fatos
decorrentes da falha humana se acumulam. Empresas encaram problemas no
recrutamento e tentam escamotear as dificuldades para empregar ou substitui a
mão de obra. Programas de treinamento interno motivam demissões por falta de
capacidade individual de aprendizagem e adequação a tecnologias mais atuais de
operação. Episódios da vida privada aparecem horrendos e com mais frequência. O
sensacionalismo dado pela imprensa até começa a receber autocrítica por parte
das emissoras.
Na indústria, é de se esperar que o inesperado consagre o absurdo:
greve, promovida por algum sindicato, exigindo que a linha de produção volte
aos métodos manuais e mais compreensíveis para o empregado. Seria a consagração do atraso. Ademais, que
mão de obra, em qualidade e quantidade,
daria hoje suporte a um crescimento econômico repentino?
O assunto parece trivial. Que o seja, mas começa prejudicar o consumidor
por vários lados. Como se pode saber se a crise no ensino superior não está
produzindo profissionais que erram no preparo de fórmulas de alimentos, etc.? E
em outros setores, como está a situação? O que se pode falar das demais classes
profissionais, seus erros e negligências. E os soldados de rua, que preparo
emocional e físico recebem para lidar com a população? Qual a estatística
referente a afastamentos do serviço por de saúde mental?
Quanto ao nível do trabalhador operacional, quanto ao nível da ciência,
já há dúvida e insegurança por parte da empresa, do cidadão e do consumidor. Já
não se acredita piamente no médico e sempre pensasse numa segunda ou terceira
opinião. As soluções profissionais ou meramente operacionais são questionadas.
Descrédito e confiança.
E qual o grau de confiança nos negócios, onde a tecnologia virtual
facilita golpes e acolhe a má-fé endêmica? Como está o lema cultural de que
“isto não vai dar certo”?
Gargântua e Pantacruel, encastelados, estão sentindo as consequências de
crises anteriores, a dieta é séria e determinante. A reengenharia de gastos já
foi feita. Pouco sobrou para banquetes mais ousados. Salários e despesas fixas
não deixam sobrar nada para o orçamento público em obras. O orçamento é a caixa
de Pandora, repleta de obras de discutível necessidade. O que é prioridade?
Como gerar progresso com avanços sociais sem dinheiro novo?
Entra governo, sai governo e a Educação fica em lugar não prioritário,
atitude reiterada que prepara a escravidão futura mais acentuada, não só do
cidadão como também do país. E a escravização vem pelas doenças decorrentes da
insatisfação, contrariedade e não só pela Economia. Hoje já está visível a
doença psíquica em todas as classes sociais, haja ou não dinheiro.
Ao passar das décadas, nada do futuro, nos termos prometidos e ou
esperados, acontece. As novas gerações, cada vez, mais condicionadas por
sonhos-de-consumo, sofrerão com a constatação de que o país ainda não é para
todos. Não foram fornecidos modelos de incentivo aos estudos e prosperidade
pessoal. Ao contrário, dá-se a chance
para a instalação de filosofias escuras e decadentes e ao domínio de mestres
invisíveis com suas lições obscuras. Há sempre uma lanterna para registrar
coisas novas, mas não para sinalizar comportamentos distorcidos e tendenciosos
que irão por em prática alguma lição psicótica através dos meios virtuais.
O que acontece com um jovem que se depara com a impossibilidade de ser
economicamente ativo, bem preparado e com bom salário? Foi mais uma vítima de
uma estelionato. Prometeram algo e não
entregaram. Ou nem prometeram, o jovem é que sonhou demais? E qual a sua reação
quando constata que não poderá satisfazer seus sonhos-de-consumo e nem mesmo
casar dignamente, para formar família?
Certamente o jovem nem-nem ( não estuda
nem trabalha), assolado pela
insegurança quanto ao futuro, frustrado e reativo, impulsivo e potencialmente
perigoso. Um revoltado, um psicopata à mercê dos convites para o dinheiro fácil
ou do crime hediondo por desabafo?
Como estão as estatísticas referentes a doenças mentais decorrentes da
pobreza, vida escolar, depressão etc.? Quais os exemplos fáticos diários que
indicam que o país está doente em todas suas classes sociais?
Dificilmente a crescente violência e a criminalidade deixam de ser reflexo de uma sociedade encharcada de erros
humanos quanto a Educação familiar e escolar; de ambientes cada vez mais ácidos
formados no trabalho; de escolas, repartições públicas e escritórios privados, onde quer que seja que o humano se
reúna para conviver. O ser humano está desencontrado, frustrado, contrariado e
reage com o ego raivoso. As pessoas estão cada vez mais doentes, sua individualidade é impulsiva por reação;
elas explodem na coletividade.
E o que acontecerá quando jovens professores começarem a concluir que
sua dedicação e idealismo de nada adiantam para “salvar” as crianças, oprimidas
envoltas e problemas sociais, bem mais envolventes do que a escola pode
fazer?
Onde vai ser o ponto culminante de tais encontros ou desencontros?
Odilon Reinhardt. 3.4.2023