segunda-feira, 3 de abril de 2023

O que estamos vencendo?

 





                                            Estamos vencendo?

  

 

Até 2/4/22 são: no Brasil, 36.400.000 casos e 694.000 mortes. No mundo são 661.000.000 de casos e 6.690.000 mortes.

 


De 23/3/2020 para cá, a Humanidade está vencendo a doença . 

 

 

Em 2019 , marchou o vírus sobre o mundo,

espalhando surpresa, terror,

e em março de 2020 , mostrou seu plano imundo.

 

O humano ,de então,  se defende,

tomado de horror,

sem muito conhecer o que o ofende.

 

Mortes e mais mortes. 

Era o começo da guerra contra o invisível ,

acometendo cruelmente fracos e fortes.

 

Milhares de italianos idosos são sacrificados,

o mundo fica chocado,o mal espalha-se com velocidade,

os dias vivem momentos tresloucados.

 

Nada se sabe sobre o inimigo,

o sistema civilizatório e sua ciência

são feridos no umbigo.

 

As economias , o mercado financeiro mundial

desabam de um dia par ao outro, com previsões catastróficas;

reproduzem  a crise de 1929 de modo anormal.

 

Subitamente o humano é reduzido a peça de manada,

a vida livre se retrai , os Governos agem

e o  celular e redes sociais assumem vida coroada.

 

Medidas extremas são impostas,

algumas polêmicas , surge o totalitarismo da saúde,

estatísticas diárias são expostas.

 

De avião a epidemia surge rapidamente como  Pandemia,

desconhecida da Humanidade desde 1917,

estabelece-se o medo , a agonia.

 

A organização Mundial da Saúde demora acredita em problema   localizado, demora a declarar estado de Pandemia,

o vírus se aproveita  do devaneio e implanta seu esquema. 

 

Na Blitz Krieg , apossa-se do ar  e o tem como refém ;

A ciência não tem vacina , o mundo está desprotegido,

nenhum remédio o detém.

 

Entre mortes e enterros em valas coletivas;

pobres e ricos são enterrados sem cerimônia,

a TV espalha o espanto e  notícias apreensivas.

 

Em alguns países e localidades o sensacionalismo

chega a criar pânico e clima dos final dos tempos;

as fake- news geram dúvidas e  terrorismo.

 

Surgem as variantes ativas.

A Delta faz mortos , se sacia por um ano, 

logo o Omicron vem com mais derivativas. 

 

Os cruéis números de 2020 são só refresco diante do porvir , 

o Omicron mata milhões e faz as flechas dos  gráficos subirem , 

mas surgem  as  vacinas como arma a nos servir.

 

A ciência expressa a sabedoria humana,

os médicos fazem coquetéis de remédios com controvérsias

tentando salvar os milhares de enfermos na cama.

 

Mesmo assim as mortes e casos explodem,

surge a guerra comercial na Saúde ,

corrupção na compra de vacinas e nos  acessórios  que surgem.

 

O humano, já acuado,  se retrai,

as ruas , igrejas, casas, aeroportos e  comércio se esvaziam,

familiares se afastam ,”amigos” desaparecem,  o vírus não cai.

 

Negócios vão à falência,

os danos à economia local e nacional  são radicais,

os governos locais agem para salvar a sua receita com eficiência.

 

O vírus de circula , devasta,

aproveita-se da demora da ciência,

avança, faz mutações, mata, fica no front  e não se afasta.

 

Começam a faltar produtos e material,

algumas  indústrias são  afetadas mundialmente,

ressurge  a inflação fatal.

 

As equipes de enfermagem e medicina  se exaurem,

as UTIs , enfermarias, salas de emergência ficam lotadas,

mas os humanos  não cedem, lutam e resistem. 

 

A globalização de produção mostra a dependência

quanto à China onde surgiu o vírus,

o desenvolvimentismo recebe crítica e resistência.

 

No meio da comoção , a Rússia invade a Ucrânia ,

é o humano contra o humano, inusitadamente;

a crise de energia dispara, o preço do óleo faz agonia.

 

Cria o caos na economia,

Momentos radicais, recolhe as artes, reprime a aglomeração ,

ressurge o nacionalismo, cria discórdia.

 

Surgem os negacionista,

parte da manada nega a seriedade da crise,

usa razões até extremistas.

 

Há revoltas contra as medidas impostas,

contra a vacinação, contra punições,

alguns governos enfrentam derrotas.

 

Mas só com a vacinação  em  massa,

Acredita-se na  imunidade de manada,

o vírus é atacado pela ciência como traça.

 

E a  vacina começa a vencer,

o vírus e variantes se retraem

perdem batalhas ao se estender.

 

Dois anos inteiros  de feroz embate;

então o comércio começa a ser liberado,

as famílias contam seus mortos em combate.

 

Os países fazem planos de economia

devido a Guerra na Ucrânia e os efeitos do Covid.

Apertam-se os cintos, a inflação e os juros fazem o dia. 

 

As empresas adotam o  Home Office como sistema,

as escolas adotam aulas on line, crise de qualidade;

o mundo se adapta administrando cada  problema.

 

Persistem :

o não se aglomerar, o distanciar, o se vacinar,

o usar a máscara que logo desaparecem.

 

Os casos e mortes vão diminuindo,

o humano por volta de meados de 2022 perde o medo, 

arrisca-se liberta-se aos poucos, a vida normal vai ressurgindo.

 

Festas familiares e Natais e feriados são tentativas,

aos poucos o medo é vencido,

as pessoas voltam a ser ativas.

 

Já em 2023 , o vírus opta pela guerrilha, faz menos mortes ,

usa a tocaia , pegando um ou outro humano,

seu veneno diminui , os casos são menos graves .

 

Vira andarilho, mistura-se com outras doenças,

vira Corona, gripe mais forte, esconde-se

talvez para estudar nova estratégia e suas crenças.

 

Parece ter se contentado

com mais de 600 milhões de mortos, milhares de casos,

efeitos devastadores no mundo e sequelas para cada adoentado.  

 

Fez nascer as consequências na Economia,

inflação mundial, juros altos e depressão,

o mundo dobra-se  aos efeitos danosos dia a dia.  

 

 Relacionamentos humanos foram marcados,

“migos” desapareceram,

os amigos resistentes ficaram reforçados. 

 

Mas , após 3 anos , ainda persistem:

a  desconfiança,  o luto, o medo ,o distanciamento,

e há no ar velados temores que ainda resistem. 

 

O vírus ,invisível, com variantes inteligentes,

diminuiu seu território,

mas plantou sentinelas entre as agentes. 

 

Os casos individuais doravante

estão à mercê da sorte e do destino,

com doenças que atacam a Humanidade diariamente.

 

Para cada pessoa parece

estar reservada uma batalha final;

é  a dúvida que o vírus pôs em realce.

 

Tio Covid, o bárbaro, o matador,

de onde veio, para onde e como  vai ,

acordou a consciência de alguns , fez surgir  muito novo pensador?

 

Agora o normal,

como está o Mundo, a cidade, a rua ? 

Há um novo normal ou  humano continua no ego  animal?   

 

O Covid desaparece da notícias locais e nacionais,

a vida  diária ressurge com suas realidades,

a manada  acomoda-se  em seus costumeiros locais.

 

E assim vai a Humanidade ......

 

 

Odilon Reinhardt.

 

 

                                         Procura-se.

 

 

Foi observando

a vida, as pessoas,

que foi chegando.

 

Chegou a esse deserto,

onde procura-se uma árvore

para ter algo por perto.

 

Explorando o território,

hoje implora-se por uma conversa interessante

que torne cada trecho menos inglório.

 

Pelo menos uma por dia,

para escutar palavras de alguém

controversa ou não , uma que seja sábia.

 

Uma conversa inteligente,

como uma árvore no deserto de areia,

uma por dia , já salva a mente.

 

O explorar ,

o ter algo a dizer, o escutar está difícil,

no deserto em que virou o mundo do falar.

 

Muitos mendigam por um momento diário

por uma conversa que faça pensar,

criticar, provocar, crescer, mudar o itinerário. 

 

Odilon  Reinhardt.

 

 

 

Temos vencido algumas doenças. Estamos vencendo o vírus do  Covid. Mas o que não estamos vencendo?  Há muito acontecendo há décadas que não se deve banalizar. Os defeitos da Educação e/ou sua falta começam a se agravar com sérios reflexos no cotidiano e no mercado de trabalho. A frequência de fatos decorrentes da falha humana se acumulam. Empresas encaram problemas no recrutamento e tentam escamotear as dificuldades para empregar ou substitui a mão de obra. Programas de treinamento interno motivam demissões por falta de capacidade individual de aprendizagem e adequação a tecnologias mais atuais de operação. Episódios da vida privada aparecem horrendos e com mais frequência. O sensacionalismo dado pela imprensa até começa a receber autocrítica por parte das emissoras.

Na indústria, é de se esperar que o inesperado consagre o absurdo: greve, promovida por algum sindicato, exigindo que a linha de produção volte aos métodos manuais e mais compreensíveis para o empregado.  Seria a consagração do atraso. Ademais, que mão de  obra, em qualidade e quantidade, daria hoje suporte a um crescimento econômico repentino?

O assunto parece trivial. Que o seja, mas começa prejudicar o consumidor por vários lados. Como se pode saber se a crise no ensino superior não está produzindo profissionais que erram no preparo de fórmulas de alimentos, etc.? E em outros setores, como está a situação? O que se pode falar das demais classes profissionais, seus erros e negligências. E os soldados de rua, que preparo emocional e físico recebem para lidar com a população? Qual a estatística referente a afastamentos do serviço por de saúde mental? 

Quanto ao nível do trabalhador operacional, quanto ao nível da ciência, já há dúvida e insegurança por parte da empresa, do cidadão e do consumidor. Já não se acredita piamente no médico e sempre pensasse numa segunda ou terceira opinião. As soluções profissionais ou meramente operacionais são questionadas. Descrédito e confiança.

E qual o grau de confiança nos negócios, onde a tecnologia virtual facilita golpes e acolhe a má-fé endêmica? Como está o lema cultural de que “isto não vai dar certo”?

Gargântua e Pantacruel, encastelados, estão sentindo as consequências de crises anteriores, a dieta é séria e determinante. A reengenharia de gastos já foi feita. Pouco sobrou para banquetes mais ousados. Salários e despesas fixas não deixam sobrar nada para o orçamento público em obras. O orçamento é a caixa de Pandora, repleta de obras de discutível necessidade. O que é prioridade? Como gerar progresso com avanços sociais sem dinheiro novo?

Entra governo, sai governo e a Educação fica em lugar não prioritário, atitude reiterada que prepara a escravidão futura mais acentuada, não só do cidadão como também do país. E a escravização vem pelas doenças decorrentes da insatisfação, contrariedade e não só pela Economia. Hoje já está visível a doença psíquica em todas as classes sociais, haja ou não dinheiro.  

Ao passar das décadas, nada do futuro, nos termos prometidos e ou esperados, acontece. As novas gerações, cada vez, mais condicionadas por sonhos-de-consumo, sofrerão com a constatação de que o país ainda não é para todos. Não foram fornecidos modelos de incentivo aos estudos e prosperidade pessoal. Ao contrário, dá-se  a chance para a instalação de filosofias escuras e decadentes e ao domínio de mestres invisíveis com suas lições obscuras. Há sempre uma lanterna para registrar coisas novas, mas não para sinalizar comportamentos distorcidos e tendenciosos que irão por em prática alguma lição psicótica através dos meios virtuais. 

O que acontece com um jovem que se depara com a impossibilidade de ser economicamente ativo, bem preparado e com bom salário? Foi mais uma vítima de uma estelionato.  Prometeram algo e não entregaram. Ou nem prometeram, o jovem é que sonhou demais? E qual a sua reação quando constata que não poderá satisfazer seus sonhos-de-consumo e nem mesmo casar dignamente, para formar família?  Certamente o jovem nem-nem ( não estuda  nem trabalha),  assolado pela insegurança quanto ao futuro, frustrado e reativo, impulsivo e potencialmente perigoso. Um revoltado, um psicopata à mercê dos convites para o dinheiro fácil ou do crime hediondo por desabafo?

Como estão as estatísticas referentes a doenças mentais decorrentes da pobreza, vida escolar, depressão etc.? Quais os exemplos fáticos diários que indicam que o país está doente em todas suas classes sociais?

Dificilmente a crescente violência e a criminalidade deixam de ser  reflexo de uma sociedade encharcada de erros humanos quanto a Educação familiar e escolar; de ambientes cada vez mais ácidos formados no trabalho; de escolas, repartições públicas e escritórios  privados, onde quer que seja que o humano se reúna para conviver. O ser humano está desencontrado, frustrado, contrariado e reage com o ego raivoso. As pessoas estão cada vez mais doentes, sua  individualidade é impulsiva por reação; elas  explodem na coletividade.

E o que acontecerá quando jovens professores começarem a concluir que sua dedicação e idealismo de nada adiantam para “salvar” as crianças, oprimidas envoltas e problemas  sociais,  bem mais envolventes do que a escola pode fazer?

Onde vai ser o ponto culminante de tais encontros ou desencontros?

 

Odilon Reinhardt. 3.4.2023