Um tímido avanço contra os mestres invisíveis. Muitos interesses. Negligência de décadas e consequências de agora.
Redes
de barbante,
de fibra.
Redes agora sociais,
sensacionais,
emocionais.
Redes sexuais,
radicais,
fatais.
Redes animais,
superficiais ,
enfim redes mortais.
Em tal enredo,
enreda-se a vida,
cheia de medo.
Odilon Reinhardt.
mascarando
a boca ainda rouca.
O bicho arruma as malas ,
mas deixa tanto na realidade,
que ainda tropeça em máscaras e
talas.
Consequências covídicas,
mortes e danos,
ainda em visões fatídicas.
Sistema produtivo e econômico em desarranjo;
o sistema de educação pela TV e celular
um grande dano sem arranjo.
Sorri o humano
e usando os olhos,
desconfiados do que veem neste
ano.
O novo normal ,
meia boca, à média a luz,
feito do anormal .
Quem sobreviveu , carrega medo,
quem anda , o faz meio torto,
quem arrisca , avança em arremedo.
E assim vai o humano,
sorrindo à boca miúda ,
o Covid ainda executa seu plano.
Vai solitário,
agora é franco atirador,
mata aqui e ali no caminho diário.
Retira-se atirando,
covarde matador,
o que estará planejando?
Colheita minguada.
Não foi só falta de recursos, foco e prioridade, nem falta de aviso. Não foi e não é só a incompetência, a negligência, o descaso que jogam as gerações mais novas no colo dos mestres invisíveis. Não foi o deslumbre diante de novas tecnologias e aparelhos brilhantes que deixou os jovens e já adultos à sorte. Certamente, um balaio de causas determinantes que por décadas atuaram livremente. E tudo começou com os " inocentes" fliperamas e tempos depois com os jogos de computador, hoje na mão ,pelo celular. Uma semente de uma árvore bem plantada e nunca podada.
Pois bem, a árvore foi crescendo e se
enraizando; foi deixada para crescer na sombra de interesses duvidosos na
feirinha de eletrônicos, ao ar fétido de um terreno pobre e vazio de bons
propósitos.
Doravante, nada que vemos nesta
realidade é causa, senão a consequência
da incúria, do foco desleixado, das prioridades desprezadas, dos assuntos
políticos de umbigo e fisiologismo, dos pais e sua inexperiência, do sistema
escolar tacanho e feito de precariedades,num país que se a habituou ao pouco
querer ler, estudar e escrever.
Agora, diante de mortes e prisões
lotadas, através de lei, querem podar a árvore e seus invisíveis brotos e
encontram resistência tão grande quanto o domínio de forças estranha sobre o
país. Forças superiores que foram crescendo sob a égide da proteção de
interesses pessoais e da pretensa liberdade de expressão a qualquer custo,
conforme defendem os libertários num país onde menos de 8% dos 96% de não
analfabetos não sabe interpretar um texto.
Mas a iniciativa não é de se
ridicularizar. Todavia, não se sabe, se ela viria se tais forças e seus
aparelhos virtuais não estivessem interferindo na vida política e nos assuntos
de Poder com as “fake- news” . O certo é que nada foi feito por décadas em que
tais forças atuaram como mestre invisível junto à juventude, diariamente com
mensagens subliminares de toda pior espécie. Agora, seja lá por qual interesse
prevalecente, está se ensaiando em fazer
algo, para começar a limpar o terreno sujo. Todavia, a luta é de
cachorro grande e não se sabe por quanto tempo.
Perdedores já os há, estão dentro das
novas gerações agindo e pensando serem os tais.
A experiência da virtualidade já
começa a se tornar dolorosa. As consequências do abandono favorecem as
atividades dos ramos mais podres da sociedade e perdurarão por décadas, mesmo
que a lei consiga algo. Difícil é roçar com canetas e folhas de papel, onde a
maioria da população não tem acesso à nenhum texto legal.
Sendo pragmático e utilitário, como o
sistema produtivo gosta, basta dizer que as consequências acabam afetando a mão
de obra de todos os níveis, devido ao enfraquecimento do indivíduo, o que
restringe a expansão de serviços e indústria de qualidade, os estudos
universitários, a expansão da economia, a área científica ,etc., aumentando a
dependência do país. É a resultante da má aplicação do Pro Bono Publikum, pois
por muito tempo o importante era aumentar a receita tributária a qualquer
custo. Pouco importava se o restaurante da esquina era usado para lavar
dinheiro, o necessário era que pagasse impostos. No mesmo caminho o cigarro, o
comércio de fungicidas, o cigarro eletrônico, etc. , que ao longo dos anos
acabam sobrecarregando o serviço de saúde com milhares de doentes e aumentando
a despesa pública.
Tudo tem um começo, meio e fim. É um
processo. Ver os sinais de começo é um cuidado de quem sabe selecionar sementes
para ter boa colheita. É uma questão de Amor ao Próximo e de responsabilidade
quanto ao bom futuro da Nação. Para os mais materialistas, é uma questão de
bolso e Bolsa. Mas a violência em tudo e em variadas formas, parece não comover
o Poder. A banalização de tudo de ruim só serve para dar notícia e nada mais.
Quem nega que o país está doente? Um
dia, a árvore cai no meio da rua, mas será só um joguinho na internet, talvez
“fake news” com pessoas em “ deep fake”. Só mais dos fatos ilusórios da
virtualidade ou certamente um relato falseado de algum robô jornalístico movido
pela inteligência virtual.
Odilon Reinhardt 3.6.2023.