sábado, 3 de junho de 2023

Um tímido avanço.

 







Um tímido avanço contra os mestres invisíveis.  Muitos interesses.  Negligência  de décadas  e consequências de agora. 

 


Redes

 

 Redes de corda,

de barbante,

de fibra.

 

Redes agora sociais,

sensacionais,

emocionais.

 

Redes sexuais,

radicais,

fatais.

 

Redes animais,

superficiais ,

enfim redes mortais. 

 

Em tal enredo,

enreda-se a vida,

cheia de medo.

 

Odilon Reinhardt.

 

 Sorriso pequeno .

 

  Ainda à meia boca ,

mascarando

a boca ainda rouca. 

 

O bicho arruma as malas ,

mas deixa tanto na realidade,

que ainda tropeça em máscaras  e talas.

 

Consequências covídicas,

mortes e danos,

ainda em visões fatídicas.

 

Sistema produtivo e econômico em desarranjo;

o sistema de educação pela TV e celular

um grande dano sem arranjo.

 

Sorri o humano

e usando os olhos,

desconfiados  do que veem neste ano.

 

O novo normal ,

meia boca, à média a luz,

feito do anormal .

 

Quem sobreviveu , carrega  medo,

quem anda , o faz meio torto,

quem arrisca , avança em arremedo. 

 

E assim vai o humano,

sorrindo à boca miúda ,

o Covid ainda executa seu plano.

 

Vai solitário, 

agora é franco atirador, 

mata aqui e ali no caminho diário.

 

Retira-se atirando,

covarde matador,

o que estará planejando?

Colheita minguada. 

 

Não foi só falta de recursos, foco e prioridade, nem falta de aviso. Não foi e não é só a incompetência, a negligência, o descaso que jogam  as gerações mais novas no  colo dos mestres invisíveis. Não foi o deslumbre diante de novas tecnologias e aparelhos brilhantes que deixou os jovens e já adultos à sorte.   Certamente, um balaio de causas determinantes que por décadas atuaram livremente. E tudo começou com os " inocentes" fliperamas e tempos depois  com os  jogos de computador, hoje na mão ,pelo celular.  Uma semente de uma árvore bem plantada e nunca podada.

Pois bem, a árvore foi crescendo e se enraizando; foi deixada para crescer na sombra de interesses duvidosos na feirinha de eletrônicos, ao ar fétido de um terreno pobre e vazio de bons propósitos. 

Doravante, nada que vemos nesta realidade é causa, senão a  consequência da incúria, do foco desleixado, das prioridades desprezadas, dos assuntos políticos de umbigo e fisiologismo, dos pais e sua inexperiência, do sistema escolar tacanho e feito de precariedades,num país que se a habituou ao pouco querer ler, estudar e escrever. 

Agora, diante de mortes e prisões lotadas, através de lei, querem podar a árvore e seus invisíveis brotos e encontram resistência tão grande quanto o domínio de forças estranha sobre o país. Forças superiores que foram crescendo sob a égide da proteção de interesses pessoais e da pretensa liberdade de expressão a qualquer custo, conforme defendem os libertários num país onde menos de 8% dos 96% de não analfabetos não sabe interpretar um texto. 

Mas a iniciativa não é de se ridicularizar. Todavia, não se sabe, se ela viria se tais forças e seus aparelhos virtuais não estivessem interferindo na vida política e nos assuntos de Poder com as “fake- news” . O certo é que nada foi feito por décadas em que tais forças atuaram como mestre invisível junto à juventude, diariamente com mensagens subliminares de toda pior espécie. Agora, seja lá por qual interesse prevalecente, está se ensaiando em fazer  algo, para começar a limpar o terreno sujo. Todavia, a luta é de cachorro grande e não se sabe por quanto tempo.

Perdedores já os há, estão dentro das novas gerações agindo e pensando serem os tais.

A experiência da virtualidade já começa a se tornar dolorosa. As consequências do abandono favorecem as atividades dos ramos mais podres da sociedade e perdurarão por décadas, mesmo que a lei consiga algo. Difícil é roçar com canetas e folhas de papel, onde a maioria da população não tem acesso à nenhum texto legal.   

Sendo pragmático e utilitário, como o sistema produtivo gosta, basta dizer que as consequências acabam afetando a mão de obra de todos os níveis, devido ao enfraquecimento do indivíduo, o que restringe a expansão de serviços e indústria de qualidade, os estudos universitários, a expansão da economia, a área científica ,etc., aumentando a dependência do país. É a resultante da má aplicação do Pro Bono Publikum, pois por muito tempo o importante era aumentar a receita tributária a qualquer custo. Pouco importava se o restaurante da esquina era usado para lavar dinheiro, o necessário era que pagasse impostos. No mesmo caminho o cigarro, o comércio de fungicidas, o cigarro eletrônico, etc. , que ao longo dos anos acabam sobrecarregando o serviço de saúde com milhares de doentes e aumentando a despesa pública. 

Tudo tem um começo, meio e fim. É um processo. Ver os sinais de começo é um cuidado de quem sabe selecionar sementes para ter boa colheita. É uma questão de Amor ao Próximo e de responsabilidade quanto ao bom futuro da Nação. Para os mais materialistas, é uma questão de bolso e Bolsa. Mas a violência em tudo e em variadas formas, parece não comover o Poder. A banalização de tudo de ruim só serve para dar notícia e nada mais. Quem nega que o país está doente?  Um dia, a árvore cai no meio da rua, mas será só um joguinho na internet, talvez “fake news” com pessoas em “ deep fake”. Só mais dos fatos ilusórios da virtualidade ou certamente um relato falseado de algum robô jornalístico movido pela inteligência virtual.   

 

 

Odilon Reinhardt 3.6.2023.