Restrições.
O medo está no ar?
A exceção se esforça,
para vencer a regra
e a luta implica força.
Casos de violência,
usados como sensacionalismo,
dilatam a ignorância.
A normalidade impregna-se de criminalidade,
a pobreza intelectual está vencendo,
a violência expressa a nova realidade.
Na rua o ar é de medo,
instabilidade,
uma guerra silenciosa,
a caçada começa cedo.
O cidadão vive em restrições,
quer sobreviver entre golpes, balas e facas,
diminui suas locomoções.
Os caçadores , mesmo quando hipotéticos,
patrulham as vias
e a mente de cidadãos vive em fatos tétricos.
Diminui o consumo,
carros, moradias , joias, roupas ,
o dinheiro tomam outro rumo.
Prédios supervisionados,
condomínios murados, eletrificados,
guetos alarmados.
O cidadão se esconde e foge,
a criminalidade o caça onde estiver,
é o mundo de hoje.
A regra de normalidade
altera-se,
a exceção vai mudando a realidade.
Pode acontecer, pode não acontecer,
a dúvida anda com o medo,
a calçada agora pode ser local de morrer.
A inteligência deve ser usada,
é estratégico pensar onde e como ir,
já há muita região bloqueada.
Curiosamente, entre os humanos, neste pedaço
de terra habitada, pode estar surgindo com mais intensidade, a vergonha de
poder comprar mais do que a média, mesmo que tal condição tenha sido alcançada
por méritos de atividade honesta e bem realizada. Poder comprar, mas não comprar. Poder ir, mas
não ir. Uma restritiva realidade de defesa e preservação da vida.
Seria o resultado da má administração há
décadas, atendendo prioridades de
contestável aprovação. O Leviatã come tudo dentro de seu castelo, pouco
sobrando para melhorar a realidade dos aldeões. Tempo das consequências, tempo
de mediocridade e nivelamento por baixo. Ideais de baixa qualidade, muito
umbigo e ego no domínio. A educação ainda abandonada. Esta a causa principal,
hoje transfigurada em múltiplas consequências, que recebem investimentos
inócuos e eleitoreiros.
Neste condão, a barbaridade e a selvageria
fazem o noticiário de cada dia e geram ansiedade, ódio, medo e muita
instabilidade social em todo canto.
2023 anos de Era Cristã, 523 anos de Brasil e
caminhamos lentamente. Muito do rude já foi vencido, mas o sutil ainda a está
no horizonte. Muita crueldade e cenas tétricas decorrentes da falta de respeito
ao Próximo. As religiões prosseguem, mas o discurso parece ser bonito só na
boca do padre ou pastor. Na prática, a pouca educação e o ego fazem a vida e
determinam a realidade.
No dia a dia, a parte da manhã ainda parece
mais segura; a tarde já é ameaçadora, a noite já totalmente feita de campo
escuro e de violência. Há um velado toque de recolher, só desafiado pela ignorância
e destemor.
O dia pode ter suas repartições, mas as
exceções ocorrem e a maldade ocorre no dia como um todo e a rua tornou-se canaleta por onde o ser humano arrisca
passar, sendo caçado pelas aves de rapina do crime, que estão à procura de
qualquer coisa que sirva de escambo.
Ainda talvez um estágio prévio à caça motivada por pura maldade contra o ser humano em busca de matar por matar, como se vê na
América do Norte, de onde saem exemplos, cada
vez mais frequentes, de horríveis assassinatos. Todavia, por aqui, já há casos de atentados em escolas, mas por motivos pessoais e
conexos com as instituições. Será agora
o início do medo de ir para a escola? Os assassinos, todos com passagens
tenebrosas pelos sites e redes sociais, onde acham fonte de rejeição e lições
para a vingança, podem atacar a qualquer dia. E mais, há sites que se equivalem
à suas mais violentas, que não são combatidos, seu acesso fica defendido pela
libertinagem de expressão e a critério e discernimento do usuário. A questão é
se um adolescente tem condição de discernir totalmente?
Assim, a tônica é o medo e a instabilidade
social crescente, já banalizada e sempre
minimizada pelas autoridades, que frente ao desgaste social e político , acham
um jeito de justificar tudo e pouco fazer para acabar com a fonte dos
problemas. A falha é recorrente. Foco imediato e passageiro nas consequências,
enquanto as causas persistem.
Exemplos, exceções cada vez assustam mais. O
cidadão torna-se refém da realidade e nunca sabe quando será o próximo a sofrer
diretamente a violência física, já que o mal é direta e indiretamente
disseminado ao entrar na casa do cidadão via redes sociais, rádio e televisão.
A banalização e vulgarização dos atos
violentos é mera reação humana, que criando ilusão, tenta seguir vida normal ,
quando na realidade o anormal é que está latente e incomoda.
Há, por influência religiosa, um sentimento de
velada culpa, de compaixão coletiva, que impede as pessoas de consumirem o que
realmente podem, para não destoar da maioria e evitar a raiva social ou mesmo
tornar-se alvo.
Já vemos essa grande restrição à liberdade
individual de usufruir de seus ganhos justos e de vida. Um freio social que
afeta a economia com um pensamento de tal magnitude, o que acaba desestimulando
o consumo, diminui a produção e não gera empregos, mas desemprego afetando a
sociedade na raiz.
Nesta toada de mau gosto, já se torna imoral e
socialmente incorreta qualquer
comemoração individual. O comunismo utópico de igualdade cria a socialização de
tal mediocridade, nivelando para abaixo, o que contraria a natureza humana.
Pode ter, mas não tem, pode comprar, mas não
compra. Vale dizer que não pode, não tem e não quer. Pode andar, mas não na rua
a qualquer momento, tem que saber quando, onde e como. Pode pensar, mas não se
expressar, nem escrever livremente, porque pode ser vilipendiado em redes
sociais, cancelado e até assassinado. Pode sentir, mas nada compartilhar, não
acrescentar, não citar. Que liberdade é esta?
Só crescem as restrições. A brutalidade contra
a opinião adversa cresce.
As restrições ao consumo e os efeitos disso na economia dariam uma bela tese de doutorado a nível mundial , tipo
Prêmio Nobel , quanto aos novos caminhos
da Economia frente a globalização da
Miséria, não só de coisas, mas da mais
perigosa, a intelectual.
Odilon Reinhardt 3.11.23