domingo, 3 de dezembro de 2023

Erros do passado. Realidade em construção.

 

  


                             Erros do passado. Realidade em contrução. 


Realidade , sem rima.

  

Hoje,basta

uma palavra,

uma letra,

uma cor,

um símbolo,

um gesto,

um toque,

um compartilhar,

um trejeito,

um olhar,

tudo em ação, reação

ou até omissão

e impera a besta.

 

Em um mero segundo,

a vida toma outro rumo,

numa esquina de virada.

O ego e a impulsividade

agem na mente

e a pessoa se ajoelha e obedece

daí a nova realidade,

geralmente mais dura , mais penosa.

 

Na cidade ,

todo dia ronda o ego,

a cada segundo uma provocação,

quem resiste , vence,

quem cede ,vê a condenação.

teste em ação e reação,

em qualquer relacionamento

sempre a mesma provação.

 

Muitos já ajoelhados ao ego,

criam e vivem em mundo de insatisfação,

estressados nada vai bem:

trabalho, negócios, família,

tudo um caldo de muito atrito e apego.

em cada um na rua

o vulcão prestes a explodir

e assim vai a vida nua e crua.

 

O coração na ponta do nariz,

o umbigo na cabeça,

o tijolo sempre nas mãos,

o Próximo é inimigo.

competidor , rival,

guerra de hormônios,

animosidade potencial,

a vida sempre instável. 

 

Quem iniciar o dia

e conseguir terminá-lo

sem alteração espiritual

é o vencedor ,

raridade , bem aventurado,

um ser humano sobrevivente,

teve mais essa diária vitória

e segue para o outro dia com menos medo.

 

Tudo tem começo, meio e fim.  Óbvio, mas é bom repetir. Por vezes o meio leva muitas décadas e até séculos. O fim se arrasta mesclando-se ao meio e ocupa  por décadas de decadência. Isto está cada vez mais claro, em vários assuntos nacionais e internacionais, em temas, que fazendo o drama do povo, vão preenchendo a programação dos meios de comunicação e atolando  a mente do cidadão, sem o compromisso quanto às  consequências que o sensacionalismo traz ao fazer novas mentalidades junto às novas gerações, principalmente.

Observemos alguns exemplos de evolução. Drogas: o começo , nos alegres e festivos bailes  de carnaval do Rio de Janeiro e outras capitais, onde o lança-perfume, vindo da Argentina, parecia inofensivo e só uma brincadeira. Depois as boletas do Paraguai. Como evoluiu isto? Está aí fazendo a drama e o calvário de muitas famílias. Educação: ponto crucial. O começo mais acentuado com a República. Por volta de 1910, nem 10% da população sabia ler e escrever. Já era um país meramente oral. Como está hoje? Menos de 10% sabe ler e escrever corretamente, destes cerca de 6% pode ler um texto e dizer sobre o que leu.  Tudo está aí em consequências. Corrupção: o começo mais efetivo na extração do ouro e diamante. Depois o festejado jeitinho brasileiro. Como isto evoluiu? Está aí em toda sua potencialidade.

E assim, há vários títulos que evoluíram, quase sempre para pior , quando compõem o tem violência física e moral, pública e privada,  em suas causas e consequências. Incluída está  na versão pública, a truculência oficial nas atitudes policialescas e nos projetos em várias áreas.

Não é surpresa alguma, que a organização esteja cada vez mais forte em grupos privados dedicados à informalidade para a conquista de poder e bens materiais. A consequência é a periclitação da vida e o medo em tudo, causando instabilidade social constante, diante da selvageria, onde o cidadão é caçado e assassinado na rua do seu cotidiano.

Tudo é um sinal só, um pedido de socorro, pois o país está doente. 

É selvagem se apossar de dinheiro público diante de obras mal feitas ou nem terminadas, é selvagem não prover educação de qualidade, é selvagem vender e consumir drogas, é selvagem proteger os transgressores a qualquer nível, etc. vezes mil.

Nelson Rodrigues disse que o Brasil conhecerá a selvageria antes de conhecer a civilização. Então, está tudo dentro do programado e não temos o que fazer?

Não é tanto assim; muito avanço já foi conseguido. Lento, diante da corrupção e interesses feridos e conservados. Ademais, o país só aprende pelos erros e dor. Mesmo assim, muito já foi conseguido no campo material e espiritual. Mas tão lento que o Brasil de 1950 ainda vive em muitos locais, enquanto o de 1800 ainda persiste em vários aspectos.

Pouca educação de  qualidade, modelos errados, cabeça pequena , mão rápida e grande.

 

Odilon Reinhardt. 3.12.23