Vai e vem.
Vai
e vem ,
a
mesma tapeação, frases de efeito,
a
mentira vai além.
Números
e manipulações,
gráficos
e tabelas, factóides,
muito
boi de piranha e enganações.
As
redes com teatro de revista,
fatos
e fotos escamoteados,
a
manchete dói na vista.
Ano
vai , ano vem,
muitas
palavras , intenções e condecorações, ,
o
peito se rende ao deixa para lá, e tudo-
bem.
O
dia a dia preenchido
Com
fantasia e melodrama,
correria
, confusão e chumbo perdido.
No
comércio, a vida on-line , site-fake,
a
ganância sem oral e ética , explícita. ,
muita
irritação , em modo e a gastrite não é fake.
Muito
ódio e raiva
como
fontes de sensacionalismo,
sangue
quente , baba e saliva.
Nas
ruas a caça solta ,
tentando
chegar em casa,
a
vida em reviravolta.
Alguém
vai,
não
volta, não vem,
ficou
na esquina , na calçada, e daí ?
Esperanças são renovadas. Juras de fim de ano. O cidadão, mais uma vez, ralando sua fé, esperando algo, esperando o trem, alguém, ninguém, o vagão da melhoria, da fantasia, da ilusão.
Últimas
semanas do ano, festa. Primeiras semanas do ano novo, o mesmo renovado, já vem
descorado nas mentes cheias de ego e
robusta arrogância da chamada integridade rude e tosca do ser meramente
fisiológico.
Todo
um ano pela frente, vasto campo para o festival de tudo, onde todos vão de um
dia para o outro, acionando o modo irado, indignado no painel de seu umbigo,
sempre esperançoso . Salvos pelo ego da ilusão, que os mantém no embate de suas
intenções e interesses contrariados.
Vai
e vem o tempo. Vai com todos. Vem com inusitados fatos de cada novo dia; fatos
em manchetes mais horripilantes, mais chocantes, mas sempre escamoteados,
individualizados e nunca se admite que o país
está doente há décadas e cada vez mais esconde a cara em nome da
hipocrisia de tentativas mal sucedidas para melhorar a vida e colocá-la como “
sustentável”.
Atrasados
em décadas pelo jeito de ser corrupto, vamos em frente desviando e por vezes
sendo enganados por interesses difusos,
é o jeito aqui. Mas vamos assim, tentando melhorar , ir em frente com o que se
tem. Se estamos indo ou voltando em termos humanos, é questão de olho e
posição. Mas no campo moral e ético, seja lá o que estiver indo ou voltando, a
impressão é de piora. A liberdade vira libertinagem, a permissão vira
licenciosidade, etc. Educação errada e atrasada, drogas, corrupção, hipocrisia
e mentiras repetidas , formam o pentagrama do engano , criando realidades de
tapeação.
Governos
e governos se revessam. Entram e saem. Vão e vem. Não conseguem administrar as
consequências do já feito como mal
passado, tampouco o que de informal a população vai criando ao avançar :
desamor ao Próximo, desrespeito em tudo que se faz e como se faz. No dia vale o
umbigo. Na informalidade de projetos da vida privada, o espírito de golpe, de
tirar vantagem, de lograr e rapidamente cair fora. Novos modos de estelionato e
estratégias de exploração. A vida honesta fica como refém; o cidadão fica como caça e qualquer sistema formal fica como
único culpado. O sistema é o culpado ! Frase que isenta a todos e dá imunidade
a tudo. Aliás, a culpa sempre é de alguém. E, assim, vamos vendo a libertinagem
se espraiando e contaminando lenta e subliminarmente; muita subliminar raiva
social.
E
todos os dedos apontam facilmente para alguém. O culpado, pois a culpa sempre
está no Próximo. Mas deixemos que o dedo vá e volte para ver que não vai longe
entre o próprio naso e o umbigo, já que o que impera aqui, neste quadrante da
história, é o fisiológico, turbinado pelos interesses do bolso, sem pudor e sem
moral . Difícil etapa da transição da era analógica para a digital, aqui
apressadamente introduzida na era do ferro quente e selvagem.
Vai
e vem a vida nessa toada da grosseria, do rude, da intolerância, do abuso entre os seres humanos, anulando, em
seus diários relacionamentos, todos os princípios e concepções de união e
fraternidade pregados pelas religiões.
Segue
o humano fazendo kharma para pagar em breve ou a longo prazo, pessoal e/ou
coletivamente com podemos ver em outros lugares do mundo, mas a quem interessa
tal reflexão, se o dedo acusatório ao final vai direto na testa de cada dito
cidadão, não importando sua função.
É tendência forte que moral, ética, bons modos, respeito ao Próximo enfrentem o desuso, face a crescente mediocridade e nivelamento por baixo. Vive-se a baixaria.
Odilon Reinhardt . 3.1.2024