( Não se preocupem, nós escreveremos
e leremos por você!. Não precisrão nem pensar. )
Oralidade e superficialidades .
Casas onde não há papel e caneta,
bibliotecas
inexistentes,
nada
para escrever ou ler neste local do planeta.
Conversas
trigueiras,
comezinhas
frases de nada,
o
vazio das conversas caseiras.
O
analfabetismo e o semianalfabetismo
fazendo
a prática da estupidez fechada,
a
intimidade afundada no pragmatismo.
Diálogos
cortados, egos à solta,
temas
imbecilizados ,
o
barzinho para alguns a ideia de revolta.
Cerveja,
papo furado,
carros
, motos , mulheres e homens, esportes,
viagens
em opiniões rasteiras, tudo bem esvaziado.
Intelectos
revoltados, vocabulário trôpego,
rimas forçadas, canções destroçadas ,
amores
e temas em vozes pastosas e sem fôlego.
País
da oralidade , nada em profundidade,
vale
a superficialidade,
avançam
burrice e mediocridade pela pobre coletividade.
Filosofia
/debate crítico ficou sendo como algo tal
sem
o qual, a vida
continua
tal e qual.
Não
é só aqui neste canto do Universo,
ficou
até pior além mar,
é
a civilização em cada branco e péssimo
verso.
Dificuldades
de vida; prioridade para o trabalho ou procurar ocupação; pouco tempo para
inverter a realidade; desinteresse; alta contaminação pelo pragmatismo e
utilitarismo reinante; falta de ambiente educado para cultura; falta de visão de longo prazo;
ausência de estímulos no grupo social e por parte do governo; empobrecimento da
rotina; esvaziamento das conversas privadas; cabeça muita cheia de problemas
pendentes; falta de recursos; excesso de “fake-news”; descrédito nas
informações; ignorância; analfabetismo. São algumas das razões pelas quais as
pessoas deixam de ler, escrever, pensar. O país é oral.
Poder-se-ia
perguntar que futuro tem um país, onde tudo é superficial e os pensadores são
tendenciosos, politizados e desacreditados? Terá o futuro que fizer hoje e dele
será dependente. Mas não há o porquê se preocupar, pois a será sempre um país
do material pelo material. Várias fases da história do país já passaram e os
índices de analfabetismo sempre foram altos e nunca atrapalharam a máquina
pública, a qual sempre foi preservada a menos que no futuro seja um meio de
ocupação pelas estruturas ilegais de esquemas altamente privados, onde o
interesse privado passa a ser público. Este aspecto já basta para preocupar. A realidade depende das letras,
cultura e existência de bons pensadores, ou seja, da educação e sua qualidade.
Qual
o nível de interesse hoje em estudar, ler, pesquisar? Qual o interesse em se
preencher com intelectualidade de bom nível para elevar o nível do pensamento
com reflexo em atitudes de boas
decisões boas.
Quantas
pessoas nada escrevem, leem durante o dia? Quantas pessoas param para pensar
antes de agir ou para refletir sobre seu caminho no mundo do comportamento e
convivência? Milhões nem se importam com isto. Pior, nem sentem falta disso.
Diante
das exigências da vida e a rotina imposta para assegurar a vida, o pragmatismo
avança e o utilitarismo toma enorme espaço.
Todos
os aspectos da realidade nacional devem ser objeto de análise e discussão, para
gerar consciência para todos de que o que temos pode ser mudado ou é o possível
para a fase evolutiva em que a Nação se encontra. Se não podemos solucionar ou
pouco podemos fazer, pode o cidadão pelo menos estar ciente de que são
realidades graves (, que não são solucionáveis pela força policial, seu aumento
e custo, mas pela educação, algo que leva gerações, ) e que estão presentes em
todos os cenários da vida diária e que compõem, condicionam e geram o comportamento de todos que com o cidadão
entram em contato quer seja em casa, na rua ou no trabalho de serviços públicos
e privados. Aparece nos hábitos, nos costumes, nas conversas sem conteúdo, no
vazio dos diálogos corriqueiros, nas opiniões superficiais, nos monólogos de
cada um. Tudo com reflexos na qualidade de vida, dos serviços e do pensamento.
Sem
investimento na vida interior de qualidade, minguados são os resultados na vida
social. Rebaixado fica o nível da vida intelectual e da qualidade das análises para decisões.
Consagra-se a mediocridade com grave tendência para a violência em suas mais
variadas formas. Esforçados professores dos primeiros anos fazem de tudo para
educar, mas falham porque as redondezas sociais de cada criança não confirmam
ou estimulam o que é ensinado. Algo está muito errado dentro de cada pessoa, da
própria escola e da família. As
consequências estão vivas e fazem os fatos do dia. Que país é este? É a
pergunta do momento, indicando que ainda há tempo para mudar as
tendências. E o cidadão, com um único
voto, engole o fato e vai em frente, chutando latas e pedras. E a sua frente
existe um invisível muro: o das lamentações diárias. Pergunta o cidadão: Que país será este?
Observe-se
que de um tempo para cá, grandes noticiários da TV passaram a gastar vários
minutos mostrando notícias policiais, o que antes só era feito no rádio ou em
programas específicos fora do horário nobre. Pode-se dizer que é a caça pela
maior audiência, o uso do sensacionalismo, mas em verdade, é a sociedade que
baixou seu nível ainda mais e está rastejando pelos níveis da criminalidade já
bem difundida.
Infelizmente
o país do golpe, dos esquemas de corrupção, dos milhares de ladrões de galinha
que agem nos sistemas municipais etc. , desgastando a energia nacional de
progresso.
Odilon Reinhardt 3.5.2024