Erros do passado. Realidade em contrução.
Realidade , sem rima.
Hoje,basta
uma palavra,
uma letra,
uma cor,
um símbolo,
um gesto,
um toque,
um compartilhar,
um trejeito,
um olhar,
tudo em ação, reação
ou até omissão
e impera a besta.
Em um mero segundo,
a vida toma outro rumo,
numa esquina de virada.
O ego e a impulsividade
agem na mente
e a pessoa se ajoelha e obedece
daí a nova realidade,
geralmente mais dura , mais penosa.
Na cidade ,
todo dia ronda o ego,
a cada segundo uma provocação,
quem resiste , vence,
quem cede ,vê a condenação.
teste em ação e reação,
em qualquer relacionamento
sempre a mesma provação.
Muitos já ajoelhados ao ego,
criam e vivem em mundo de insatisfação,
estressados nada vai bem:
trabalho, negócios, família,
tudo um caldo de muito atrito e apego.
em cada um na rua
o vulcão prestes a explodir
e assim vai a vida nua e crua.
O coração na ponta do nariz,
o umbigo na cabeça,
o tijolo sempre nas mãos,
o Próximo é inimigo.
competidor , rival,
guerra de hormônios,
animosidade potencial,
a vida sempre instável.
Quem iniciar o dia
e conseguir terminá-lo
sem alteração espiritual
é o vencedor ,
raridade , bem aventurado,
um ser humano sobrevivente,
teve mais essa diária vitória
e segue para o outro dia com menos medo.
Tudo tem começo, meio e fim. Óbvio, mas é bom repetir. Por vezes o meio leva muitas décadas e até séculos. O fim se arrasta mesclando-se ao meio e ocupa por décadas de decadência. Isto está cada vez mais claro, em vários assuntos nacionais e internacionais, em temas, que fazendo o drama do povo, vão preenchendo a programação dos meios de comunicação e atolando a mente do cidadão, sem o compromisso quanto às consequências que o sensacionalismo traz ao fazer novas mentalidades junto às novas gerações, principalmente.
Observemos alguns exemplos de evolução. Drogas: o começo , nos alegres e
festivos bailes de carnaval do Rio de
Janeiro e outras capitais, onde o lança-perfume, vindo da Argentina, parecia
inofensivo e só uma brincadeira. Depois as boletas do Paraguai. Como evoluiu
isto? Está aí fazendo a drama e o calvário de muitas famílias. Educação: ponto crucial. O começo mais
acentuado com a República. Por volta de 1910, nem 10% da população sabia ler e
escrever. Já era um país meramente oral. Como está hoje? Menos de 10% sabe ler
e escrever corretamente, destes cerca de 6% pode ler um texto e dizer sobre o
que leu. Tudo está aí em consequências. Corrupção: o começo mais efetivo na
extração do ouro e diamante. Depois o festejado jeitinho brasileiro. Como isto
evoluiu? Está aí em toda sua potencialidade.
E assim, há vários títulos que evoluíram,
quase sempre para pior , quando compõem o tem violência física e moral, pública
e privada, em suas causas e consequências.
Incluída está na versão pública, a
truculência oficial nas atitudes policialescas e nos projetos em várias áreas.
Não é surpresa alguma, que a organização
esteja cada vez mais forte em grupos privados dedicados à informalidade para a
conquista de poder e bens materiais. A consequência é a periclitação da vida e
o medo em tudo, causando instabilidade social constante, diante da selvageria,
onde o cidadão é caçado e assassinado na rua do seu cotidiano.
Tudo é um sinal só, um pedido de socorro, pois
o país está doente.
É selvagem se apossar de dinheiro público
diante de obras mal feitas ou nem terminadas, é selvagem não prover educação de
qualidade, é selvagem vender e consumir drogas, é selvagem proteger os
transgressores a qualquer nível, etc. vezes mil.
Nelson Rodrigues disse que o Brasil conhecerá
a selvageria antes de conhecer a civilização. Então, está tudo dentro do
programado e não temos o que fazer?
Não é tanto assim; muito avanço já foi
conseguido. Lento, diante da corrupção e interesses feridos e conservados.
Ademais, o país só aprende pelos erros e dor. Mesmo assim, muito já foi
conseguido no campo material e espiritual. Mas tão lento que o Brasil de 1950
ainda vive em muitos locais, enquanto o de 1800 ainda persiste em vários aspectos.
Pouca educação de qualidade, modelos errados, cabeça pequena ,
mão rápida e grande.
Odilon Reinhardt. 3.12.23