terça-feira, 3 de outubro de 2023

Sinais de que algo deve ser repensado.

 


Sinais de que algo deve ser repensado. 






Velho normal.

 

 

As máscaras que ficaram

fazem a rotina

em  faces que pouco se alteram.

 

Escondem as intenções,

ocultam a verdade

e mancham os relacionamentos com ilusões.

 

Portadores fingidos,

continuam por aí,

estão no velho normal como dissimulados.

 

Não vermos olhares sinceros,

nem passos de certeza,

tampouco vocábulos diretos.

 

Sempre a contínua rapacidade,

o uso de máscaras invisíveis,

escamoteando a honestidade.

 

Em olhares e gestos,

muitas falas e frases;

muita desconfiança , atos desonestos.

 

Má-fé , golpe, mentiras, trapaças,

falsidades e armadilhas virtuais e concretas

em velhas máscaras.

 

Luzes enganosas,

sinais de escuridão e decadência,

alarmes de realidades desastrosas.

 

Difíceis realidades da existência,

as máscaras fixas,

as longe da essência.    

 

 

 

 

A tortura agora é a do ter mais, do saber mais, do poder acumular mais e pode estar produzindo efeitos maléficos ao se dobrar à mediocridade e ao nivelamento por baixo, que hoje ocorre muito em decorrência de décadas de abandono em vários setores.  

Visivelmente, os países abaixam-se aos ditames do modo de ser inferior. O ter dinheiro e acumular patrimônio, ícones do sucesso individual há centenas de anos, parece estar gerando comportamentos anormais cada vez mais normalizados. 

 Já se vê que pessoas famosas que ficaram ricas em decorrência de suas  atividades artísticas ou não, estão preocupadas em esconder suas fortunas, tentando escapar de fraudes, assaltos ou para não destoarem tanto da maioria de seus fãs, seguidores e adeptos.

E tal comportamento não fica limitado aos portadores de grandes fortunas, pois face a  enorme realidade da pobreza mundial, qualquer um que detenha um pouco mais já pode ser transformado em animal de caça .

A rua, antigo local de encontro de pessoas, já virou o corredor do medo e insegurança. A casa do cidadão, antigo reduto de sua

Intimidade e paz, é uma caixa cobiçada. O computador, antes festejado como inovação e passo à democratização da sabedoria universal, passou a ser a caixa de pandora. As redes sociais, inicialmente para aproximar pessoas e negócios, são agora temidos campos de batalhas de opiniões e maldades, exclusões e rejeição. Por elas entram a mentira, a sedução, a fraude , o ódio social e os golpes de toda sorte.  Há instabilidade social e medo quando o celular toca e quando se abre a caixa de emails.

Em tudo, é possível ver a tendência de restrição ao consumo de bens de aparência que possa servir de ponto de destaque e diferença junto à manada. Economistas, talvez, ainda não sintonizaram a tendência do medo de consumir e seus efeitos na geração de bens , impostos na Economia. 

A inveja e o decorrente ódio social podem, junto com as consequências da Pandemia, na psique do cidadão, estarem gerando novos modos de consumo ou no mínimo a redução drástica do modo de consumir anterior.

Não agir, não comprar, pensar, expressar-se diferentemente  da galera marca os passos iniciais da mediocridade como dominante.  Tudo com muito ego e violência de ação e reação preenchendo pessoas de todos os níveis sociais.

Os efeitos pessoais, comerciais e industriais já são visíveis. Saques e arrastões físicos e virtuais atingem o ser humano em qualquer lugar. Cenas diárias mostram o predomínio da má-fé e medo.

Não aparecer, não destacar-se, não mostrar diferenças protege contra as aves de rapina; alterações sociais enormes em detrimento do necessário consumo e geração de impostos estão sendo desenvolvidas .

Em suma, a violência física e moral em suas várias modalidades gera o medo  de ser usufruir o que se conquistou e ser feliz com isto. O propósito de trabalhar para acumular  e conseguir a tão almejada estabilidade e independência financeira está sendo posto em cheque. Ademais, por influência de pensamentos filosóficos reinantes, em qualquer ato de maior gasto pessoal de gosto , surge um sentimento de culpa e de se estar agindo com injustiça social ao causar indignação perante os menos favorecidos e grupos de ativismo social.  O sentimento é que diante de tanta desigualdade econômica, quem pode alguma coisa é culpado pelo não poder de uma  crescente maioria. Surge a culpa social de ter ou poder ter. Espero que não se chegue ao ponto de escutar frases como: “ olha lá, o cara comeu dois  pratos de feijão hoje, que esnobe!”.  “ E o outro lá, sabe até escrever!”

Quase por fim então, “todo mundo igual” o sonho da comuna. Qualquer desigualdade será punida. É isso?  Nem pensar em ganhar na mega, será sem dúvida inútil e mortal. Do ralo ao fundo do poço, alguns centímetros de vida outorgada. De 1500 até agora, o resultado material é este; o espiritual coletivo , um desastre; o individual ..... Quem não tem máscara natural que compre uma, para não destoar, pode ser fatal.

Está na hora de repensar tudo isto. Não estão dando certo os ismos que até agora nos deram como modelos em forma. 

 

Odilon Reinhardt  3.10.2023 

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